Roubo de iPhone: aparelho de R$ 6 mil é vendido por R$ 100

Celulares roubados são comprados das mãos dos assaltantes a preços muito baixos

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  • Hilza Cordeiro

Publicado em 23 de abril de 2017 às 07:30

- Atualizado há um ano

O aparelho de última geração da marca, o iPhone 7 Plus, chega a custar até R$ 6 mil. O valor é próximo do que  o cliente paga numa moto Honda CG Titan 125, uma das mais roubadas para venda em desmanche de peças.

No entanto, os celulares roubados são comprados das mãos dos assaltantes a preços muito baixos. “Os lojistas chegavam a comprar os aparelhos roubados por R$ 100. Até a carcaça do iPhone tem valor de revenda para eles”, explica o delegado José Nélis Araújo, titular do Grupo Especial de Repressão a Roubos em Coletivos (Gerrc), vinculado ao Departamento de Crimes Contra o Patrimônio (DCCP), da Polícia Civil.

Após a compra, os vendedores anunciam os aparelhos em sites de vendas, como o OLX. Fazendo uma busca na plataforma, o CORREIO encontrou o seguinte anúncio: “iPhone 5S pra retirada de peças”. O preço? R$ 350, por um aparelho “com pouquíssimas marcas de uso, na tela inativa”. O mesmo celular, funcionando e com todos os acessórios, chega a ser vendido por R$ 1.200 no mesmo site.  

Embora não saiba estimar, o delegado afirma que a reincidência dos assaltantes de ônibus - aqueles mesmo que levam os celulares - é alta. Um dos recentes campeões de assaltos procurados pela Gerrc é o jovem Mateus Santos Tavares da Silva, 21 anos, que já foi reconhecido em três roubos somente neste mês.

Anteriormente, ele havia sido preso em flagrante, em dezembro do ano passado, com outros dois comparsas assaltando um ônibus na saída da Estação da Lapa. Liberado na audiência de custódia, ele segue foragido desde então.

Na última quarta-feira, a Gerrc emitiu um mandado de prisão preventiva contra ele. Segundo o delegado, o assaltante é agressivo, principalmente com mulheres. No dossiê sobre Mateus Tavares, uma mulher relata ter recebido uma coronhada depois de se recusar a entregar os pertences.

Em abril de 2014, ele também foi preso com outros sete jovens quando tentava realizar um arrastão na praia do Jardim de Alah, em Salvador.Confira se o celular é um produto de rouboSe você teve o seu celular roubado e deseja bloquear o aparelho para que ele fique inutilizado para outros usuários - inclusive para o assaltante, você pode fazer isso indo até a delegacia do seu bairro. É preciso levar o número de Identificação Internacional de Equipamento Móvel (Imei) do aparelho - equivalente ao chassi de um carro - ou o número do chip que utilizava.

Se você não lembra ou não tem mais o Imei, não precisa se preocupar. Desde o ano passado, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) permite o bloqueio do aparelho após a realização do registro de ocorrência na Polícia Civil.

O estado da Bahia é um dos poucos que já têm o sistema para fazer o bloqueio imediato do celular nas unidades da Polícia Civil. Essa nova forma de bloqueio é possível através do Cadastro Nacional de Estações Móveis (Cemi), administrado pelo prórpio órgão.

A plataforma do Cemi permite que as pessoas consultem através do site www.consultaaparelhoimpedido.com.br se um celular está bloqueado por perda, extravio, furto ou roubo.

Assim, dá para checar, por exemplo, se o celular de “segunda mão” que você deseja comprar na mão de alguém veio de origem criminosa. Para isso, basta inserir o número do Imei no site, que pode ser obtido discando o código *#06#.

Outra opção de bloqueio é ligar para a sua operadora de telefonia e solicitar o bloqueio da linha e do aparelho. É necessário informar dados pessoais, tais como RG, CPF, endereço e demais informações de segurança que sejam solicitadas para confirmar sua identificação.

Para a Anatel, essa medida ajuda a inutilizar os celulares furtados e roubados, contribuindo para inibir crimes contra pessoas e estabelecimentos comerciais.