Secretário defende setores como mineração para renovar o interior da Bahia

Segundo José Sérgio Gabrielli, governo prevê contratos e convênios com iniciativa privada para ampliar investimentos no interior

  • Foto do(a) author(a) Wladmir Pinheiro
  • Wladmir Pinheiro

Publicado em 10 de novembro de 2013 às 12:30

- Atualizado há um ano

. Crédito: Evandro Veiga

De acordo com o secretário estadual de Planejamento, José Sérgio Gabrielli, cerca de 60% dos US$ 37 bilhões em investimentos privados na forma de contratos, convênios e intenções estão previstos para desembarcar no interior da Bahia. “Estruturalmente, o desenvolvimento do estado está dependente de fatores naturais (energia eólica, mineração e celulose).

Existe um potencial de crescimento de investimento e renda nessa direção”, explica. Mas o secretário admite que existem “obstáculos”. “Essa descentralização cria pressão sobre a infraestrutura logística dessas regiões, pois os investimentos passados foram concentrados na Baía de Todos os Santos”, afirmou. Na palestra durante o seminário Novos Centros, Gabrielli lembrou que a Bahia direcionou, nos últimos 70 anos, recursos para a infraestrutura da Região Metropolitana de Salvador, onde 63% do Produto Interno Bruto (PIB) baiano está concentrado.

Mas a força impulsora desse novo ciclo no estado, que já se diversificou pelo Oeste dos grãos e as frutas do Vale do São Francisco, repousa agora na exploração da celulose no Extremo Sul, no corredor de ventos capaz de produzir energia eólica e na exploração mineral que pode transformar a Bahia no segundo estado com maior participação no mercado de minério.

O secretário citou ainda a movimentação de cerca de R$ 4 bilhões ao ano em transferência de renda e aposentadoria que tem movimentado a economia de cidades pequenas e médias na Bahia. “Temos um crescimento não visível (no interior) em serviços, comércio e na construção civil”, aposta. 

José Gabrielli destacou ainda outros investimentos que estão sendo feitos no estado e que devem contribuir para a dinamização da economia, a exemplo da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol) e do Complexo Porto Sul, em Ilhéus. “Em alguns anos, a Bahia terá esses dois polos navais, um em Ilhéus  e outro na Baía de Todos os Santos, que serão complementares e irão convergir para o desenvolvimento da economia do estado”, afirmou.

Segundo Gabrielli, a Bahia passa por um processo muito parecido ao que ocorreu no passado com economias maduras, como as da Europa com mais de 200 anos, de aumento da participação dos serviços no PIB. Atualmente, 63% da riqueza produzida pelo estado vem desse setor, contra 24% oriundo da indústria e 13%, do agronegócio. “Essas discussões sobre a intervenção pública que leve o governoa atuar junto com o setor privado para resolver os gargalos são fundamentais. Se não incorporar essas discussões não vamos continuar esse ciclo de crescimento”, conclui. 

Entrave

Para o secretário, a dificuldade logística se evidencia no escoamento de cargas, “mas também debits”, ao se referir ao atraso da infraestrutura de fibras ópticas, internet banda larga e na rede de telecomunicação, que impede o crescimento de mercados e o fechamento de negócios.

José Gabrielli destacou a aposta do governo na Ponte Salvador-Itaparica. O projeto cria um eixo rodoviário de cerca de 150 quilômetros que vai passar pela RMS, pelo sul do Recôncavo baiano e também pela região do Baixo Sul da Bahia. “O desenvolvimento virou as costas para essa região e se concentrou no Litoral Norte. Um verdadeiro apagão econômico. Esse projeto vai impactar diretamente no Índice de Desenvolvimento Humanos (IDH) dos municípios cortados por essas rodovias”, disse.

José Gabrielli destacou ainda outros investimentos que estão sendo feitos no estado e que devem contribuir para a dinamização da economia, a exemplo da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol) e do Complexo Porto Sul, em Ilhéus. “Em alguns anos, a Bahia terá esses dois polos navais, um em Ilhéus e outro na Baía deTodos os Santos, que serão complementares e irão convergir para o desenvolvimento da economia do estado”, afirmou o secretário.