Roceirinho é transferido para presídio de segurança máxima no Mato Grosso do Sul

Traficante é apontado como líder da facção Katiara, que começou no Recôncavo da Bahia

Publicado em 4 de setembro de 2015 às 08:03

- Atualizado há um ano

Apontado como líder da facção Katiara, Adilson Souza Lima, conhecido como Roceirinho, foi transferido do Conjunto Penal de Serrinha para o Sistema Prisional Federal de Segurança Máxima do Mato Grosso do Sul, nesta quinta-feira (4). A transferência foi decretada pela 1ª Vara de Tóxicos em Feira de Santana, e aconteceu a partir de uma atuação conjunta do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas e de Investigações Criminais (Gaeco) e promotores de Justiça. Roceirinho comandou a organização mesmo preso na Bahia e em Mato Grosso do Sul, trazendo drogas e armas do Mato Grosso do Sul e São Paulo para vender nas cidades do recôncavo baiano e região metropolitana de Salvador. O grupo criminoso vem sendo investigado desde 2013. O traficante foi preso em 2012 e custodiado no Complexo Penitenciário da Mata Escura. Em outubro do ano passado, ele foi transferido para o presídio em Serrinha.  Roceirinho foi preso em 2012 em Salvador. No ano passado foi transferido para Serrinha(Foto: Divulgação/Polícia Civil)No dia 18 de agosto, uma operação das polícias Civil e Militar, no bairro da Katiara, município de Nazaré, no Recôncavo da Bahia, prendeu integrantes da quadrilha do traficante. Noventa policiais e 35 viaturas participaram da operação. Foram usados motos, carros, helicóptero e até jet-skis. Foram apreendidos três coletes, balança de precisão e munições calibre 12. 

[[saiba_mais]]NazaréEm entrevista ao CORREIO, no dia 23 de agosto, uma comerciante que disse que foi vizinha de Roceirinho, tentou desfazer a imagem do traficante. “Quando jovem, sempre foi um rapaz do bem, educado, prestativo à família e aos vizinhos”, disse ela, que não vê o antigo vizinho há muitos anos. “Se eu vê-lo, não o reconheço”, admitiu. Porém, as lembranças de Adílson Souza Lima, na adolescência, não vão embora. Segundo ela, o rapaz cuidava de cavalos e gado nas fazendas da região. “Daí o apelido de Roceirinho. Ele vivia na roça”, contou. Adulto, ele ganhava a vida vendendo carne numa feira da cidade. Segundo relatos de outros moradores, ele trabalhava todos os dias, acordava quando o sol nascia e só voltava para casa quando a noite chegava. A casa dele, onde morava com os pais e irmãos, ficava próxima a uma boca de fumo, controlada por dois rapazes. À época, o tráfico não era nada grandioso como hoje. “Foi então que um cara grande (traficante) de Salvador o convenceu a ser o gerente dele aqui, pois queria se expandir no Recôncavo por Nazaré”, disse um morador.Roceirinho não pensou duas vezes antes de mudar de ocupação ao comparar as vantagens: dinheiro, carro e mulheres – tudo bancado pelo tráfico da capital. Perspicaz, já aos 40 anos, percebeu que poderia andar com as próprias pernas, rompeu a ligação com Salvador, e recrutou um exército, formado majoritariamente por meninos, e tomou as duas bocas, eliminando os concorrentes. Rapidamente, aumentou seu faturamento e investiu na ampliação do seu bando.