Qual retrospecto pesa mais? Técnicos chegam ao Ba-Vi com jejum

Enderson está há cinco jogos sem vencer e Mancini vem de quatro derrotas no clássico

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  • Vitor Villar

Publicado em 22 de julho de 2018 às 05:04

- Atualizado há um ano

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Qual técnico chega ao Ba-Vi com o retrospecto mais negativo? No lado rubro-negro, Vagner Mancini até vive um bom momento na Série A, mas quando se trata do histórico no clássico a realidade é outra. Em quase um ano dessa nova passsagem pelo Leão, ele perdeu todos os duelos contra o maior rival.

No lado mandante, Enderson Moreira disputará o seu primeiro Ba-Vi à frente do Bahia. Por isso, o problema dele é o momento na Série A mesmo. Há pouco mais de um mês no cargo, o comandante só venceu uma partida. Vem de três empates e duas derrotas nos últimos cinco jogos.

E então, quem vai acabar com a desconfiança da torcida? A bola rola na Fonte Nova a partir das 16h, pela 14ª rodada do Brasileiro. Um triunfo do tricolor o faria ultrapassar o Vitória na tabela. Já o rubro-negro pode abrir cinco pontos em relação ao Bahia e, automaticamente, à zona de rebaixamento.

Como mostra o episódio da última sexta-feira (20) na volta do Bahia a Salvador, em que alguns torcedores e jogadores brigaram no aeroporto, Enderson chega ao clássico pressionado. O time deixou escapar a vitória na quinta-feira, quando vencia a Chapecoense fora de casa por 1x0 e sofreu o empate aos 40 minutos da etapa final.

O triunfo ajudaria, e muito, no retrospecto ruim do treinador até aqui. Enderson foi contratado no dia 16 de junho. Cinco dias depois, estreou vencendo o Ceará pelas semifinais da Copa do Nordeste, por 1x0, em Fortaleza.

Parecia um início promissor, mas foi o único triunfo dele no clube. Nos cinco jogos seguintes, o Bahia só voltou a fazer gol diante da Chapecoense. Como resultado, perdeu o título do Nordestão para o Sampaio Corrêa com uma derrota fora de casa e um empate em Salvador. Também ficou no 0x0 com o Ceará na Fonte Nova e perdeu por 2x0 para o Vasco no Rio.

Em entrevista coletiva após o duelo em Chapecó, o comandante tricolor valorizou o empate. Como lembrou, foi o primeiro ponto conquistado pelo time fora de casa na Série A. “Isso ainda não tinha acontecido no campeonato, mas a gente quer sempre mais. Não estamos satisfeitos em função de achar que está tudo maravilhoso, mas acho que é um grande passo”, disse.

Enderson compreende que terá que lidar com a pressão da torcida, por sinal, única que estará presente na Fonte Nova, em função de recomendação do Ministério Público. “A gente sabe que o Bahia é um grande clube, uma torcida apaixonada, que vive o clube e que quer sempre coisas boas. Mas, às vezes, não acontecem como pensam”.

O jejum de Mancini Em sua quarta passagem pelo Vitória, Mancini comanda o Leão desde 25 de julho do ano passado. E nos quatro Ba-Vis realizados de lá para cá, saiu derrotado em todos. O primeiro, pelo returno da Série A de 2017, terminou 2x1 para o Bahia na Fonte Nova.

O primeiro clássico de 2018 é o mais controverso. Oficialmente, acabou 3x0 para o tricolor depois que o Leão teve cinco jogadores expulsos. Em campo, o resultado era de 1x1 no Barradão.

Os dois duelos da final do Campeonato Baiano terminaram com derrotas rubro-negras, tanto na Fonte Nova, por 2x1, como no Barradão, por 1x0. 

Naqueles jogos, o Vitória não contou com cinco dos seus titulares, punidos pela confusão no primeiro clássico do ano. Nem Mancini esteve no comando do time oficialmente, já que também foi punido pelo STJD. Ficou no camarote enquanto o auxiliar Anderson Batatais orientava a equipe à beira do gramado.

“Lógico que é uma meta (vingar as derrotas). O Bahia enfrentou o Vitória com um time muito desfigurado. Não há um clima de revanche, de vingança, isso não. Temos, sim, uma vontade de mostrar para todo mundo o que podemos. Vamos entrar focados por tudo aquilo que passamos neste ano, por tudo o que foi falado”, disse Mancini ao longo desta semana.

O retrospecto atual do técnico rubro-negro é bem diferente do que teve nas suas três passagens anteriores. Até assumir o Leão no ano passado, tinha cinco vitórias e três derrotas em Ba-Vis. Em 2008, sua primeira temporada, estreou perdendo por 4x1 no Barradão. No jogo da volta pelo quadrangular final do Campeonato Baiano, ganhou por 3x0 em Feira de Santana.

Na primeira fase do estadual de 2009, perdeu por 2x0 em casa antes de se mudar para o Santos. Retornou ao Vitória só em 2015, com dois clássicos pela Série B. No Barradão, goleou por 4x1. Na Fonte, ganhou por 3x1.

Mancini seguiu no clube até setembro de 2016, quando enfrentou o Bahia três vezes pelo estadual. Venceu por 2x0 na Fonte Nova, pela fase de grupos, e pelo mesmo placar no jogo de ida da final, no Barradão. Por fim, ergueu a taça com derrota por 1x0.