Se há comando, está escondido

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  • Da Redação

Publicado em 19 de maio de 2018 às 05:00

- Atualizado há um ano

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As pessoas que ocupam cargos diretivos no Esporte Clube Vitória não gostaram do texto que escrevi na semana passada, publicado aqui nesta coluna. Ficaram chateados porque, entre outras coisas, afirmei que “não existe comando na Toca do Leão, de alto a baixo, seja qual for a instância do clube: no campo, na gestão, na comunicação ou nas ideias sobre presente e futuro”. 

Provavelmente, as pessoas que ocupam os cargos diretivos do Esporte Clube Vitória ficaram mais chateadas ainda ao longo desta semana, pois os fatos serviram apenas para comprovar o que todo mundo já tinha visto, gostem eles ou não: de alto a baixo, seja qual for a instância do clube, não existe comando na Toca do Leão.

Diga-me, caro leitor ou bela leitora, se existe comando num clube em que um jogador (?) como Denílson simplesmente não aparece para viajar? Assim, sem mais nem menos, sem avisar, sem se dar ao trabalho até mesmo de inventar uma desculpa esfarrapada, uma dor de barriga, unha encrava ou algo que o valha. Deu de ombros e pronto.

As pessoas que ocupam cargos diretivos no Vitória resolveram cortar 25% do salário do jogador (?), mas a pergunta fica no ar: num ambiente bem coordenado e com o devido senso hierárquico, há margem para tal episódio? Sim, há: curtíssima. Na Toca do Leão, casos semelhantes se empilham. 

Ou será que as pessoas que ocupam cargos diretivos no Vitória já esqueceram do recente recado enviado por Uillian Correia? Sim, Uillian Correia, um jogador que consegue ser vaiado até pela torcida do Sampaio Corrêa, mas que nas bandas de Canabrava faz pose de líder. 

E por falar em Sampaio Corrêa (com todo respeito, claro), há comando numa equipe que toma 3x0 da equipe maranhense? Impossível que haja. Se houvesse comando, nem mesmo o time considerado reserva do Vitória teria jogadores como Pedro Botelho e Walisson Maia. 

Se houvesse comando, Caíque já não era titular faz tempo e o reforço contratado não seria um reserva da Chapecoense. Se houvesse comando, Luan e Nickson seriam reservas do time reserva do Vitória? E os jogadores atuariam com a indolência que se tem visto em campo? São só perguntas.  

O presidente Ricardo David, aquele que lidera as pessoas que ocupam os cargos diretivos no Vitória, teve a oportunidade de fazer duas campanhas no intervalo de um ano. Ou seja, teve bastante tempo para derramar o discurso de planejamento, modernidade, observação de atletas nos quatro cantos do mundo, conceitos de comunicação e toda aquela história vastamente conhecida. Ganhou a eleição. 

De lá pra cá, passaram-se cinco meses. Há cinco meses, pois, as aparições do presidente rubro-negro servem para prometer soluções nunca entregues, desenhar um futuro no qual não se pode tocar, tergiversar sobre os próprios erros, culpar os antecessores, o sol, a chuva e o trânsito e, no final das contas, resolver nada, como ficou demonstrado na entrevista coletiva de ontem. 

Minto. A grande ação de Ricardo David foi demitir o diretor de futebol que ele mesmo exaltou como profissional gabaritadíssimo.

Isto posto, vale encerrar repetindo a questão: existe comando na Toca do Leão?

Victor Uchôa é jornalista e escreve aos sábados