Psirico coloca a comunidade do Engenho Velho de Brotas para sambar

O samba junino tomou conta das ruas do bairro no dia em que se festeja São Pedro e colocou a comunidade para quebrar até o chão

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  • Carmen Vasconcelos

Publicado em 29 de junho de 2018 às 22:56

- Atualizado há um ano

. Crédito: Arisson Marinho

A gente pode dar a volta no mundo, mas se não fizermos nada pelos nossos, se não voltarmos para nossas origens, não temos nada”. Foi com essas palavras que o cantor Márcio Victor justificou o esforço pessoal e da banda para realizar o Arrastão do Psi, que lotou as ruas apertadas do Engenho Velho de Brotas na noite de ontem.

Para garantir a participação no samba junino realizado no bairro, a banda abriu mão do cachê e tocou gratuitamente, num clima de total descontração com outros músicos e grupos do bairro. “Fazemos isso por amor e pela impagável alegria de estar de volta à nossa casa”, fez questão de ressaltar o cantor.

Nascido e criado na localidade, o vocalista da Banda Psirico rememorou personagens da infância e figuras queridas do bairro, citando cada um nominalmente. Em seguida, agradeceu da melhor forma: colocando os ex-vizinhos para ‘quebrarem’ até o chão. 

Durante a apresentação, Márcio apresentou clássicos do samba de roda e do samba duro, além de três inéditas: Malandrinha, Mina Parceira, Boy Fechamento e Oi, Beijo da Elza!. “Essa última canção nasceu de uma ligação que recebi de uma produtora que se despediu dizendo: ’Márcio Victor, gostoso, beijo da Elza’”.

Até o final do ano, o músico pretende fazer uma imersão na sonoridade do Recôncavo baiano e gravar um disco só com sambas, unindo a nova e a velha geração. “Quero trazer convidados como Roberto Mendes, além de nomes do samba carioca”, completa, ressaltando que o samba de roda será o tema do Carnaval do Psirico em 2019.

Enquanto o Psi estava no aquecimento, a população do bairro fazia a festa na base dos pandeiros, palmas e megafone. As sacadas ficaram pequenas para abrigar aqueles que queriam assistir às apresentações com o conforto de casa. Nas ruas e vielas, cada grupo se esmerava em mostrar a alegria do samba junino e dos festejos em homenagem a São Pedro.

Um desses grupos foi o Jaké. Com uma história de trinta anos de tradição, o grupo fez o abre alas da festa e foi acompanhado de perto por uma multidão. Para um dos membros da coordenação, Valter Guimarães, mais conhecido como Noca, a possibilidade da manifestação ter contado com o apoio da Prefeitura, através do edital lançado pela Fundação Gregório de Mattos, possibilitou que a festa ganhasse uma dimensão nunca vista antes. “Ampliamos a alegria que antigamente se limitava aos músicos no chão e um pequeno carro de som. A tendência é melhorarmos a cada ano”, finaliza. O grupo Jaké completou 30 anos de existência promovendo a alegria e o trabalho assistencial do Núcleo de Apoio ao Combate do Câncer Infantil (Foto: Arisson Marinho)