Rio Grande do Norte encanta com praias, dunas, falésias e lagoas naturais

Tamanho não é documento: apesar de pequeno, estado coleciona belíssimos cartões-postais

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  • Perla Ribeiro

Publicado em 19 de julho de 2018 às 12:08

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Secretaria de Turismo do Rio Grande do Norte/Divulgação

Natal é daquelas cidades gostosas e hospitaleiras. É capital, mas mantém ares de cidade do interior: é relativamente pequena, tem apenas 885 mil habitantes, segundo dados do IBGE. Só pra ter uma noção, a capital baiana possui cerca de 3 milhões. O estado do Rio Grande do Norte também é pequeno. É o quinto menor do país e o terceiro do Nordeste. Mas, como diz o ditado popular, tamanho não é documento. Porque o estado é pequeno, mas coleciona cartões-postais maravilhosos. Eles têm um litoral de fazer inveja e não é pelo tamanho. São 400 quilômetros de praias - na Bahia são 932 km. Mas o mar lá é de um azul que hipnotiza.  Além de belas praias, falésias e lagoas naturais, a viagem ainda é regada a muita adrenalina. Tem o sabor de aventura dos passeios de buggy, com o vento batendo no rosto e o cheiro da maresia comum às cidades litorâneas.

Conhecer Natal é se permitir sentir aquele frio na barriga quando o buggy sobe nas dunas acelerado e desce com tudo. Nessa hora, a adrenalina vai a mil e você se sente viva. É também poder se deliciar com os causos dos bugueiros, alguns já bem velhinhos, mas que continuam amando apresentar as belezas da sua terra para o turista desbravador.

Se você gosta de foto e der sorte, vai encontrar no bugueiro mais do que um profissional que vai te conduzir pelas dunas, mas também um fotógrafo de mão cheia, que vai te presentear com as melhores fotos da viagem. Daquelas que os amigos vão ver e querer fazer uma igualzinha.

Gosta de praia e de viver fortes emoções? Inclua o Rio Grande do Norte na lista dos próximos destinos a serem visitados - ele atrai mais de 2 milhões de turistas por ano.  Se possível, reserve uma semana para a viagem. O ideal é ficar em Natal. Pertinho de lá, há vários cartões-postais que podem ser visitados no esquema de bate-volta: Baía Formosa, Genipabu, Maracajaú, Pipa, além dos famosos passeios pelos litorais Norte e Sul.

Pipa Mas, para dar conta de tudo isso, é preciso ter tempo. Se quiser curtir só um fim de semana, ainda assim é válido, mas será impossível conhecer tudo. Com certeza, você vai sair de lá já pensando numa nova oportunidade de voltar. Mas, se tempo não for problema pra você, em vez de bate-volta, reserve, pelo menos, dois dias em Pipa, o segundo destino mais visitado do Rio Grande do Norte, perdendo apenas para Natal.

Como diz o guia Eduardo Zelli, da Luck Receptivo, o turista desavisado pensa que Pipa é uma praia, mas, na verdade, trata-se de um complexo com nove praias: Tibau do Sul, do Giz, Cacimbinha, Madeiros, Currais, São Sebastião, Praia do Amor, Afogados e Cibauma. “A Praia do Giz recebeu esse nome porque pegavam a areia dela para fazer giz. Já Tibau é um nome indígena que na língua Tupi significa duas águas”, conta. (Foto: Secretaria de Turismo do Rio Grande do Norte/Divulgação)

Além das belezas, a Praia do Amor tem algo especial. Ela carrega uma mística. “É só amarrar uma fitinha na rede do amor que em 48 horas ele aparece”, ensina o guia.

No caso da francesa Aude Barbosa, 39 anos, antes mesmo de amarrar a fitinha ela encontrou o amor. Não precisou sequer ir até a praia. Foi no aeroporto mesmo, quando desembarcava  no Rio Grande Norte, acompanhando uma equipe do jornal Le Figaro, há 20 anos.

Ficou tão encantada com o que encontrou que não quis voltar mais pra casa. Se apaixonou pelo motorista que a levou junto com a equipe do aeroporto para Tibau do Sul e ficou por lá mesmo. Trocou o glamour de Paris pela simplicidade de uma vilinha de pescadores. “As pessoas não conseguiam entender minha escolha. Ouvi muito isso: ‘Largou o primeiro mundo para viver no terceiro?’”, conta, com graça. O que as pessoas que questionavam sua escolha não sabiam é que, aos olhos dela, as belezas e o estilo de vida encontrados ali eram impagáveis. “Primeiro mundo é consumismo e, para mim, o ser humano é mais importante. Isso a gente aprende aqui. Hoje, botar um sapato é algo tão difícil. Há dois meses tive um casamento e usar uma roupa social foi bem difícil”, conta, em um português que, mesmo claro, denuncia a origem estrangeira.

