Projeto Paisagens Rurais será implantado na Bahia 

Programa foi lançado em Brasília e prevê assistência técnica e gerencial para agricultores do cerrado

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  • Da Redação

Publicado em 5 de abril de 2019 às 06:00

- Atualizado há um ano

Propriedades rurais da Bahia, localizadas nas áreas de cerrado, vão receber nos próximos seis anos apoio e assistência técnica para recuperação de áreas degradadas, implantação de sistemas de preservação ambiental, adoção de tecnologias de baixo carbono e estratégias de gestão. 

A ação faz parte do Projeto Paisagens Rurais, lançado na quarta-feira (03), em Brasília, pela Confederação Nacional da Agricultura (CNA) em parceria com o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), a Embrapa, a Agência de Cooperação Técnica Alemã (GIZ) e o Banco Mundial. 

O programa vai oferecer capacitação e assistência técnica gerencial a quatro mil produtores rurais de oito estados e do Distrito Federal. O projeto inclui áreas em 53 bacias distribuídas em 12,5 milhões de hectares.“Já estamos atendendo 100 mil propriedades, mas a necessidade é muito maior. Por isso, assumimos um compromisso de ampliar e fortalecer a classe média rural brasileira. Nos próximos três anos vamos levar assistência técnica e gerencial a 400 mil produtores, muitos deles se encontram à margem das tecnologias existentes”, disse o presidente da CNA e do Conselho Deliberativo do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural, João Martins.Assistência técnica prioritária

De acordo com a assessoria da CNA, o número exato de propriedades beneficiadas na Bahia será divulgado a partir de agosto, quando o projeto começará a ser efetivamente implantado nas fazendas. 

Coordenado pelo MAPA e pelo Serviço Florestal Brasileiro, o projeto inclui o incentivo à aplicação de técnicas agrícolas sustentáveis, como as tecnologias de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF). As ações vão unir estratégias de preservação que permitam o respeito à legislação ambiental e também o aumento da produtividade e da renda dos agricultores."Com essa parceria entre as entidades, faremos os projetos nas áreas de florestas andarem, tanto as plantadas quanto as nativas. Assim, tanto a agricultura quanto o meio ambiente farão seu trabalho para alcançarmos o desenvolvimento sustentável", destacou o diretor-geral do Serviço Florestal Brasileiro, Valdir Collato. As equipes vão monitorar cada propriedade por 24 meses, acompanhando a implantação e o desenvolvimento do projeto. 

“Não tenho dúvida de que é possível aliar o aumento da produtividade com a preservação dos biomas. Sou uma defensora de que a sustentabilidade só vem via produção, desenvolvimento e renda. Lugar onde tem pobreza extrema não tem preservação. Um dos grandes reservatórios mundiais está no cerrado, e temos de cuidar de nossa água, de nosso solo. O produtor rural sempre preservou o ambiente, mas agora vai preservar mais com condições”, disse Tereza Cristina, ministra da Agricultura.

Serão investidos US$ 21 milhões do Fundo de Investimento Climático (CIF). Os recursos sairão do Programa de Investimentos em Florestas (FIP). O projeto promete criar um novo modelo para o campo brasileiro, ao aliar regularização ambiental, com programas de emissão de baixo carbono.

“Um ator chave para isso é o Senar, que fornece assistência técnica aliando a recuperação do cerrado com mais sustentabilidade, mais produtividade e mais renda. O meio ambiente não é inimigo da agricultura moderna, rentável e produtiva, ao contrário, isso é uma verdade que temos que incorporar nas nossas estratégias de desenvolvimento sustentável”, afirmou o Embaixador da Alemanha, Georg Witschel.