Qual será o grande assunto de 2018?

Linha Fina Lorem ipsum dolor sit amet consectetur adipisicing elit. Dolorum ipsa voluptatum enim voluptatem dignissimos.

  • Foto do(a) author(a) Elton Serra
  • Elton Serra

Publicado em 7 de janeiro de 2018 às 05:35

- Atualizado há um ano

. Crédito: .

Talvez ainda seja cedo para fazer uma avaliação do perfil dos novos presidentes da dupla Ba-Vi, mas já é possível encontrar características marcantes nas ações de Guilherme Bellintani e Ricardo David. Embora não sejam conclusivas, as gestões de Bahia e Vitória seguirão caminhos distintos nos próximos anos.

Bellintani chegou ao tricolor com a ideia de buscar um equilíbrio financeiro ainda maior. Com o lastro deixado por Marcelo Sant’Ana, tem o objetivo de fazer do departamento de futebol a área vital do clube, de fato. Já demonstrou ser um personagem que gosta do controle total dos processos – uma das ações principais foi o enxugamento dos setores, reduzindo a gestão do Bahia a três núcleos, que trará uma economia de aproximadamente R$ 2,5 milhões por ano. A ideia é despejar todo esse dinheiro em contratações de jogadores. A herança deixada por seu antecessor lhe dá uma possibilidade maior de investimento na área mais visível ao torcedor.

Ricardo David, que já teve a experiência de dirigir o marketing do Vitória há alguns anos, encontrou no clube um cenário pouco animador. Quebrado por conta dos gastos feitos em 2017, o rubro-negro não tem dinheiro para fazer grandes investimentos. O novo presidente do Leão sabe também da pressão que sofrerá nos próximos meses, muito por conta da catastrófica temporada passada, que quase culminou no rebaixamento à Série B. Ao contrário de Bellintani, David precisou mudar peças importantes em setores vitais, como no departamento de futebol, por exemplo: Cléber Giglio, diretor da pasta, deu lugar a Erasmo Damiani.

Erros, naturalmente, acontecerão. E ambos aprenderão com as lições. O Bahia anunciou acordo com Régis, em negociação que envolveu o goleiro Jean e o São Paulo, mas esqueceu que o Sport, dono dos direitos federativos do jogador, também está na jogada. O meia não se apresentou ao tricolor baiano e, mesmo com a situação sob controle, o clube criou um ruído desnecessário. Já o presidente do rubro-negro, ao declarar que “se fosse jogador, pensaria duas vezes em vir para o Vitória”, gerou polêmica. É claro que a situação financeira é desfavorável e, é claro também, que sinceridade é algo que precisa ser elogiado. Porém, Ricardo David é justamente o designado pelo torcedor para resolver os problemas. Ao fazer uma declaração impensada, coloca em xeque sua capacidade de gestão.

Os clubes de futebol precisam cada vez mais de gestores que tenham conhecimento macro do mercado. É preciso ter domínio de áreas que passam longe do campo e da bola, mas que são fundamentais para as coisas funcionarem no gramado, além de saber delegar para os especialistas de cada setor. O Bahia avançou significativamente neste sentido, e já colhe os frutos de um entendimento administrativo que era tabu no clube anos atrás. O Vitória, que em determinado momento da história tornou-se um clube de vanguarda, estagnou no tempo e sofre com as sucessivas mudanças de presidente. A mudança de estatuto e a profissionalização dos departamentos indicam um caminho promissor.

O grande assunto de 2018, para os torcedores, certamente será o desempenho técnico de Bahia e Vitória dentro de campo. Porém, mesmo que passe despercebido, o principal assunto será o trabalho de gestão que os dirigentes de ambos farão nos próximos anos. Esse tema, sim, é digno de primeira página.