Rugido que vem das quadras

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  • Elton Serra

Publicado em 15 de abril de 2018 às 05:13

- Atualizado há um ano

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Quem estava no Ginásio Poliesportivo de Cajazeiras quinta-feira passada viu o jogo mais espetacular da história do Novo Basquete Brasil, o NBB. Mesmo com a eliminação do Universo/Vitória para o Minas Storm nos playoffs da competição, os rubro-negros protagonizaram uma partida épica, com três prorrogações e inúmeras trocas de liderança no placar. Uma série que só foi decidida nos últimos segundos do quinto confronto.

O NBB completou 10 anos em 2018 e é, seguramente, a competição mais bem organizada do esporte brasileiro. O nível de profissionalismo contagiou os clubes e elevou o nível técnico do basquete no país. Jogadores que renegavam os campeonatos tupiniquins e até abriam mão da seleção brasileira para atuar em outros centros, agora curvam-se ao Novo Basquete Brasil. O torneio atraiu as atenções de estrelas como Leandrinho e Anderson Varejão, campeões da NBA recentemente.

O Vitória, que há três temporadas disputa o NBB em parceria com a Universidade Salgado de Oliveira, já foi terceiro lugar em 2016/2017 e, na atual edição, faturou a décima melhor campanha. Apesar de não ter chegado às quartas de final, elevou sua visibilidade nacional no basquete e despertou no seu torcedor uma paixão até então desconhecida. O fã rubro-negro ganhou uma alternativa de estar mais próximo do clube, e o Vitória precisa aproveitar a oportunidade.

A organização do time de basquete do Leão mostrou-se impecável, mas todos sabem que o Universo/Vitória ainda está longe de brigar entre os grandes do NBB. Existem trabalho, dedicação e talento, mas falta melhor estrutura. O apoio da diretoria tem o seu valor, mas ainda é pouco. A impressão que dá é a de que o basquete é apenas um apêndice do clube, que segue focando todas as suas energias no futebol. 

A procura por camisas de basquete do Vitória aumentou. O interesse do torcedor em acompanhar as redes sociais da “Constelação de Leão”, também. Jogadores como André Góes, Arthur Belchor, Murilo Becker e Kenny Dawkins já são conhecidos pelos fãs rubro-negros nas ruas de Salvador. As TVs e rádios começaram a dar mais espaço ao basquetebol em seus noticiários. O clube não pode deixar passar a chance de capitalizar num negócio que se mostra extremamente promissor e rentável.

Para seguir protagonista no NBB, o Universo/Vitória precisará se reforçar também dentro de quadra. O técnico Régis Marrelli, que sofreu com lesões de seus atletas durante a temporada regular, não conseguiu manter o alto nível técnico do time ao longo da competição. Quando perdeu o ala/pivô Matthew Shaw por várias semanas, viu seu banco de reservas escancarar as limitações. Um pivô mais experiente e talentoso também fez falta. O Leão foi quase imbatível em casa, mas inconsistente longe de Cajazeiras. A regularidade só viria com um elenco mais equilibrado. Para isso acontecer na próxima temporada, a diretoria comandada por Ricardo David também precisará estar mais próxima do basquete.

Mesmo com todos os problemas, o Universo/Vitória promoveu, ao lado do Minas Storm, uma batalha fantástica na quinta passada, capaz de provocar comentários eufóricos de jogadores, técnicos e especialistas Brasil afora. Byra Bello, ex-jogador e comentarista de basquete há mais de duas décadas, afirmou que nunca assistiu uma partida tão emocionante em quase 50 anos de esporte. Se o nível técnico do NBB atingiu um patamar de excelência, está na hora de o rubro-negro surfar nessa onda – ou encaixar essa cesta de três pontos.  

Elton Serra é jornalista e escreve aos domingos