Recorde na Netflix, Porta dos Fundos responde à polêmica com novo vídeo

Agora, humoristas fazem piada com padres e pastores que pregam boicote ao especial de Natal

  • D
  • Da Redação

Publicado em 21 de dezembro de 2019 às 05:20

- Atualizado há um ano

. Crédito: .

Um abaixo-assinado online com milhões de assinaturas, pedidos de liminar para remoção da obra do catálogo da Netflix, e até requerimento de indenização por dano moral coletivo.  Em meio a muita polêmica e promessa de boicote, A Primeira Tentação de Cristo, especial de Natal do Porta dos Fundos tem dado o que falar desde quando foi lançada, no início de dezembro. Tanto burburinho fez com que se tornasse a produção brasileira mais vista da história da Netflix, fato oportunamente utilizada pela produtora em seu mais novo esquete Inritado, lançado na manhã de sexta (28) no YouTube.

O especial vem colecionando manifestações de repúdio que não se restringem a uma única religião. Católicos, evangélicos e islâmicos reforçaram o coro, emitindo notas de repúdio e até movendo ações contra a produtora, que pelo segundo ano consecutivo lança um especial de Natal em parceria com a Netflix.  No último dia 25, o grupo humorístico ganhou o Emmy Internacional pelo especial do ano passado, focado na Santa Ceia. Nele, Jesus era um mau caráter beberrão, e tinha um caso com Maria Madalena. No novo especial, Jesus (Gregório Duvivier) ganha uma festa de aniversário de 30 anos logo após retornar de uma viagem de 40 dias pelo deserto com o namorado, Orlando (Fábio Porchat). Durante a comemoração, Maria e José aproveitam para fazer uma revelação: ele foi adotado por José e seu verdadeiro pai é Deus. Para Duvivier, as críticas à obra têm cunho homofóbico. “No especial de 2018, Jesus era mau caráter e não teve protesto, e neste ano ele é gay e fazem um escândalo. Me entristece perceber que, pra muita gente, Jesus ser gay é uma ofensa, quando na verdade é uma característica”, disse em entrevista à Folha de S. Paulo. O Porta dos Fundos afirma, através da assessoria, que “valoriza a liberdade artística e faz humor e sátira sobre os mais diversos temas culturais e da nossa sociedade”. Em nota, a Netflix informou que “valoriza e aprova a liberdade criativa dos artistas com quem trabalha, e reconhece também que nem todas as pessoas vão gostar desse conteúdo. Daí a liberdade de escolha oferecida pela empresa, em seu cardápio variado de opções, que inclui, por exemplo, novelas bíblicas”.