Relator de processo acusa Eduardo Cunha de manter contas secretas na Suíça

A declaração foi feita durante a leitura do parecer na tarde desta quarta-feira (1º)

Publicado em 1 de junho de 2016 às 17:36

- Atualizado há um ano

O relator do processo de cassação do mandato do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Marcos Rogério (DEM-RO), acusou o peemedebista de possuir contas no exterior e omitir a existência das mesmas em depoimento na Câmara dos Deputados. A declaração foi feita durante a leitura do parecer na tarde desta quarta-feira (1º).

De acordo com Rogério, há extratos bancários que comprovam a realização de cinco transferências entre 30 de maio e 26 de junho de 2011 de uma conta na Suíça para a conta de Cunha. Os valores somariam mais de um milhão de francos suíços. Cunha ainda foi acusado de utilizar instrumentos jurídicos para a prática de fraudes cujo o objetivo era mascarar a existência de patrimônio no exterior.Deputado Marcos Rogério (DEM-RO)(Foto: Agência Brasil)O parecer de Rogério diz também que os investimentos em trusts do peemedebista também serviram para a prática de fraudes no ocultamento dos bens. Rogério disse ainda que, ao contrário do que alega a defesa do presidente afastado da Casa, a lei brasileira exige que os trusts sejam declarados às autoridades.

"A partir do exame dos documentos compartilhados pelo Supremo Tribunal Federal e Banco Central do Brasil, é possível concluir que, na hipótese analisada, os trusts instituídos pelo deputado Eduardo Cunha representaram, na verdade, instrumentos para tornar viável a prática de fraudes: uma escancarada tentativa de dissimular a existência de bens, sendo tudo feito de modo a criar uma blindagem jurídica para esconder os frutos do recebimento de propinas cujos valores foram relatados por testemunhas e lastreiam a denúncia já recebida do Supremo, também confirmados perante este Conselho", frisou.