Salvador tem a sua maratona oficial e eu estive nela!

Cheguei bem, inteira, feliz. Orgulhosa com a medalha no peito

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  • Da Redação

Publicado em 23 de outubro de 2017 às 00:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Arisson Marinho

Cheguei bem, inteira, feliz. Orgulhosa com a medalha no peito. Já posso ostentar que estive presente na primeira edição da Maratona Cidade de Salvador e, de antemão, já garanto que também estarei na próxima. Aproveito o momento, inclusive para deixar meu até breve a todos os corredores de rua que colaram comigo nos últimos dois meses de preparação para essa corrida

No último domingo, vivi um dos dias mais incríveis que a corrida já me proporcionou. Acordei cedo, às 4h, com o dia ainda escuro. A ansiedade já estava incontrolável. Antes das 6h, cheguei ao estacionamento do Shopping Barra. No caminho do centro comercial até um dos mais famosos pontos turísticos da capital baiana, o Farol da Barra, comecei a encontrar os atletas que, assim como eu, se dirigiam para o ponto de partida de uma das mais esperadas provas que a cidade já abrigou: a Maratona Cidade de Salvador.

Antes da contagem regressiva já tinha uma concentração de corredores dos mais diversos perfis. Tinham os tradicionais representantes da galera da fantasia, os mais experientes, os calouros etc. Todo mundo junto compartilhando a mesma tribo. Tribo… Está aí uma palavra que ouvi muito ao longo do projeto Eu, Corredor. Nesse dia, esse conceito ficou ainda mais claro para mim.

Não demorou muito a me posicionar próxima ao ponto de partida. Apressei meio último passo do aquecimento e, de repente, de um telão em cima do arco que contornava a largada, deu-se início a contagem regressiva. Largamos! Mais de 3.500 pessoas deram vida a esse evento.

Até São Pedro quis contribuir e mandou umas nuvens para ofuscar o sol de primavera nos primeiros minutos. Depois eles ficaram revezando, assim como a prova dos 40km, hora com muito calor e horas com uma bem vinda sombra.

Iniciei meu trajeto com calma. Fui acompanhando o tapete branco que cobriu a rua da Avenida Oceânica. Acostumada a receber o cortejo dos Filhos de Gandhy e seus turbantes brancos, ela foi muito receptiva com o bando dos tênis. Não resisti e peguei o celular da bolsinha que carregava na cintura e registrei toda a aquela gente correndo em minha frente.

Subir as três ladeiras na altura do Cristo, do Clube Espanhol e do Sukyaki não foi fácil. Mas, o esforço tornou o percurso ainda mais recompensador. Ver o Mercado do Peixe ao chegar no Rio Vermelho, bairro em que cresci, nunca foi tão prazeroso: era o retorno para os últimos 5 km da minha prova.

A hidratação em abundância não deixou o tempo desgastar o nosso corpo e a música espalhada pelo trajeto não deixou a nossa mente perder o foco. Tomei um carbo – sachês com carboidrato complexo que funciona como o nitro dos filmes Velozes e Furiosos – antes do quinto quilômetro e coloquei as pernas no automático. As subidas, sacrifícios na primeira etapa da prova, se tornam descidas na segunda parte e, como dizem por aí, para descer todo santo ajuda.

Quando eu avistei a linha de chegada a empolgação, como de costume, foi tomando conta do corpo que vinha quase curvado, abatido, suado. De repente, a coluna ficou reta, os braços em paralelo, as passadas largas e o rosto altivo nem lembrava aquele espectro de pessoas a metros atrás. Tudo isso para chegar bonito, para me consagrar no primeiro evento de maratona que participei, o primeiro, também, que acompanhei em minha cidade.

Cheguei bem, inteira, feliz. Orgulhosa com a medalha no peito. Já posso ostentar que estive presente na primeira edição da Maratona Cidade de Salvador e, de antemão, já garanto que também estarei na próxima. Aproveito o momento, inclusive para deixar meu até breve a todos os corredores de rua que colaram comigo nos últimos dois meses de preparação para essa corrida.

Me despeço hoje do blog Eu, Corredor no site do jornal e, junto com eles, dos colegas que ao meu lado se empenharam em produzir um conteúdo especial sobre esse esporte do qual somos apaixonados. Porém, não se preocupem, vira e mexe vamos nos bater em alguma largada ou linha de chegada. Revendo a nossa tribo, prontos para mais um desafio.

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