Questionado pela torcida, Enderson tem o respaldo da diretoria

Treinador foi alvo de protestos durante o Ba-Vi, mas ganhou o apoio da cúpula tricolor

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  • Gabriel Rodrigues

Publicado em 11 de março de 2019 às 18:16

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Felipe Oliveira/EC Bahia

Desde que chegou ao Bahia, em junho do ano passado, Enderson Moreira vive o seu momento mais conturbado na relação com a torcida tricolor. Nem mesmo quando perdeu o título da Copa do Nordeste para o Sampaio Corrêa, na Fonte Nova, o treinador se viu na berlinda como está agora. 

O empate por 0x0 no clássico diante do Vitória, o sexto sob o comando de Enderson e o oitavo do tricolor na temporada, foi o estopim para os protestos nas arquibancadas. Gritos como “ô ô ô, queremos treinador” foram entoados. A justificativa do torcedor está no desempenho apresentado pelo Esquadrão. 

Apesar de ostentar a marca de segundo melhor ataque do Brasil, com 29 gols - perdendo apenas para o Santos, que tem 31, a versão 2019 do Bahia tem problemas no setor ofensivo. A dificuldade em furar defesas retrancadas fica mais evidente cada vez que o tricolor enfrenta equipes tecnicamente inferiores. Somado a isso, as campanhas fracas na Copa do Nordeste e Campeonato Baiano, além da eliminação precoce na Sul-Americana, baixaram a expectativa gerada no torcedor no início do ano. 

Torcida do Bahia protesta contra Enderson: 'queremos treinador'

“Sou um profissional do futebol. Já fui muito questionado, muitas pessoas depois reconhecem o trabalho. Me dedico 24 horas para o Bahia, tento fazer meu melhor. Sou um profissional que estou preparado para todas as situações”, respondeu Enderson sobre as vaias do torcedor. “A gente sabe que falta. O que falta? Às vezes é aquela bola entrar mesmo. É uma grande diferença quando a bola entra e quando não entra. Acho que a equipe tem produzido, tem jogado, tem lutado muito”, continuou.

Entre a diretoria do Bahia é unânime a ideia de que o trabalho dirigido por Enderson desde a temporada passada deve ser preservado. Presidente do clube, Guilherme Bellintani reconhece que o time precisa de ajustes, mas não vê a mudança no comando técnico como a solução. 

“Eu prefiro apostar no treinador que mostrou no ano passado, pegou a equipe na zona de rebaixamento, terminou na 11ª colocação, mostrou qualidade nas competições que participou. Esse é o treinador. O treinador que deu 4x1 no Vitória quando todo mundo dizia que o Vitória era favorito”, explicou Bellintani. 

“Estamos remontando o elenco, reestruturando o trabalho, mas prefiro apostar em um treinador que tem crédito no clube do que apostar em alguém simplesmente para substituir e dar razão às críticas, dar uma folga no presidente. Temos confiança no trabalho, o jogador, que é o mais importante, também tem. Com 50 dias de trabalho,  cogitar mudar o treinador seria sinal de que o Bahia faz as escolhas de forma emocional e pouco racional”, continuou o dirigente.

Mais pressão Principal alvo de críticas de Enderson, o calendário não será generoso com o tricolor. Nesta quarta-feira (13) o time volta aos gramados, quando encara o Sergipe, às 19h30, na Fonte Nova, pelo Nordestão. 

Mas o alvo principal do time nos próximos dias está no estadual. Quinto colocado e fora da zona de classificação, o Bahia não depende das próprias forças para se garantir nas semifinais. 

No próximo domingo, a equipe de Enderson pode se classificar com triunfo ou empate contra o Jequié, fora de casa, mas terá que secar Vitória da Conquista, Vitória, Bahia de Feira e Atlético. 

“Não está nada perdido, tem muita coisa aberta nessa última rodada. Matematicamente não tem ninguém garantido. Claro que a gente não gostaria de chegar nessa situação”, disse Enderson.