Repórter do Ceará é agredida por torcedores após derrota do time

Funcionária do clube foi agredida fisicamente e verbalmente no Castelão, em Fortaleza

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  • Da Redação

Publicado em 30 de abril de 2018 às 16:41

- Atualizado há um ano

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A jornalista Mari Rios, que trabalha na Vozão TV, emissora oficial do Ceará, denunciou neste domingo (29) que foi agredida fisicamente e moralmente por torcedores do clube na partida entre Ceará e Flamengo, que terminou com vitória da equipe do Rio de Janeiro por 3x0.   A funcionária do Vovô foi agredida após o apito final de Anderson Daronco, quando saía do Setor Premium do estádio. Ela foi xingada e, ao tentar sair do local, foi segurada pelo braço por torcedores do clube.   No momento da agressão, Mari estava sozinha, sem a presença de cinegrafistas ou produtores. Ela ainda não fez boletim do ocorrência (B.O), mas deverá fazer no decorrer desta segunda-feira (30).    "Fui vítima de mais um ato machista e covarde no futebol. Fui agredida fisicamente e verbalmente, por (nem posso dizer que são torcedores) nem sei como definir. Apertar pelo braço, colocar dedo na cara e xingamentos do mais baixo calão", escreveu em uma rede social.   A jornalista, que apresenta e faz reportagens nos programas da Vozão TV que vão ar no Canal Premiere e YouTube, ainda escreveu: "Sabe o pior? Tive que me calar!" e encerrou com um apelo. "Torcedor, conviva com as derrotas e mais ainda respeite nós mulheres que trabalhamos no futebol"   Em contato com a reportagem do O POVO, a jornalista agradeceu a preocupação, mas não quis falar sobre o episódio, avisando que agora tudo está nas mãos do departamento jurídico do clube.   Instantes após a repórter noticiar que foi vítima de agressão em sua conta no Instagram, o Ceará lançou uma nota de repúdio em seu site oficial. Confira a publicação na íntegra:  "O Ceará Sporting Club vem a público demonstrar total repúdio às agressões físicas (puxões pelo braço) e verbais sofridas pela repórter do Vozão TV, Mari Rios, no exercício de suas funções, na noite desse domingo, 29/04, na Arena Castelão, na partida entre Ceará x Flamengo.   O Clube se solidariza com a funcionária e coloca à disposição aparato jurídico neste caso. Será feito Boletim de Ocorrência para que seja aberto inquérito sobre o fato. Acreditamos que nenhuma manifestação de torcida pode exceder os limites da civilidade e respeito ao próximo.   O Ceará S.C reforça o apoio ao manifesto #DeixaElaTrabalhar e vai se empenhar para que o fato seja apurado e os agressores sejam devidamente punidos. Somos radicalmente contra ações dessa natureza".

Apoio O Fortaleza prestou apoio à jornalista e deseja que providências sejam tomadas. "O Fortaleza Esporte Clube, através de sua Diretoria e Assessoria de Comunicação, se solidariza e lamenta o ocorrido com a repórter da TV do Ceará, Mari Rios. Que providências sejam tomadas e casos como esses não se repitam", afirma a nota. 

Campanha  No último dia 25 de março, jornalistas esportivas lançaram a campanha #DeixaElaTrabalhar, após a repórter Bruna Dealtry, do canal Esporte Interativo, ser vítima de assédio durante uma transmissão ao vivo em que estava no meio da torcida do Vasco, no Rio de Janeiro.