Projeto Pixinguinha ganha nova edição que vai passar por 60 cidades

O grupo A Cor do Som e o cantor Moraes Moreira se apresentam no lançamento do projeto que acontece nesta quarta (26), no Rio

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  • Laura Fernades

Publicado em 26 de abril de 2017 às 07:00

- Atualizado há um ano

Responsável por revelar nomes importantes da música brasileira, o Projeto Pixinguinha está de volta. O lançamento da nova edição do projeto, criado na década de 1970,  acontece hoje, no Rio de Janeiro, com shows de três representantes baianos: a banda A Cor do Som, o cantor Moraes Moreira, além da banda Sertanília.

A nova edição do Pixinguinha vai circular por 60 cidades das cinco regiões do país, com 60 shows, entre os meses de maio e novembro. A nova versão vai selecionar 15 duplas de músicos - um consagrado e um mais novo -, que apresentarão quatro shows cada uma, em turnê por quatro cidades de uma região determinada. O grupo A Cor do Som se apresenta, hoje, no lançamento do Projeto Pixinguinha, no Rio de Janeiro(Foto: Felipe Oliveira/Divulgação)

“Eu participei do Projeto Pixinguinha nos anos 70 e foi o evento mais importante que impulsionou as nossas carreiras, na época. A gente fazia shows de Norte a Sul, tanto A Cor do Som quanto o Trio Elétrico Armandinho, Dodô e Osmar e Moraes Moreira”, lembra o guitarrista Armandinho Macêdo, 63 anos, que compõe a banda A Cor do Som ao lado de Dadi, Mú Carvalho, Gustavo e Ary Dias.

O lançamento do projeto, que tem apresentação da atriz fluminense Zezé Motta, vai contar com a presença de integrantes da comissão curadora responsável por selecionar os shows para as caravanas, em parceria com o Centro de Música da Fundação Nacional de Artes (Funarte). Os artistas e as cidades serão divulgados em maio.

“O Pixinguinha é um dos mais importantes projetos de circulação de músicos já realizados no Brasil”, avalia o diretor do Centro da Música da Funarte, Marcos Souza. “Nesta nova etapa, priorizaremos cidades do interior, em diversos teatros. Além disso, levaremos um palestrante na equipe das turnês para falar da história da música popular brasileira nas universidades e escolas de música, com intuito de contribuir para qualificação de formação de plateia”, conta Marcos.

Consagrados e iniciantesCriado em 1977, com a proposta de fazer circular pelo país shows a preços acessíveis, o Projeto Pixinguinha reuniu artistas consagrados e iniciantes. Entre os destaques, dobradinhas memoráveis entre  Cartola (1908-1980) e João Nogueira (1941-2000); Nara Leão (1942- 1989) e Dominguinhos (1941- 2013); Marlene (1922-2014) e Gonzaguinha (1945-1991), entre outros.

Além deles, outros artistas já passaram pelo projeto como João Bosco, Djavan, Clementina de Jesus (1901-1987), Toninho Horta, Danilo Caymmi, Yamandu Costa, Jackson do Pandeiro (1919-1982), Edu Lobo, Arrigo Barnabé, Itamar Assumpção (1949-2003), Fafá de Belém e Paulinho da Viola.

“No início  de A Cor do Som, quando começamos a fazer sucesso, em 1979, o Pixinguinha deu uma alavancada. Foi um sucesso estrondoso, inclusive a gente teve que sair dos teatros e fazer shows nos ginásios. Todo mundo era bonitão e os fãs arrebentavam os portões”, diverte-se Armandinho Macêdo. “O projeto foi super importante, principalmente para os artistas novos, que estavam começando, e que tinham uma relação com o Brasil”, elogia.