Relembre a história olímpica de Ana Marcela até o sonhado ouro

Baiana participou de outras duas edições dos Jogos, além de ter ficado de fora de Londres-2012

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  • Giuliana Mancini

Publicado em 3 de agosto de 2021 às 21:54

- Atualizado há um ano

. Crédito: Satiro Sodré/CBDA

Ana Marcela Cunha, enfim, realizou o grande sonho da carreira: conquistar uma medalha olímpica. A baiana faturou o ouro da maratona aquática em Tóquio, após completar a disputa de 10km em 1h59m30s8, no Odaiba Marine Park. Foi a coroação de uma história de perseverança, que começou há 13 anos.

A primeira vez que a brasileira disputou a prova em uma edição dos Jogos foi em Pequim-2008. Na época, tinha apenas 16 anos, sendo a atleta mais jovem da competição. E conseguiu um surpreendente 5º lugar, a apenas 9 segundos da campeã, Larissa Ilchenko, e a 5 segundos de um lugar no pódio. Ela admitiu um erro de estratégia, mas projetava uma performance melhor em Londres-2012. 

Só que essa oportunidade não chegou. No Mundial de Xangai de 2011, Ana Marcela terminou a prova de 10km em 11º lugar, apenas uma posição atrás das dez nadadoras classificadas. Desta forma, estaria de fora dos Jogos. Alguns dias depois, conquistou o ouro nos 25km, se tornando a primeira atleta do Brasil a ser campeã do torneio. Mas faltava a medalha olímpica.

Teria mais uma chance em casa, na Rio-2016, e chegava como uma das favoritas. A esperança logo se transformou em uma nova fustração: após perder a reposição líquida, fundamental para a disputa, teve um desempenho abaixo do esperado e acabou terminando na 10ª colocação.

O novo ciclo olímpico começou turbulento. Ana Marcela descobriu, ainda em 2016, uma doença autoimune que destrói a produção de plaquetas sanguíneas. Precisou retirar o baço para evitar complicações futuras. 

Quatro anos depois, a principal meta da carreira foi completada com sucesso. Era o que faltava no impressionante currículo da baiana, que tem 33 medalhas de ouro, 16 de prata e 17 de bronze em campeonatos da Federação Internacional de Natação (Fina). Ao todo, subiu ao pódio 11 vezes em Mundiais, nas provas de 5km, 10km e 25km, faturando cinco títulos.

Em 2019, ainda foi responsável por primeira medalha de ouro da história da natação brasileira na maratona aquática dos Jogos Pan-Americanos.

Não à toa, Ana Marcela já foi eleita a melhor atleta do planeta da maratona aquática seis vezes, e venceu o Prêmio Brasil Olímpico, considerado o "Oscar" do esporte brasileiro, em duas ocasiões, em 2016 e 2018.