Redes sociais podem prejudicar você na hora de conseguir um emprego

Bahia tem 1,2 milhão de trabalhadores desempregados

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  • Gil Santos

Publicado em 14 de novembro de 2018 às 06:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Arquivo CORREIO

Quando a oportunidade de emprego bate na porta, a ideia é agarrar com unhas e dentes. Para isso, muitos candidatos se empolgam na entrevista e acabam dizendo coisas que nem sempre são tão verdadeiras. Por isso, os recrutadores apostam cada vez mais em um trabalho "investigativo" nas redes sociais dos concorrentes à vaga.

De acordo com o SineBahia, é preciso ter alguns cuidados. Não adianta relatar ao entrevistador que ama acordar cedo, por exemplo, e reclamar disso diariamente nas redes sociais. A dica é: seja sincero e pense duas vezes antes de postar.

Mas, se ater ao mundo virtual não basta. O diretor de relações institucionais da Associação Brasileira de Recursos Humanos na Bahia (ABRH-BA), Victoriano Garrido, diz que a qualificação continua sendo o diferencial na hora da seleção. No entanto, ele ressalta que aqueles que já estão empregados precisam ter comprometimento e postura para não se prejudicar no trabalho.

“São três ‘T’: tempo, talento e tesão. O candidato precisa saber usar bem o tempo, se qualificando enquanto não consegue uma vaga no mercado, descobrir para qual área tem talento e o que lhe dá tesão de trabalhar. Quem já está empregado não pode parar de estudar, porque as empresas querem funcionários cada vez mais qualificados”, explica.

Desemprego e trabalhos temporários Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), até junho deste ano a taxa de desocupação da Bahia era de 16,5%, a 5ª maior do país. No total, 1,2 milhão de trabalhadores baianos estavam sem serviço.

Em Salvador, o levantamento aponta 301 mil pessoas nessa situação, o que corresponde a 17,2% e que deixa a capital com a 3ª maior taxa de desempregados, com cenário melhor apenas que Macapá (19,6%) e Manaus (17,6%).

Segundo os especialistas, os empregos temporários são a porta de entrada para muitos trabalhadores voltarem à ativa, e costumam surgir em maior número nos três últimos meses do ano. O SineBahia estima que entre outubro e dezembro de 2018 serão oferecidas 1,5 mil vagas.

O coordenador da Rede SineBahia, Hildásio Pitanga, conta que 50% dessas oportunidades já foram preenchidas, mas que as contratações acontecem em maior número no mês de novembro. A maioria das vagas são para vendedor, atendente de lojas e mercados, e operador de caixa.

“A gente sabe que entre 10% a 15% dessas vagas podem se tornar efetivas, e que 40% das oportunidades oferecidas pelo Sine não exigem experiência. A qualificação continua sendo o diferencial. Além disso, na entrevista, o candidato precisa ter pontualidade e cuidado com a aparência, evitando decotes avantajados, maquiagem carregada, bermudas, e bonés, por exemplo”, orienta.

O que não fazer? Ele conta ainda que os erros mais frequentes de quem procura uma vaga de trabalho estão relacionados com ações comportamentais, como chegar atrasado, ter uma má apresentação, estar mal informado sobre a área que pretende atuar e contar sobre experiências negativas no antigo trabalho – inclusive nas redes sociais –, sempre culpando alguém.

As vagas do SineBahia podem ser consultadas pessoalmente em um dos postos do Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC), pelo aplicativo SineFácil ou no site (www.empregabrasil.mte.gov.br), neste último caso é preciso primeiro validar uma senha em um dos postos do Sine. A instituição também oferece cursos de capacitação gratuitos. As inscrições podem ser realizadas nas unidades presencialmente.

Procurado, o Serviço Municipal de Intermediação de Mão-de-obra (SIMM) informou que até o momento não tem vaga temporária para este final de ano.