Rapidinhas! Três séries para você assistir em um dia

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  • Carol Neves

Publicado em 11 de julho de 2019 às 07:09

- Atualizado há um ano

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Séries, livros, podcasts, cinema, música. Além disso, trabalho, estudos, família, sair com amigos, dormir se Deus quiser 8 horas por dia... Muita coisa e pouco tempo para conseguir dar conta de tudo. Então quem é fã de seriado sabe: de vez em quando você não quer nada mais que um episódiozinho de meia hora para curtir ali na hora do almoço, encaixar no meio da tarde, e seguir adiante. E sim, é possível fazer uma série de qualidade com episódios curtos.

Vou recomendar três séries que, além de episódios nessa faixa de tempo, ainda tiveram temporadas pequenas também. Dá para aproveitar uma tarde livre para curtir um seriado muito bom. Vem comigo!

Good Omens (Belas Maldições)

Depois de "American Gods", mais uma produção da Prime Video baseada na obra de Neil Gaiman (aqui, com Terry Pratchett). O livro traz uma história divertida sobre um anjo e um demônio que acabam se tornando amigos enquanto cumprem suas missões aqui na Terra, até que chega a ansiada e temida hora do Apocalipse. Mas tanto um quanto outro passaram a gostar do que têm por aqui e fazem um acordo para tentar neutralizar o enviado do inferno, um bebê que cresceria no nosso planeta, para dar início ao fim do mundo.

A adaptação consegue captar bem o humor original da história e a escolha de elenco é nada menos que excelente. Dando vida ao anjo Aziraphale está Michael Sheen, perfeito para o dândi que é esse ser celestial. Já o diabo Crowley fica a cargo de David Tennant. A série ainda conta com narração de Frances McDormand (como Deus) e tem reforços de peso como Mireille Enos (vive um dos cavaleiros do Apocalipse) e Jon Hamm (que é o anjo Gabriel). (Foto: Divulgação) São seis episódios com cerca de meia hora cada, ou seja, em três horinhas você já terá assistido tudo e dado muitas risadas. 

Derry Girls

A outra dica é Derry Girls, série britânica da Channel 4.  A história se passa nos anos 90, na Irlanda do Norte, acompanhando cinco amigos adolescentes - quatro garotas irlandesas e um rapaz inglês que é obrigado a frequentar a mesma escola católica só para meninas.

Nós temos Erin, que com seu diário costuma servir de fio condutor, a prima xOrla, as amigas Clare, sempre ansiosa, e a rebelde Michelle, além de James, que acabou de chegar na Inglaterra e não é lá muito bem recebido. Existe ao fundo um conflito com ingleses que deixou 3 mil mortos até um acordo de paz, em 1998. Volta e meia o tema ressurge, mas sempre sob as lentes do humor. (Foto: Divulgação) A série conta histórias de adolescentes, mas com um frescor trazido pelas caras, sotaques e locais diferentes, que dá um charme a mais. Enquanto todo o drama real acontece lá fora, os nossos protagonistas estão empenhados em arrumar uma maneira de escapar da prova de História ou arranjar dinheiro para uma viagem da turma para Paris (quando eles descobrem que são pobres!). Há ingenuidade nas aventuras do grupo, por mais loucas que sejam, e a série trata os personagens de maneira terna mesmo em meio a situações ridículas. Uma delícia de assitir.

A primeira temporada está disponível no Brasil pela Netflix. São apenas seis episódios curtinhos e cheios de humor. A segunda temporada já foi ao ar lá fora, mas segue inédita por aqui.