Aude trabalha com passeios de barco. Passa o dia de bermuda, pés no chão e contato com a natureza. Ainda se gaba dos filhos, de 12 e 18 anos, que, falam francês fluente e cresceram com uma lagoa no quintal de casa. “Se Paris tivesse um pouquinho mais de sol, as pessoas seriam mais simpáticas”, diz. E aí, se animou para desbravar as belezas do estado? As pessoas não entendiam minha escolha. Ouvi muito: “Largou o primeiro mundo para viver no terceiro?” Aude Barbosa. Francesa, que há 20 anos vive em  Tibau do Sul. Foto: Secretaria de Turismo do Rio Grande do Norte/Divulgação Ponta Negra Um dos cartões-postais mais conhecidos de Natal, a Praia de Ponta Negra se estende por quatro quilômetros e abriga um dos atrativos mais visitados da cidade: o Morro do Careca - uma duna de 107 metros de altura, onde  turistas e locais usavam uma prancha de madeira para escalar o morro. Desde o fim dos anos 1990, a escalada foi proibida como medida de preservação da mata nativa. Além da praia, que é ótima para banho,  tem várias opções de bares e restaurantes. Depois de almoçar ou jantar em um dos restaurantes, vale a pena bater perna na orla, entrando nas lojinhas, pra conferir o artesanato local.

Cadastre seu e-mail e receba novidades de gastronomia, turismo, moda, beleza, tecnologia, bem-estar, pets, decoração e as melhores coisas de Salvador e da Bahia: [[embe]] Foto: Secretaria de Turismo do Rio Grande do Norte/Divulgação Praia do Amor Pra quem vai a Pipa, a Praia do Amor é uma espécie de parada obrigatória. Ela  é cercada por falésias e a gente é arrebatada pelas belezas naturais do lugar logo na chegada. É que, para ter acesso à praia, é preciso descer uma escadaria de madeira e, entre um degrau e outro, dá pra ir contemplando aquela vista fantástica de cima. Tem ainda um chapadão, que é uma espécie de mirante, onde dá para ter uma vista geral da praia.  Não tem o mar calminho, tanto  que é muito procurada para a prática de surf, mas é uma boa pedida para um banho de sol regado a bons drinks.                                                 

O que você precisa saber

Como chegar Natal fica a 1.090 quilômetros de Salvador. De carro, a viagem dura, em média, 15 horas. De ônibus, pode levar até 21h. O transporte entre Salvador e Natal é operado pela Gontijo e pela Nacional. As passagens variam de R$ 150 a R$ 250, por trecho. De avião, há opções pela Avianca, Azul, Gol e Latam, mas só o da Gol é direto. Os valores das passagens oscilam muito, mas, na promoção, é possível encontrar ida e volta, em média, por R$ 350.

Onde ficar Se procura o conforto de um cinco estrelas, uma boa pedida é o Wish Natal. O resort da rede GJP é super charmoso, está novinho e fica em frente à praia. Quase todos os quartos têm vista para o mar. Circulando por lá, você ainda pode encontrar com um conterrâneo, o gerente geral do hotel, Gefferson Alves, que é baiano. Na baixa estação, tem diária para dois a partir de R$ 303 (wishnatal.com). Para algo mais em conta, tem o Pérola Praia Hotel, um três estrelas com diária para dois a partir de R$ 149, em Ponta Negra. No booking.com há outros hotéis e no airbnb.com tem casas, apartamentos e quartos para temporada.

Agência de viagem A Luck Receptivo oferece 15 opções de passeios saindo de Natal e quatro saindo de Pipa. Eles aceitam cartão de crédito e, na compra de cinco passeios, há desconto de 20% no valor total. Se fechar o passeio de buggy para Genipau, peça para ser com Almeida que o book tá garantido. Não deixe de conhecer também o Forte dos Reis Magos e Maracajaú.Siga o Bazar nas redes sociais e saiba das novidades de gastronomia, turismo, moda, beleza, decoração e pets: *Colaborou para o BAZAR e viajou a convite do Wish Natal