Rebelião no presídio de Taubaté tem 14 reféns

Três reféns já foram liberados, entre eles um pastor de 80 anos e uma mulher

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  • Da Redação

Publicado em 9 de agosto de 2018 às 09:12

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Reprodução / TV Vanguarda

Uma rebelião no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Taubaté, no Vale do Paraíba, interior de São Paulo, fez 14 reféns (dois agentes penitenciários e 12 agentes religiosos), de acordo com a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP). A rebelião que começou por volta das 15h desta quarta-feira (8), e surpreendeu os moradores da região que escutaram barulhos e explosões no início do motim.

A causa do motim ainda é desconhecida e, segundo a promotoria, os detentos não especificaram quais são as reivindicações. A Polícia Militar esteve no local durante toda a madrugada tentando conduzir as negociações. Um helicóptero sobrevoou o presídio até o fim do dia. Parentes de detentos passaram o início da madrugada aglomerados em frente ao CDP.

Uma comissão de representantes da sociedade está acompanhando o caso e conversou com as famílias dos presos durante a noite noite para explicar detalhes sobre as negociações. Uma mulher mantida entre os reféns foi liberada no fim da tarde de quarta, um homem foi liberado às 21h e outro às 22h40 do mesmo dia. Um deles é um idoso.

Todos são voluntários ligados a movimentos religiosos que fazem atendimento em presídios. Eles são membros dos grupos 'Deus é Amor', 'Cristo é Luz é Vida', Capelania de Taubaté e Assembleia de Deus.

A primeira refém foi liberada assim que a juíza corregedora Sueli Zeraik chegou ao presídio, no fim da tarde de quarta, para atuar nas negociações junto com a direção do CDP. A juíza deixou o local por volta da meia-noite. O Ministério Público também esteve no local acompanhando as negociações.

A refém liberada, Maria Benedita Ferraz, que faz parte do grupo de religiosos que estavam no local, relatou como tudo aconteceu. “Entramos e eu escutei um grito: 'caiu' e depois 'peguei'. Tinha um detento passando mal e achei que fosse alguma coisa de brincadeira entre eles. Quando eu olhei para cima, eu vi dois numa divisão entre as celas, em cima de mim. Aí eu percebi que estava acontecendo alguma coisa de errado. Eu gritei pela igreja no que eu falei 'meu Deus', eles cataram esse funcionário e mais um outro", disse.

Ainda segundo ela, entre os reféns havia um agente ferido e um pastor de, aproximadamente, 80 anos; que acabou sendo liberado durante a noite. A missionária disse também que os detentos garantiram que não machucariam nenhuma pessoa da igreja e reivindicavam melhorias no local. 

A unidade atualmente, encontra-se, superlotada e conta com 1.521 internos quando sua capacidade máxima é de 844 detentos.