Quadrilha que roubou joalheria no Shopping Barra tinha conexão na Tailândia

Cinco colombianos participaram de ação; três foram presos em São Paulo

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  • Bruno Wendel

Publicado em 17 de agosto de 2018 às 17:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Alberto Maraux/SSP

Dois dos presos em operação em São Paulo foram trazidos para Salvador (Foto: Alberto Maraux/SSP) Os três colombianos presos em São Paulo, acusados de participação no arrombamento e furtos na Joalheria Joyah, que fica no terceiro piso do Shopping Barra, em Salvador, fazem parte de uma quadrilha de arrombadores com conexão na Tailândia. Dois dos criminosos foram apresentados na manhã desta sexta-feira (17), no prédio-sede da Polícia Civil, na Piedade. 

Claudia Patrícia Barona Pajar e os irmãos Paco Gustavo Ortiz Aguirre e Jefferson Geovanny Ortiz Gonzalez, autores do crime contra a joalheria no dia 7 de agosto, foram capturados em São Paulo por policiais do Departamento de Crimes Contra o Patrimônio (DCCP). Outros dois estão foragidos (ver abaixo). Claudia foi presa por envolvimento em arrombamento e furtos (Foto: Divulgação/SSP) O marido de Claudia, cujo nome não foi informado pela Polícia Civil, cumpre pena na Tailândia também por arrombamentos. "Foi um grande trabalho conjunto, com apoios imprescindíveis das polícias Civil de São Paulo, Federal, e da Superintendência de Inteligência da SSP", destacou o delegado Adailton Adam. O companheiro de Claudia seria o líder do grupo de atuação internacional. 

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Todos os envolvidos no arrombamento e furtos na joalheria tiveram as prisões preventivas decretadas pela justiça baiana, entre eles, os foragidos Yady Paola Ibanez Moreno e Jhon Andres Gonzalez, também colombianos. O quinteto responderá por furto qualificado e evasão de divisas. 

O grupo tinha passagens pela polícia na Colômbia e em São Paulo por outros furtos e se preparava para atacar joalherias em outros estados. “Ao que tudo indica, eles planejavam agir no Ceará. Mas estávamos apurando a possível atuação deles em mais estados, como Paraíba, Rio Grande do Norte e Manaus. Isso porque o modo de atuação é semelhante”, declarou Delmar Bittencourt, um dos delegados do DCCP responsáveis pela investigação. 

A prisão em São Paulo ocorreu na quarta-feira (15) e aconteceu nos bairros da Sé, Jardim das Acácias e Liberdade, onde os colombianos moravam. Nos imóveis, as equipes do DCCP recuperaram parte das joias furtadas, os equipamentos usados no arrombamento, as roupas utilizadas e boletos com valores adquiridos com as vendas dos materiais. Bandidos caminham em shopping antes de praticar roubo (Foto: Divulgação/ Polícia Civil) Itapuã A quadrilha estava em Salvador há dez dias para fazer um levantamento dos possíveis alvos. Após o arrombamento e furto, os criminosos seguiram para um hotel em Itapuã, onde estavam hospedados. De lá, foram para São Paulo, onde pretendiam todos embarcarem para o país de origem. 

Através do Serviço de Inteligência da Secretaria da Segurança Pública (SSP), os policiais civis entraram em um apartamento do hotel e encontraram, no lixo, comprovantes de pagamentos em débito e crédito.

Eles ouviram do funcionário que os hóspedes não falavam português. Diante disso, uma das equipes foi até o Aeroporto Internacional de Salvador e conseguiu imagens do embarque do quinteto para São Paulo."O grupo ficou em Salvador escolhendo qual seria a joalheria mais vulnerável. Eles ficaram dentro do shopping, após o fechamento, e arrombaram a joalheria. Em seis minutos eles praticaram o crime e saíram misturados a outros funcionários", contou o diretor do DCCP, Élvio Brandão.Joalheria A joalheria Joyah foi arrombada e furtada momentos depois do fechamento da loja. Toda a ação foi registrada por câmeras de segurança do centro de compras. Prateleiras vazias de joalheria na manhã de quarta (Foto: Yasmin Garrido/CORREIO) "A loja fechou 21h37. Eles ficaram no shopping, cinco pessoas. Cada um ficou em um ponto diferente, mas sempre com celular na mão. Quando alguém chegava perto deles, eles se aproximavam de um corrimão e conversavam naturalmente, mas sempre acompanhando a passagem do segurança. Eles só conseguiram entrar na loja às 22h15 e saíram às 22h21. Ficaram seis minutos na loja", relatou o delegado Delmar Bittencourt.

Foram roubadas as joias que estavam expostas na vitrine, além de outros objetos que estavam guardados em gavetas dentro da loja. Os empresários inauguraram a joalheria há cerca de três meses. “A joalheria não tinha alarme”, comentou o delegado. O CORREIO esteve pela manhã na joalheira, mas a proprietária preferiu não falar sobre o assunto.