Ribeira recebe último dia do Festival Internacional de Artistas de Rua da Bahia

Evento segue nos próximos dias para as cidades de Irecê, Jacobina e Madre de Deus

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  • Luan Santos

Publicado em 4 de março de 2018 às 18:27

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Marina Silva/CORREIO

Palhaços, atores, malabaristas, acrobatas, dançarinos, poetas e artistas plásticos invadiram o final de linha da Ribeira neste domingo (4) durante a 14ª edição do Festival Internacional de Artistas de Rua da Bahia. Na última sexta-feira (2) e no sábado (03), o evento foi realizado no Santo Antônio Além do Carmo. 

O festival consiste em uma série de apresentações artísticas, algumas realizadas simultaneamente, e reúne atrações de cinco estados brasileiros e oito países das Américas e da Europa. Integram o evento artistas brasileiros da Bahia, Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Ceará, além de atrações internacionais da Argentina, Uruguai, Portugal, Espanha, Bélgica, Itália, Reino Unido, Alemanha e Estados Unidos. Programação deste domingo foi voltada especialmente para o público infantil (Foto: Luan Santos/CORREIO) As apresentações deste domingo formaram uma programação especialmente voltada para o público infantil, com as Leiturinhas Musicadas, que fazem teatro musical infantil; o malabarismo cômico de Mauro Cosenza; as bolhas gigantes de sabão de Vanda Cortez; e os painéis coloridos à mão, que contam sempre com a participação infantil, da artista plástica Tova Snyder. O evento conta ainda com o show do americano 'Leapin' Louie Wild West Spectacular' com seus laços de cowboy. 

A oficina de xilogravura, comandada pelo artista plástico Luiz Natividade, foi uma das primeiras atrações, contando com a participação de dezenas de crianças. Entre elas, estava a pequena Carla Leite, de 2 anos, a primeira a chegar. Levada pela mãe, a psicóloga e professora Clarissa Leite, 36, ela assistiu com atenção à apresentação de Luiz e, depois, colocou em prática os ensinamentos para produzir sua obra de arte. 

"É fundamental termos eventos como esse, que resgatam a cultura popular. São importantes para o desenvolvimento da criança e também para a família", pontua Clarissa.  A psicóloga e professora Clarissa Leite levou a filha Carla, de 2 anos, para a oficina (Foto: Luan Santos/CORREIO) Após assistir à oficina, aos painéis coloridos e às Leiturinhas Musicadas, a administradora Érica Lima, 29, se disse impressionada com a riqueza cultural do festival. "São muitas opções, de ótima qualidade, para todas as idades. Acredito que ações como essa são essenciais para as crianças, porque tira elas do mundo virtual dos celulares e traz para as ruas, para experiências das mais diversas", conta ela, que levou o filho Lucas, de 3 anos. 

Luiz Natividade diz que a xilogravura não tem mistério e que todos podem fazer. "Se tiver um ano já pode fazer xilogravura", afirma. Ele conta que suas obras têm quatro assinaturas, uma visível e três invisíveis. "Quem inventar de fazer igual, eu vou saber", diz, aos risos. 

Rico em histórias inusitadas, Luiz conta que tinha o desejo de participar do quadro Se Vira nos 30, do programa Domingão do Faustão. "Passei três meses treinando para fazer uma xilogravura em 30 segundos, de forma que ficasse perfeita. Depois dos três meses, consegui concluir numa sexta e iria me inscrever na segunda seguinte. No domingo, foi um cidadão no programa e fez a mesma xilogravura que eu estava treinando. Acabei desistindo de me inscrever", relata.

De Salvador, o festival segue para Irecê, no Centro-Norte da Bahia, onde será realizado nas próximas terça (6) e quarta-feira (7), na Praça da Prefeitura e Calçadão, a partir das 18h. Depois, segue para Jacobina, também no Centro-Norte, nas próximas quinta (8) e sexta-feira (9), na Praça da Matriz. O evento será finalizado em Madre de Deus, na Região Metropolitana de Salvador, no sábado (10), na Orla, a partir das 17h. Nas cidades do interior, artistas locais se juntam ao festival para as apresentações. 

Segundo Selma Santos, co-idealizadora e diretora-geral do evento, o objetivo é levar atrações artísticas de qualidade e gratuitas para as pessoas. "A arte de rua existe desde a Idade Média, com os trovadores. Então, levamos estas apresentações para as pessoas. Especialmente aquelas que não têm a possibilidade de pagar, de ir ao teatro", ressalta. Garotada participa junto das bolas de sabão (Foto: Luan Santos/CORREIO)