Rodoviários vão parar por 4h nesta quarta (16) em Salvador

Coletivos só vão sair das garagens a partir das 8h

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  • Da Redação

Publicado em 15 de maio de 2018 às 19:20

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Mauro Akin Nassor/CORREIO

Os rodoviários vão atrasar a saída dos ônibus das garagens de duas empresas, nesta quarta-feira (16), por quatro horas. Só vão sair às 8h. Segundo o Sindicato dos Rodoviários, representantes da categoria farão assembleias nas portas das garagens, para informar aos trabalhadores sobre a atual campanha salarial.  Eles não informaram, no entanto, quais são as empresas que serão afetadas. Em Salvador, 1,3 milhão de pessoas usam o transporte público por dia. A frota de ônibus é de cerca de 2.500 coletivos.

A medida, segundo eles, é uma forma de pressionar o sindicato patronal para negociar os salários da categoria. Há uma rodada de negociação entre representantes da categoria e dos empresários prevista para ocorrer às 10h desta quarta-feira, no Ministério Público do Trabalho (MPT). O secretário municipal de Mobilidade, Fábio Mota, informou que se os ônibus não cumprirem o horário previsto em contrato, as empresas serão multadas.

"Até agora tivemos a habilidade de fazer uma campanha sem atingir a população direta ou indiretamente. Mas chegamos ao dia 15 e não há nenhum movimento dos empresários em negociar. Essa preocupação só surge quando atingimos a população. Infelizmente esse é o único mecanismo que temos para chamar a atenção do Ministério Público do Trabalho, do Ministério Público e dos empresários. Esgotaram todos os calendários de negociação", alega o diretor adjunto do departamento jurídico do Sindicato dos Rodoviários, Pedro Celestino.

Ele informa que o sindicato não quer conceder nenhum aumento e que a categoria reivindica um reajuste de 5%. "Eles alegam que estão com dificuldades de operar, que tiveram um prejuízo de R$ 280 milhões no período de um ano", explica Celestino. O número foi corrigido pelo Consórcio Integra.

Procurado pelo CORREIO, o assessor de relações de trabalho do Consórcio Integra, Jorge Castro, explicou que de fato não foi feita nenhuma proposta à categoria até agora por conta dos prejuízos que, segundo ele, as empresas estão tendo. "Foram R$ 334 milhões em um ano e só esse ano já foram R$ R$ 113 milhões. Como se negocia assim? Vamos ser se amanhã (quarta), no Ministério Público do Trabalho surge alguma luz", diz.

Fábio Mota informou que está acompanhando o impasse entre os rodoviários e as empresas e que a secretaria está mediando para evitar que haja uma greve de ônibus em Salvador. "Já instalei mesas de negociação e estamos evitando que haja um greve", disse.