Radares de velocidade ganham proteção metálica para inibir ação de vândalos

Os dois únicos radares estáticos da cidade ganharam proteção, pintada de laranja, no domingo (1º)

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  • Milena Hildete

Publicado em 4 de julho de 2018 às 04:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Almiro Lopes/CORREIO

Pelo menos R$ 81 mil já foram gastos com consertos e manutenções de radares fixos e estáticos em Salvador desde 2017. É por isso que, agora, os dois únicos radares estáticos da capital ganharam uma proteção metálica - uma espécie de ‘camisinha’ antivandalismo.

Os dados são da Superintendência de Trânsito de Salvador (Transalvador), assim como a informação sobre a decisão de proteger os radares. Nos últimos seis meses, nove equipamentos foram danificados por vândalos. Todos os casos foram registrados em delegacias.

Os equipamentos que receberam a proteção desde o domingo (1º) detectam o excesso de velocidade em diversas vias, simultaneamente, na cidade. A decisão de colocar as proteções, segundo o superintendente da Transalvador, Fabrizzio Muller, começou após os dois ataques a radares na Avenida Octávio Mangabeira, em 28 e 30 de junho. Equipamentos receberam proteção após ataques a radares no último final de semana de junho (Foto: Almiro Lopes/CORREIO) “Instalamos duas ‘caixas pretas’ para proteger os radares. Aplicamos uma pintura bastante chamativa nos equipamentos, de cor alaranjada e bastante viva para que os condutores não tenham dificuldade de identificar. Desta forma, evitamos que a população encare a situação como uma pegadinha da Transalvador, ou que colocamos o equipamento escondido”, afirma Muller.

Ainda de acordo com ele, mesmo após a ação dos vândalos, os equipamentos vão continuar funcionando como antes. “Não haverá nenhuma mudança na forma de fiscalização dos equipamentos. Apenas optamos por utilizar esta proteção para evitar que atos de vandalismo danificam os aparelhos”, completa.

Os locais que mais tiveram radares danificados foram a região do Dique do Tororó e a Avenida Presidente Castelo Branco, no bairro de Nazaré.

De acordo com a Transalvador, os custos com a manutenção e conserto são pagos pela empresa proprietária dos radares, a Velsis. O órgão aluga esses equipamentos desde 2014.

Atualmente, a cidade tem 184 equipamentos. O CORREIO tentou contato com a Velsis, mas não obteve retorno até o fechamento desta edição.

Pressa inconsciente Conforme o educador de trânsito Rodrigo Ramalho, os radares são uma forma eficiente de fiscalização e inteligência para prevenir o excesso de velocidade. No entanto, a instalação do equipamento não agrada alguns motoristas.

“Este equipamento trouxe um certo impacto para a sociedade, porque o números de infrações aumentou e isso gera insatistação nas pessoas”, afirma. Ainda segundo Ramalho, isso ocorre porque as pessoas estão com uma pressa “inconsciente”.

“É o cidadão se opor às regras. As pessoas se atrasam, saem tarde de casa e querem tirar essa diferença no trânsito. A sociedade está caindo na real agora e os motoristas vão se reeducar”, diz ele.

Os atos de vandalismo configuram dano qualificado de patrimônio público, conforme artigo 163 do Código Penal, com pena de detenção de seis meses a três anos, e multa, além da pena correspondente à violência. O CORREIO tentou contato com as delegacias onde foram registradaas as ocorrências, mas não obteve retorno. Espaço onde são instalados radares, no entorno do Dique do Tororó (Foto: Mauro Akin Nassor/CORREIO) Redução de acidentes A fiscalização eletrônica de velocidade é um dos fatores que contribuíram para redução de 51% no número de mortes em acidentes de trânsito na capital baiana nos últimos cinco anos.

Em 2012, foram registradas 247 mortes em decorrência de acidentes de trânsito em Salvador, caindo para 120 em 2017. Desta forma, Salvador atingiu três anos antes a meta da Organização das Nações Unidas (ONU) para a Década de Ação pela Segurança no Trânsito, de diminuição de mortes em 50% entre 2011 e 2020.  *Com supervisão da editora Mariana Rios