'Quero a Câmara de portas abertas', diz vereador Geraldo Júnior

Novo presidente da Câmara falou ao CORREIO sobre suas propostas para o Legislativo

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  • Luan Santos

Publicado em 6 de novembro de 2018 às 04:30

- Atualizado há um ano

. Crédito: Arisson Marinho/CORREIO

O vereador Geraldo Júnior (SD) só assume a presidência da Câmara Municipal de Salvador em janeiro de 2019, mas já começou a trabalhar para implementar seus projetos para o Legislativo. Em entrevista ao CORREIO concedida no Salão Nobre da Casa, Geraldo se mostrou entusiasmado com a nova empreitada e afirmou que sua gestão vai ser pautada pelo tripé austeridade, transparência e aproximação com a sociedade, além de falar sobre planos para o futuro, inclusive para 2020. 

Quais são as suas principais propostas para os dois anos de gestão?  Geraldo Júnior: O país enfrenta uma crise  econômica, social, mas, principalmente,  política. Se os políticos não criarem  aproximação maior com a sociedade terminam se contaminando com esse processo de fadiga. Então, quero trazer a sociedade para dentro da Câmara, quero a Casa de portas abertas. Então, nossa gestão vai ter por base o tripé, além dessa aproximação, a austeridade e a transparência. 

Acredita que a renovação nos legislativos em 2018 foi um recado dado pela população nas urnas?   GJ: Exatamente. A população quer participação, transparência, austeridade e quer entender o processo. Vou começar a trazer os segmentos setoriais, sindicais e empresariais para apresentar sugestões. 

Como pretende ampliar a participação popular?   GJ: Temos que dar o máximo de ferramentas para que as pessoas participem. Vou buscar minha equipe de TI para estudar quais ferramentas poderemos ter para isso. Vou intensificar as audiências públicas e a ouvidoria. Precisamos fazer com que a ouvidoria  possa acompanhar os avanços da tecnologia, ser mais presente nas redes sociais. 

Que papel terão a Câmara Itinerante e a Escola do Legislativo nesse processo? GJ: Quero que elas sejam fortalecidas e ampliadas. A Câmara Itinerante, com o vereador Luiz Carlos Suíca (PT), e a Escola do Legislativo, com a vereadora Marta Rodrigues (PT). Solicitei que eles busquem informações de como é feito isso em outras  capitais.

Você tem falado em dar mais estrutura para os vereadores. Em que sentido?   GJ: Quero manter e estabelecer uma política mais avassaladora na aprovação de projetos de iniciativa de vereador. Vamos trabalhar  mais pela qualidade do que pela quantidade do processo legislativo. Temos que ter a consciência de não aprovar a lei por aprovar. Vou fazer esse trabalho, a começar pela mesa  diretora, de propor leis que tenham eficácia. 

Como pretende fortalecer as comissões?   GJ: Uma das nossas bandeiras é intensificar mais o fortalecimento das comissões, da estrutura operacional, trabalho que já foi iniciado na atual gestão. Nossa equipe de transição vai às Câmaras de São Paulo e Rio de Janeiro e no Congresso para conhecer a atuação, ver como funcionam. Teremos transmissão das reuniões ao vivo, espaço onde os diversos segmentos vão dar sugestões. Queremos, ainda, manter e avançar o processo de auditoria com o Tribunal de Contas do Estado por meio do sistema Mirante. 

E quanto à reforma dos prédios da Câmara?  GJ: Já me reuni com o Iphan. Nossa ideia é ainda na primeira quinzena de janeiro  lançar a licitação dos R$ 8 milhões de emenda do deputado Cacá Leão (PP) para a reforma dos prédios da Câmara. Temos que ver o que vamos fazer em relação ao  plenário. Possivelmente terei que buscar um espaço provisório para a  realização das sessões. 

Que papel terá a Procuradoria da Mulher?  GJ: Vai ter um papel de proteção à mulher e dinamização do crescimento e atuação da mulher na sociedade nos mais diferentes vertentes. Um dado muito interessante, por exemplo, é que mais de 50% dos microempreendedores são mulheres. Então, a mulher tem  um papel fundamental na sociedade e isso tem que ser fortalecido. 

Você voltou para a Câmara e, em dois dias, estava eleito. Como foi a articulação?    GJ: O referendo foi em dois dias, mas isso foi um processo de construção.  Foi uma campanha que chegou ao fim com uma chapa de consenso. Um movimento que surgiu no seio da Câmara, sem interferência do Executivo. Quero, inclusive, fazer um registro: desde a época que era deputado federal, o prefeito  ACM Neto (DEM) sempre foi uma espécie de conselheiro político para mim. Sempre tivemos uma relação de amizade, lealdade. Eu determinei em minha vida que eu ia comandar o legislativo da minha cidade. Assim como já determinei que um dia vou governar essa cidade. Quando será? Falam, na imprensa, em 2020. Mas aí será na vontade de Deus. 

E se chamado fosse para 2020?  GJ: Nós iríamos receber essa missão com honra. Mas quero dizer que sou  liderado por ACM Neto. Uma decisão como essa tem que passar pelo  entendimento entre eu e ele.

Sobre a reeleição para presidente, passa por sua cabeça agora?   GJ: Se Deus não me der a missão de outros projetos, vou buscar a reeleição de vereador. Agora, só posso pensar em reeleição da mesa diretora depois que vencer a primeira etapa que é ser reeleito para vereador. Isso vai depender muito daquilo que eu faça. Prefiro aguardar o tempo certo.