Que tal retornar à 'rixa saudável' dos Ba-Vis de antigamente?

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  • Miro Palma

Publicado em 9 de novembro de 2018 às 05:00

- Atualizado há um ano

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No próximo domingo, teremos mais um duelo entre os gigantes baianos Bahia e Vitória. Me lembro do tempo onde essa era a maior rivalidade do estado. Era o assunto dos almoços de domingo, das piadas entre amigos, das discussões mais acaloradas entre aqueles tios que sempre sabem de tudo. Bons tempos onde a disputa acabava após os 90 minutos e, dependendo do placar, resultava em no máximo uma gozação ou outra. 

Mas aí veio a eleição. E neste ano, o antagonismo foi o destaque da disputa eleitoral. Os tios já nem falavam mais de futebol, até porque, bloquearam uns aos outros nos aplicativos de mensagens por terem escolhido candidatos opostos. Os almoços de domingo foram ficando mais tensos, mais raros e nem a ceia de Natal tem mais garantia este ano. E as piadas deram lugar às ofensas, brigas, discórdias. Invertemos tudo: saímos de torcedores de times de futebol, para torcedores de partidos políticos. Onde já se viu?! 

No entanto, ainda dá tempo de resgatar, ao menos, o prazer de uma rixa saudável. Quem sabe ela pode ser o início de um reencontro daqueles que, por umas e outras, esqueceram que tem muito mais em comum do que o contrário. Afinal, há 86 anos, quando aconteceu o primeiro clássico Ba-Vi no já extinto Campo da Graça, em 10 de abril de 1932, essa disputa sempre nos uniu muito mais do que separou. 

O Ba-Vi é um traço da nossa identidade enquanto baianos. Não existe como nos retratar sem contar com essa característica que, sempre que possível, estampamos no peito. Até na novela, a disputa foi lembrada. Porque, no fim das contas, a verdade é uma só: não existe clássico sem rivais. E o nosso clássico não seria nada sem a existência dos dois times e, principalmente, sem o amor de suas torcidas. 

Então, que tal pegar o telefone e voltar ao grupo da família ou mandar aquele ‘alô’ para os amigos que estavam bloqueados? Melhor ainda, que tal marcar com todos eles naquele bar onde a música para quando o árbitro apita? Permita que esse jogo vá além dos três pontos, além do alívio pra quem pode tirar o pescoço da zona do rebaixamento ou a esperança de quem quer ficar na parte de cima da tabela. Permita que ela seja o recomeço.

Porque política é muito importante, meu caro. Precisamos debater sobre o tema sempre que possível, vigiar, opinar. Nada disso deve ser esquecido. Mas não dá pra virar uma peleja. A confusão não presta no futebol, que trata de momentos mais amenos, quanto mais com algo tão essencial para a vida em sociedade. Então, desarme-se, respeite. E deixe que o esporte te ajude a pacificar qualquer desentendimento. 

Em campo Num clássico, estamos cansados de saber, o favoritismo é deixado de lado. Tudo pode acontecer. Não dá para negar, no entanto, uma pequena vantagem do Bahia para o duelo no Barradão. E, para mim, além de ter errado bem menos durante a temporada, o tricolor está melhor preparado psicologicamente. São nove clássicos sem perder, o que faz os comandados de Enderson Moreira entrarem em campo mais confiantes. No rubro-negro, resta esperar um ‘choque’ de identidade nos jogadores após a saída de Carpegiani. Que o jogo seja limpo, sem brigas. *Miro Palma é subeditor do Esporte e escreve às sextas-feiras