‘Quadrilhão do MDB’: testemunhas contra aliados de Temer só vão falar em dezembro

Depoimentos seriam nesta terça; ex-ministro Geddel é um dos réus em processo

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  • Yasmin Garrido

Publicado em 22 de outubro de 2018 às 19:38

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Evaristo Sá/AFP

Foto: Evaristo Sá/AFP Após mudar pela terceira vez de mãos dentro da Justiça Federal do Distrito Federal, a ação penal que investiga políticos e aliados do presidente Michel Temer, o denominado “Quadrilhão do MDB”, teve mais um episódio nesta segunda-feira (22).

Entre os réus, estão nomes como o baiano e ex-ministro Geddel Vieira Lima, o ex-deputado Eduardo Cunha, o doleiro Lúcio Funaro, o ex-deputado Rodrigo Rocha Loures, o advogado José Yunes, o coronel aposentado da PM de São Paulo João Baptista Lima Filho e outros acusados de operar propinas em favor do MDB e do próprio presidente, sendo apontados como membros de uma "organização criminosa".

De acordo com a denúncia do Ministério Público Federal (MPF), um grupo ligado ao partido na Câmara dos Deputados atuou em várias supostas irregularidades na administração pública, bem como na Caixa Econômica Federal.

Em decisão publicada pelo juiz Marcus Vinícius Reis Bastos, da 12ª Vara Federal de Brasília, a primeira após ele assumir o caso, foram remarcadas todas as audiências das testemunhas de acusação, que começariam nesta terça (23).

Segundo o magistrado, o primeiro dia de oitivas, 4 de dezembro, vai contar com os depoimentos do ex-diretor da Odebrecht, Cláudio Melo Filho, do ex-senador Delcídio do Amaral, os ex-executivos da Odebrecht Hilberto Mascarenhas e José Carvalho Filho, além de outros baianos, como o empresário Emílio Odebrecht e a publicitária Mônica Moura, mulher do publicitário João Santana.

Já o doleiro Alberto Youssef, o ex-ministro Antônio Palocci, o ex-senador Sérgio Machado, o doleiro Carlos Alexandre de Souza Rocha, o ex-executivo da Odebrecht Ariel Parente Costa e o ex-diretor da empreiteira João Antônio Pacífico Ferreira vão depor no dia 18 de dezembro.

Reis Bastos também tirou do rol de testemunhas o presidente Temer, o ex-diretor de Relações Institucionais do grupo J&F Ricardo Saud, os ministros Moreira Franco e Eliseu Padilha, além do empresário Joesley Batista dos Grupos JBS e J&F.

Para o titular da 12ª Vara Federal do DF, todos eles, que foram citados e incluídos na denúncia feita ao Supremo Tribunal Federal (STF), “não poderão prestar declarações como testemunhas forte (sic) na garantia constitucional contra a autoincriminação”.

Na decisão, o juiz também determinou que as demais testemunhas mencionadas na denúncia, com exceção das que foram retiradas da lista, vão prestar depoimento por meio de videoconferência nos estados do Rio de Janeiro e São Paulo. Em seguida, serão marcadas as oitivas das testemunhas de defesa dos acusados.

O juiz anterior, Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal de Brasília, também tinha decidido que os depoimentos da acusação aconteceriam nos dias 23, 25 e 30 de outubro, 13 e 27 de novembro, além de 11 e 12 de dezembro.

Processo eletrônico Ficou decidido ainda que o processo vai permanecer em caráter físico. Em decisão anterior, o juiz que acompanhava o caso havia determinado que o processo migraria para o sistema eletrônico. No entanto, o juiz Reis Bastos revogou a determinação.

*Com supervisão do editor João Galdea.