Quem vai é coelho: tudo sobre ter o fofo animal como pet

Os bichos exigem tanto cuidado quanto cães e gatos

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  • Giuliana Mancini

Publicado em 22 de março de 2018 às 11:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Renato Santana/Divulgação

Foférrimos, dóceis e supermacios. Símbolo tradicional da Páscoa, o coelho também pode se tornar um ótimo animal de estimação. “Minha mãe, que não é muito fã de bichos, é louca por eles. São quietinhos e muito tranquilos”, derrete-se Gabriela Ventura, 25.

A estudante de Administração tinha uma fêmea, Lua, quando resolveu adotar mais um. Assim, veio Sansão. “Ela era bem carinhosa e danadinha, enquanto ele é mais quietinho e na dele. Mas, apesar das personalidades diferentes, era um amor roxo entre os dois”, lembra. Há quase um ano, Lua morreu. Mas Gabriela não pensa em mais um coelho. “Já tenho um cachorro, Thor. Está ótimo assim”, garante. Lua e Sansão, coelhos de Gabriela: 'era um amor roxo entre os dois' (Foto: Arquivo Pessoal) Falando em cães, foi graças a eles que a jornalista Thaís Mascarenhas, 24, optou por um coelho. “Minha mãe não me deixava ter um cachorro. Quando fui a um pet shop de Salvador, encontrei uma área só com coelhos. E falei na mesma hora: vou levar, só comunicando a minha mãe. Eu não tinha nada, nem gaiola”, recorda. Nicinha tem quase 6 mil seguidores no Instagram @quemvaiecoelho (Foto: Renato Santana/Divulgação) Hoje com oito meses, Maria Berenice - ou Nicinha, para os íntimos - faz sucesso nas redes sociais, onde estrela o perfil de Instagram @quemvaiecoelho, com quase 6 mil seguidores. “Eu adoro levá-la para passear em lugares pet friendly, ver gente... Coelho se assusta facilmente, então acho que é bom para se acostumar. É engraçado porque me param o tempo todo, me perguntam que bicho é”, conta.

Primas de Thaís, as irmãs Roberta, 21, e Renata Borges, 19, também foram na onda dos coelhos e hoje são donas de Theo. “Criar ele é tranquilo. Não faz muita bagunça nem barulho e é bem fofinho”, diz a mais nova. “O que dá mais trabalho é porque ele adora roer tudo o que vê pela frente - quando eu solto Theo pela casa, ele rói até as cadeiras”, completa a mais velha. Dividido por Roberta e Renata Borges, Theo gosta de roer a casa toda (Foto: Renato Santana/Divulgação) Não são brinquedo Além da mania de roer tudo, os coelhos têm outras particularidades que necessitam de atenção. “Eles precisam de um lugar fresco e arejado - ou pode haver probabilidade de estresse por calor. A moradia também deve ter espaço para que façam exercícios físicos regularmente”, lembra o médico veterinário Rodrigo Arapiraca.

O maior problema, porém, está relacionado à alimentação. É que, diferente do que víamos nos desenhos animados, o coelho não come só cenoura. “Ela deve ser dada apenas em porções pequenas, como petisco, assim como alguns tipos de frutas. E não pode oferecer alface: a comida causa gases, que são muito perigosos para esses bichos. Dão uma dor muito forte”, fala Arapiraca.

“Também são proibidos chocolate, comida caseira (como arroz e feijão), ração de cachorro, abacate, batata, iogurtes, massas, açúcar, biscoitos, pão, milho, nozes, grãos, sementes, ervilha fresca e repolho”, lista a médica veterinária Tatiana Feuchard. Segundo Gabriela, Sansão 'é mais quietinho e na dele' (Foto: Renato Santana/Divulgação) O que então dar para um coelho? “Eu faço uma comparação com um cavalo. Os dois são herbívoros e podem comer ração específica, mas não é a base da alimentação. O ideal é que os pequenos comam capim ou feno. Até porque os coelhos têm dentes que crescem durante a vida toda e precisam ser desgastados. 80% dos casos que recebo em clínicas são de problemas relacionados à alimentação e aos dentes”, diz Arapiraca. Caso a dentição não seja desgastada, ela pode machucar a língua do animal, com possibilidade de atingir o cérebro.

Outro cuidado necessário é relacionado ao pelo. “Para os peludos, é indicada a escovação diária e a tosa no Verão”, diz Tatiana. “Já o banho é recomendado somente quando o animal estiver sujo”. Assim, não deve-se realizar banho semanal ou quinzenal, como cachorros. De acordo com Renata, criar um coelho 'é tranquilo' (Foto: Renato Santana/Divulgação) “Os coelhos requerem uma dedicação diferenciada. É um desafio achar um veterinário, por exemplo, ou um feno de boa qualidade, que ele goste. Mas vale a pena: são animais de estimação maravilhosos”, finaliza Arapiraca.

Mais sobre coelhos:

Raças mais comuns para os coelhos domésticos Mini-Holandês, Fuzzy Lop, Mini Lop, Silver, Hermelin, Lion Head, Mini Hotot e Mini Rex.

Tempo de vida Os coelhos costumam  viver de 6 a 8 anos, mas alguns podem chegar a até 10.

Vacinas “Os únicos coelhos que são vacinados são os de produção de carne e pele. Para os pets, não existe recomendação de vacina”, explica a médica veterinária Tatiana Feuchard.

Eles não são roedores! Ao contrário do que muita gente pensa, coelhos não são da ordem Rodentia e sim da Lagomorpha. A principal diferença é que, enquanto roedores (como o porquinho-da-índia e o esquilo) têm dois incisivos na mandíbula superior, os lagomorfos possuem quatro.

É um bom animal para crianças? “Eu costumo  recomendar os coelhos para crianças de, pelo menos, 8 anos. E, ainda sim, com a supervisão constante dos pais. Eles possuem ossos finos, com propensão para fraturas”, diz o médico veterinário Rodrigo Arapiraca.

Valor Depende da raça. Há coelhos em torno de R$ 10, de R$ 100 e até mais de R$ 200.