Rodas de conversa de pais e mães inspiram podcast

Escuta que o Filho é Teu tem primeira temporada com 12 episódios no Globoplay

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  • Laura Fernades

Publicado em 22 de março de 2021 às 06:00

- Atualizado há um ano

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Rir dos perrengues, refletir e admitir umas fraquezas (por que não?). É com a proposta de ser um bate-papo entre amigos que o podcast Escuta que o Filho é Teu realiza sua primeira temporada no Globoplay, às terças-feiras. São 12 episódios para escutar no intervalo de uma reunião, enquanto coloca o bebê para dormir, lava a louça ou varre a casa. E como o nome já diz, tem tudo aquilo que rola nas rodas de pais e mães.    Como lidar com o choro e por que ele mexe tanto com a gente? Esse, por exemplo, será o tema debatido na terça-feira (23) no programa que tem apresentação das jornalistas Karina Godoy, mãe de Maitê, e Natália Ariede, mãe de Vicente e Martina. Julyana Mendes, que é mãe de sete filhos e uma das convidadas, compartilha a experiência de lidar com todos os tipos de choro que se possa imaginar.    Além dela, a escritora e educadora parental Elisama Santos participa do encontro. “O papo com elas foi rico, sensível e muito saboroso”, conta Natália Ariede, antes de acrescentar que o programa não é só para os pais de primeira viagem. “Mas de segunda, de terceira... Falamos com quem tem bebê, com quem tem crianças e adolescentes. E, sobretudo, falamos com os pais”, explica a apresentadora.    A rotina que mudou com a pandemia virou tema do episódio O Ano Em Que Mais Fomos Pais. A Vacina e As Crianças é o nome de outro episódio do programa que também aborda carreira x maternidade e a parentalidade (Afinal, Pra Que Servem os Pais?). Dessa forma, o foco é oferecer “informação e muita descontração, porque a maternidade pode ser leve, depende da forma como você enxerga as coisas”, defende Karina Godoy.    “Informação prática sobre introdução alimentar ou amamentação em livre demanda tem de sobra (e muita coisa boa) na internet, nas redes sociais e na literatura também, é claro”, concorda Ariede. “Mas o conteúdo que preparamos em áudio, para a pessoa ouvir quando quiser e puder, quer ser companhia, acolhimento”, resume. “Diz muito sobre os pais, essas pessoas que criam pessoas, uma missão tão nobre”, acrescenta.  As jornalistas Karina Godoy e Natália Ariede apresentam o podcast Escuta Que o Filho é Teu (Foto: Divulgação) Palpites  O título Escuta que o Filho é Teu “contém dose de ironia”, avisam as apresentadoras. Não só faz referência à clássica frase “toma que o filho é teu”, como convida o público a questionar e refletir sobre ideias disseminadas ao longo das gerações. “Em vez de dizer ‘toma’ ou ‘segura’, usamos o verbo ‘escuta’. Porque, no fim das contas, cada um faz o que julga ser o melhor para o seu filho. Escuta o coração”, diz Ariede.    Mas, ao contrário dos palpites comuns na criação dos filhos do outros, que virou assunto de meme e até de vídeo do Porta dos Fundos, o podcast tenta seguir por outro caminho. “Os tais palpites, né? É tudo que a gente não quer que aconteça! Porque já tem demais... E misturado aos conselhos, tem também um excesso de informação que deixa qualquer um confuso e cheio de dilemas”, explica Ariede.    O esforço de Escuta que o Filho é Teu, segundo ela, é para não ser um espaço que dita regras ou faz julgamentos. Ao contrário, a ideia é “refletir, rir dos perrengues e admitir fraquezas também. E tirar dali ideias e outras maneiras possíveis de lidar com determinadas situações ou sentimentos, sairmos dali com o coração em paz”, deseja.       O formato podcast, acrescenta Karina, “é maravilhoso para pais e mães”. “A gente sabe como é a nossa rotina doida. E é naquele momento que você tem a oportunidade de se cuidar e de fazer algo por você. Quando a gente é pai ou mãe, há uma busca pela criação perfeita e sem erros. Mas isso não existe e o nosso podcast está aqui para ajudar a entender que é possível ser pai e mãe com erros, acertos e está tudo bem”, pondera. 

Livro apresenta método lúdico de desmame 

O processo de desmame, junto com seus desgastes físicos e emocionais, é tema do livro “Desmame Gradual: como dar um final feliz à sua história de amamentação” (Editora MapaLab). A obra da especialista Bianca Balassiano e consultora internacional de Lactação apresenta um método lúdico, simples e intuitivo criado por ela e que pode ser utilizado em crianças a partir de 18 meses. 

A publicação serve como um guia, dividindo o desmame em três fases e fornecendo uma série de teorias, técnicas e dicas práticas. Entre elas, como lidar com choro e frustração dos filhos e o que fazer quando ainda usam mamadeira ou chupeta. Segundo a autora, a principal queixa para pensar no desmame é a exaustão e a demanda intensa de mamadas no período noturno. 

Bianca reforça, porém, que muitas vezes um simples ajuste no controle das mamadas e diminuição da sua duração e frequência pode ajudar as famílias que amamentam crianças maiores. Há dicas preciosas, sobre como o desmame deve ser encarado como um processo que tem início com a introdução alimentar e vai se consolidando conforme o bebê transforma-se em criança.  

De acordo com a Organização Mundial da Saúde o aleitamento materno deve ser exclusivo até os 6 meses do bebê e complementar até ao menos os 2 anos. A autora destaca que a amamentação tem várias vantagens, como interação entre mãe e filho e benefícios para a saúde de ambos. Por isso, “o momento perfeito para o desmame depende da escolha da família e não deve seguir orientações de terceiros ou mitos”, resume.