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Em Das 'Coisa' Dessa Vida, um artista revela suas memórias enquanto se prepara para apresentar-se
Roberto Midlej
Publicado em 3 de maio de 2019 às 05:50
- Atualizado há um ano
Para o ator Ricardo Fagundes, o encontro que ele teve com o também ator João Miguel no verão do ano passado, na Concha Acústica, não foi mera casualidade, mas sincronicidade. “Eu havia pensado nele naquele mesmo dia de manhã e, à tarde, num show do Olodum, no meio de cinco mil pessoas, encontrei ele”, lembra-se Ricardo, 41 anos.
Daquele encontro, há pouco mais de um ano e meio, nasceria o monólogo Das ‘Coisa’ Dessa Vida, que estreia amanhã no Teatro Gamboa Nova e segue até o dia 26, aos sábados e domingos.
Mas João Miguel, que é também baiano, desta vez vai ocupar uma função que não lhe é habitual: ele vai dirigir o colega. João, conhecido principalmente por seu trabalho como ator, em filmes como Estômago (2008) e em séries como 3%, retorna à direção. A única peça dirigida por ele havia sido Bispo, outro monólogo, mas com uma particularidade: ali, ele dirigia a si mesmo. O diretor João Miguel (foto: divulgação) Em Das ‘Coisa’ Dessa Vida, ele dirige Ricardo, que dá vida a Nalde, um artista que compartilha suas memórias com o público, enquanto se prepara para uma performance. O texto é de Gildon Oliveira e a canção-tema foi composta para o espetáculo por Luisão Pereira e Rebeca Matta.
“Nalde vai contando as histórias da vida dele, enquanto prepara a apresentação. Há ali ‘ventos de memória’, que surgiram durante esse período de um ano e meio em que preparamos o texto”, afirma Ricardo, que, além de ser ator, é doutorando em teatro.
Quando João e Ricardo são questionados sobre o gênero de Nalde, os dois se olham e, mesmo com a cumplicidade um do outro, são incapazes de chegar a uma conclusão. “Ele é humano”, resume Ricardo, após segundos em silêncio.
A montagem foi sendo construída aos poucos, por mais de um ano, e passou por uma espécie de laboratório, quando Ricardo realizou apresentações experimentais em lugares como Crato (CE) e São Paulo, com poucos recursos cênicos e em locais públicos.
Aquele exercício foi determinado por João Miguel, que nos anos 1990 foi palhaço e realizou muitas apresentações na rua, passando o chapéu para juntar um trocado, quando vivia no Rio de Janeiro.
Serviço
Local: Teatro Gamboa Nova (Gamboa de Cima, 3, Aflitos)
Quando: Sábados, 19h e Domingos, 17h. Amanhã até dia 26.
Ingresso: R$ 20 | R$ 10