'Se fosse na favela seria normal', diz engenheiro sobre vídeo constrangendo mulher na Rússia

No vídeo, ele e outros brasileiros fingem cantar um hino de torcida, mas usam palavras de baixo calão para a mulher

Publicado em 19 de junho de 2018 às 21:10

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Reprodução

O engenheiro civil Luciano Gil Mendes Coelho pediu desculpas pelo vídeo onde aparece junto com outros brasileiros constrangendo uma mulher russa, mas tratou como exagero a repercussão do vídeo. Em entrevista ao G1, ele reconheceu o erro e argumentou que o grupo bebeu mais do que deveria. Além dele, já foram identificados Diego Jatobá, advogado e ex-secretário de Turismo de Ipojuca, em Pernambuco, e Eduardo Nunes, que é tenente da Polícia Militar de Lages, em Santa Catarina.

No vídeo, eles fingem cantar um hino de torcida, mas usam palavras de baixo calão para a mulher, que não fala português e repete o que é dito de maneira inocente. A mulher ainda não foi identificada e não se sabe qual sua nacionalidade.

Luciano é ex-membro do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Piauí (Crea-PI) e possui uma empresa de engenharia no mesmo estado. "Já pedi desculpas a todas as mulheres. Todos nós somos seres humanos e erramos e além disso não conhecíamos ninguém, bebemos um pouco mais da conta e foi isso. Alguém que não conheço filmou. Mas aqui todos estavam brincando e todos entendem a agitação, mas mulheres realmente tem razão em questionar", declarou o engenheiro ao G1.

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Já em entrevista para o Uol, o empresário minimizou a situação e tratou como exagero a repercussão. “Somos pais de família, trabalhadores e vocês estão acabando com a vida da gente... Quem está brincando carnaval exagera um pouquinho na bebida e às vezes passa do ponto. Peço desculpas às mulheres que possam ter se sentido ofendidas, mas estão transformando um copo d’água em uma tempestade”, disse ele.

Ele também não detalhou o contexto em que o vídeo foi feito e nem a cidade onde aconteceu o fato. “Não foi feita coação, nada ali foi forçado. Tinha mais de 40 meninas ali e os próprios russos que tinham namoradas colocavam elas na brincadeira de livre e espontânea vontade. Só ganhou essa conotação porque aconteceu aqui na Rússia, mas se fosse na favela ou no carnaval, seria considerado normal”.

O engenheiro já foi preso em 2015 durante operação 'Paradise', da Polícia Federal e Controladoria Geral da União (CGU), para desarticular esquema de desvio recursos públicos e fraudes em licitações na Prefeitura de Araripina, em Pernambuco. O grupo desviava verbas da Educação que seriam usados para construir escolas, creches e quadras.