Saiba como organizar suas contas e planejar orçamento para ficar 'de boa' em 2016

Especial ajuda você a planejar o pagamento das dívidas e preparar o orçamento para não ter mais dor de cabeça

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  • Naiana Ribeiro

Publicado em 9 de novembro de 2015 às 07:13

- Atualizado há um ano

Não adianta pular sete ondinhas e nem usar roupa amarela na virada do ano. A solução para fechar 2015 no azul e começar 2016 com as contas cabendo no bolso envolve muito planejamento e alguns sacrifícios. Especialistas afirmam que, assim como foi em 2015, cortar despesas é o caminho para manter um orçamento equilibrado no próximo ano. 

Segundo o economista e educador financeiro Edisio Freire, existem dois perfis de consumidores e cada um deve agir de uma forma neste final de ano.

“Quem tem dívidas precisa se livrar delas. Isto porque as taxas estão ficando cada vez maiores, o que pode virar uma bola de neve”, afirma ele, ressaltando que as primeiras contas a serem pagas devem ser as do cheque especial e do cartão de crédito - as mais caras. “Quem recebe décimo terceiro ou férias deve usar os recursos para quitar ou pelo menos amortizar algumas dívidas”, recomenda. 

Já quem não estiver endividado deve pesquisar e antecipar a compra de presentes de fim de ano ou economizar para honrar os compromissos de janeiro. “Alguns itens, como bebidas, podem ser estocados”, recomenda. “No início do ano existem também despesas comuns, como escola, seguro do carro, IPVA, etc”.(Foto: Mauro Akin Nassor/CorrCom o cenário de alta de preços previsto para 2016, o CORREIO traz o modelo de orçamento ideal para o trabalhador se planejar (abaixo), já que a inflação deve fechar 2015 nada menos que 9,75% maior. A previsão é do Banco Central na última edição do Boletim Focus, que reúne a opinião das principais instituições financeiras do país. 

Planejar e montar um orçamento, com prioridades e metas, portanto, pode ser a saída para um ano novo feliz.  “Será mais um ano de arrocho financeiro.  É importante começar o ano com um novo olhar para o orçamento doméstico”, diz Freire.

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Novo olhar este que o estudante de engenharia de minas Daniel Alves, de 24 anos, ainda pretende adquirir. “Tenho dois cartões, um de crédito e um de débito, e me controlo pelo meu limite. Quando acho que gastei muito, dou uma olhada e procuro me controlar”, conta ele, que deve se formar em 2016. “Como vou trabalhar, vou  precisar de um controle maior e tomarei mais cuidado", diz.

Já o engenheiro agrônomo Nelson Lara da Costa, 60, não precisará se esforçar, pois o orçamento de 2016 já está esboçado. “Como fazemos a planilha mês a mês, sabemos quase tudo que acontece durante o ano”, revela.Há 15 anos, Costa controla suas contas. “São colocadas as despesas fixas e as variáveis. Também temos planilhas para controlar os gastos com cartão de crédito separadas e as previsões para o mês seguinte”. Entre as estratégias para não ser pego de surpresa, ele coloca as despesas fixas em débito automático e evitar juros e multas.

“As variáveis pagamos com cartão de crédito e à vista. Nunca fazemos crédito rotativo e temos a consciência que a economia não é só financeira, mas ambiental - controlamos energia, água e telefone”. A família também tem um capital aplicado que supre as despesas inesperadas. “Parte do 13º é para pagar o colégio da minha filha, que nos dá uma economia de 10%”.Análise financeira é essencialAntes do orçamento, o primeiro passo é fazer um diagnóstico preciso do perfil financeiro. A recomendação é dos especialistas em finaças pessoais Reinaldo Domingos e Edisio Freire. 

“A pessoa precisa saber com o que gasta e para onde vai o seu dinheiro. Isso dá condições de identificar o que é ou não necessário”, afirma Freire. Segundo ele, sempre tem onde cortar. “Só existe uma fórmula: ou reduz as despesas ou aumenta as receitas. Não há terceiro caminho”.A partir desta análise de gastos, dá para  economizar em casa, fazer compras mais inteligentes e tomar medidas de contenção. “Com isso, já dá para fazer um orçamento, incluindo o que pretende gastar e o que irá receber”, afirma ele, acrescentando que, no orçamento, devem ser previstos gastos de pelo menos seis meses. 

Tanto no diagnóstico (análise inicial) quanto no orçamento (previsão para o próximo ano), a recomendação é separar os gastos por grupo. “Os gastos fixos são aluguel, energia, etc. Já os variáveis são aqueles que dá para mexar, como combustível e lazer. Não só monte orçamento como interfira nele”.

Segundo Domingos, também é preciso definir as metas. “Defina os desejos de curto (um ano), médio (até cinco anos) e longo (mais de 10 anos) prazos e incorpore o valor mensal necessário para a realização dos mesmos no orçamento mensal do próximo ano. Subtraia o valor desses sonhos da receita”.