Protagonista do próprio aprendizado: Como a robótica pode ajudar na educação?

Oficina Como Programar um Robô com Sentimentos aproxima público da robótica e estimula raciocínio

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  • Gabriela Cruz

Publicado em 10 de outubro de 2019 às 06:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Marina Silva/ CORREIO

Lara, 6 anos, tem a sorte de ter um pai que ama tecnologia. Peterson Lobato, 45, criador da Mini Maker Lab, sempre deixa a pequena ser a primeira a brincar com as invenções que há dois anos vem mudando o jeito com que crianças e adolescentes lidam com temas como robótica. “Nossos produtos são inovadores na área de educação”, diz. “Utilizamos a robótica em impressão 3D para potencializar o raciocínio lógico, a criatividade e a resolução de problemas desde a primeira infância”, explica o empresário. 

Na semana passada, Peterson e sua equipe conduziram a oficina Como Programar um Robô com Sentimentos, uma das mais disputadas e divertidas do Agenda Bahia, evento realizado pelo CORREIO que comemorou dez edições em 3 de outubro, no SENAI CIMATEC.

“Nada vai funcionar se não mudar a perspectiva de que o aluno tem que ser o protagonista do próprio aprendizado e não espere só os ensinamentos vindos dos professores e pais”, diz Eduardo.Diante de uma plateia de várias idades e níveis diferentes de interação com o tema – tinha de crianças a adultos com mestrado na área – Peterson e Eduardo Jorge, 45, seu ex-professor e hoje mentor da Mini Maker Lab, mostraram como a ideia deles é simples e, ao mesmo tempo, revolucionária. 

A empresa funciona em Lauro de Freitas e usa impressoras digitais para criar os componentes dos produtos que cria, como o Code Table, o Box, o Craft, o UnPlug e a sensação da oficina, o Robot Cube, inspirado na interação que as pessoas tinham com os tamagoshis nos anos 90.

Experiências de automação

“Lançamos ele em outubro do ano passado. A ideia é que a pessoa aprenda a programar algo tendo um sentimento envolvido já que está construindo algo que é seu, definindo suas funções”, diz Peterson.  “A gente usa o conceito de plataforma de hardwear e softwear abertos. Quem compra pode usar outras estruturas de código disponíveis na internet”, complementa. Além dos produtos, a Mini Maker Lab também oferece atividades e desafios no site minimakerlab.com.br.

Quem participou da oficina pôde manusear os produtos e ter experiências de automação durante uma série de atividades não plugadas - sem o uso do computador – que aproximou o público do universo da robótica de uma forma leve e divertida.

“Os projetos hoje precisam de pessoas com outra dinâmica, flexíveis, autodidatas, que tenham um pensamento lógico e analítico desenvolvido a partir de experiências. Independentemente da área de conhecimento que a pessoa escolher, o importante é que ela possa, por ela mesma, conduzir seu caminho de conhecimento e aprendizado e não ficar aguardando só o professor”, defende Eduardo. 

Aluno do 1º ano do ensino médio, Lucas Santana, 15, era um dos mais empolgados. Levado pelo pai, participou das atividades e ainda ganhou um robô Cube de presente por ser voluntário em uma demonstração. “Tenho interesse em robótica e vi na oficina uma oportunidade de conhecer mais sobre o assunto”.  As colegas Mailane de Souza, 14, e Steffane Bonfim, 15, estudam robótica na escola e foram juntas conferir a oficina. “Quero saber mais para compartilhar esse conhecimento”, conta Mailane. 

O Fórum Agenda Bahia 2019 é uma realização do CORREIO, com patrocínio da Sotero Ambiental, apoio institucional da Prefeitura de Salvador, Federação das Indústrias da Bahia (Fieb) e Rede Bahia e apoio da Braskem e DD Education.

USO DE MÁQUINAS DINAMIZAM SALA DE AULA

A demanda por entender o uso dos novos recursos na sala de aula gerou alto interesse entre os participantes do Agenda Bahia, o que fez da oficina Circuito de Experiências em Tecnologias para Educação e para Indústria uma das mais concorridas. Diante dos olhos de todos, uma impressora 3D imprimia uma peça toda projetada por alunos do Senai para atender a uma demanda interna da instituição. 'A impressora 3D encurta caminhos', afirma Adalício Neto (Foto: Marina Silva/ CORREIO) Como no mercado da construção civil não existia uma caixa com entradas de tomada, disjuntor e LED, eles a criaram.  Um dos monitores explicou aos participantes que a solução  é interessante neste contexto, mas não para a produção em larga escala. “A impressora 3D encurta os caminhos, ela serve para protótipos”, explicou Adalício Neto, especialista de automação do Cimatec.

A caixa produzida em sala de aula levou o nome da disciplina, TheoPrax, que é uma metodologia de ensino alemã, cujo objetivo é incrementar a motivação na aprendizagem por meio do desenvolvimento de projetos reais voltados para empresas. Na mesma oficina, outras três máquinas traziam tecnologias de realidade aumentada, realidade virtual e robótica colaborativa.

Um software de realidade aumentada chamou atenção, pois, com uma câmera apontada para um livro de figuras bidimensionais, fazia dessas figuras estáticas, uma animação. No papel, a planta baixa de uma casa ganhava movimento na tela e mostrava como funcionava o sistema de alimentação de água, enquanto outra figura revelava o processo de montagem de uma máquina. 

EXEMPLOS DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA

Impressora 3D Máquina é usada para criar projetos que atendam demandas reais de indústrias.

Realidade aumentada Transforma imagens estáticas em animação e pode mostrar  como uma planta hidráulica funciona.