Fleabag

A série traz a criadora Phoebe Waller-Bridge (também responsável por "Killing Eve") como a protagonista, uma mulher jovem que tenta equilibrar sua vida romântica, problemas familiares e o lado financeiro, com seu pequeno negócio à beira de um naufrágio. Ao longo da primeira temporada vamos percebendo que Fleabag está mais à beira do abismo do que parecia inicialmente. Os outros personagens incluem a irmã obssessiva, o pai levemente ausente, a madrasta artista com quem Fleabag tem um relação passivo-agressiva e, nas suas memórias, sua melhor amiga, cuja história vamos descobrindo aos poucos. São seis episódios observadores e divertidos, com uma certa melancolia que sublinha tudo. (Foto: Divulgação) "Fleabag" consegue encontrar um humor surpreendente na vida desestruturada dos seus personagens. A personagem, do jeito que é vivida por Waller-Bridge, é uma bagunça emocional que se comporta com grande confiança, mas que quando olhamos bem deixa revelar uma pessoa vulnerável  A segunda temporada é ainda melhor. Constantemente Fleabag fala diretamente com a câmera, quebrando a chamada quarta parede de uma das maneiras mais eficientes que já vi. Na segunda temporada isso se destaca ainda mais e fica mais significativo quando um homem que passa a conviver com Fleabag nota aqui e ali que ela se desconecta das conversas, murmura coisas sem sentido e parece olhar para uma audiência invísivel - sim, Fleabag está sendo vista de verdade por alguém! O problema é que esse homem é um padre. Mais não direi para não estragar!

As duas temporadas estão disponíveis no Prime Video, cada uma com seis episódios.

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Mais Neil Gaiman Por falar em Neil Gaiman, sua obra mais famosa, os quadrinhos de Sandman, também vai virar série. A honra - e desafio - caberá à Netflix, que anunciou a novidade na última semana. Segundo o próprio Gaiman, a primeira temporada terá 11 episódios e será baseada em "Prelúdios e Noturnos", que mostra Sandman recuperando o Sonhar depois de passar 75 anos presos, confundido com a irmã Morte em um ritual de bruxaria. Os roteiros ficarão por conta do próprio Gaiman, sempre muito envolvido nas versões televisivas de sua obra, ao lado de David Goyer (Demolidor, Motoqueiro Fantasma, Cidade das Sombras, Blade:Trinity). O showrunner é Allan Heinberg, que tem história no mundo dos quadrinhos, sendo roteirista da Marvel em "Young Avengers". Ele também foi roteirista no filme "Mulher Maravilha". 

"Stranger Things" ainda diverte A nova temporada de "Stranger Things", a série oitentista da Netflix, chegou fazendo barulho e quebrando recordes na plataforma, mas também recebeu uma saraivada de críticas. "Os americanos não vão superar os russos como vilões?" Difícil em uma série que usa todos os estereótipos de uma época em plena Guerra Fria. "Muito merchandising!" Verdade, mas todos me pareceram fazer sentido para o que é a série. "Não passa de mais do mesmo!" É verdade, mas isso não é uma coisa ruim aqui, quando os roteiristas parecem ter chegado ao ápice de conhecer seus personagens, as melhores combinações e deixam a série ainda mais divertida. Saiu melhor que a temporada passada, em minha opinião, com sobras.

Claro, "Stranger Things" não é nenhuma maravilha narrativa que irá sentar ao lado das séries canônicas da TV. A essa altura, quem acompanha já sabe que não, não vai ficar mais profundo do que isso. Mas o seriado continua fazendo bem o que se propõe e conseguiu ter uma temporada mais concisa, sem preocupação com mitologias, com oito episódios que passam rápido e deixam possibilidade para uma quarta (ainda não confirmada oficialmente, mas é só questão de tempo). (Foto: Divulgação) Antes tarde do que nunca! Atrasada no bonde, mas nunca é tarde para dizer que se você ainda não viu "Olhos que condenam", corra! A minissérie de Ava DuVernay é baseada na história real dos "Cinco do Central Park", jovens negros e latinos que foram erroneamente condenados pelo estupro de uma corredora branca no famoso parque de Nova York. Anos depois, o verdadeiro criminoso foi descoberto e os cinco foram exonerados. Todos os episódios estão na Netflix, assim como um especial com a apresentadora Oprah Winfrey entrevistando os envolvidos. 

A minissérie é belíssima e forte - se prepare para chorar. A escolha de elenco é particularmente pungente, com destaque para Jharrel Jerome, que vive Korey Wise, o único do grupo a ser julgado como adulto, nas duas fases da história. Jerome vive Korey Wise (Foto: Divulgação)