Segundo turno deve ter maior taxa de abstenção na Bahia, afirma TRE

Presidente do tribunal aponta que ausência é mais comuns em eleitores que votam no interior

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  • Yasmin Garrido

Publicado em 25 de outubro de 2018 às 13:30

- Atualizado há um ano

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O presidente do Tribunal Regional Eleitoral da Bahia (TRE-BA), José Edivaldo Rotondano, afirmou nesta quinta-feira (25), na sede do órgão, no Centro Administrativo (CAB), que é estimada uma maior abstenção dos eleitores para a segunda etapa das eleições, neste domingo (28), quando os baianos vão escolher o novo ocupante do Palácio do Planalto.

De acordo com o presidente do órgão, o tempo estimado para cada eleitor na cabine de votação vai ser reduzido, segundo expectativa, uma vez que cada pessoa só vai precisar votar em um candidato - diferente do que aconteceu no primeiro turno eleitoral, quando os brasileiros foram às urnas escolher presidente, senadores, governador, deputados estadual e federal. “Acreditamos que esse tempo seja de menos de 2 minutos por eleitor, o que vai facilitar todo o processo eleitoral”, concluiu. Audiência pública na sede do TRE nesta quinta-feira (25) (Foto: Divulgação/TRE) “No primeiro turno, muitos eleitores que moram em locais diferentes de suas cidades de nascimento e criação, e que não fizeram a transferência do título, fazem questão de voltar ao lugar para votar, seja porque querem eleger para deputado amigos, conhecidos e candidatos a quem defendem nas urnas ou para rever a família. Já no segundo turno, como só precisamos votar para presidente na Bahia e como essas pessoas já fizeram uma viagem no dia 7, é provável que a taxa de abstenção aumente, mas não sabemos dizer de quanto vai ser o acréscimo”, explicou Rotondano.

Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), dos 10.390.247 eleitores do estado, 8.235.310 compareceram às urnas – um percentual de 79,26%. Neste sentido, foram exatamente 2.156.323 abstenções, o que corresponde a 20,74% do eleitorado baiano. Clique na imagem para ampliar Segurança da urna Nesta quinta-feira (25), o presidente do TRE-BA reuniu membros do Ministério Público da Bahia (MP-BA), da seccional baiana da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-BA), além de membros do tribunal e que compõem o processo eleitoral no estado para reforçar a segurança das urnas eletrônicas em todo o país, desde a implantação do equipamento em 1996. 

“A intenção dessa audiência pública é repassar às autoridades, imprensa e sociedade civil a carta aberta escrita pela presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministra Rosa Weber, que trata da integridade e da confiabilidade das urnas eletrônicas e do modelo brasileiro de votação, principalmente aqui na Bahia”, declarou Rotondano.

No documento, Rosa Weber explicou que a urna eletrônica conta com oito barreiras físicas e mais de 30 digitais que inviabilizam ataques de hackers e invasão cibernética do voto, até porque, segundo o presidente do TRE-BA, “nenhuma urna eletrônica brasileira está conectada à rede mundial de computadores, a internet”. 

Outra parte da carta, que também foi reforçada nesta quinta-feira por José Edivaldo Rotondano é a possibilidade de auditoria das urnas, que é aberta ao público e acontece às vésperas do pleito eleitoral.“Neste sábado (27), às 9h, acontece o sorteio das urnas que serão auditadas no domingo (28), dia que também vai ser possível a população participar da votação paralela. Nós excluímos, por questões de logísticas, as urnas de seções mais distantes para essa parte do sorteio, porque não temos condições de fazer o transporte do equipamento com agilidade”, apontou.Ainda segundo Rotondano, “a auditoria do voto pode ocorrer por variados aspectos, como a impressão de boletim de urna, comparação de boletins, verificação de assinatura digital e comparação de relatórios e atas das seções eleitorais e outras”. Ele ainda pediu à sociedade que acompanhe todo o processo, que sempre foi feito de maneira aberta ao público.

O promotor de Justiça do Ministério Público da Bahia, Cláudio Cunha, que também participou da audiência pública, afirmou que “a tentativa de deslegitimar o processo eleitoral indicando haver fragilidade nas urnas é sinal da era da pós verdade”, referindo-se ao grande número de fake news que surgiu após o primeiro turno.“Os dados estatísticos acerca da confiabilidade do processo eleitoral é praticamente absoluto. As reclamações a nível nacional não lograram êxito em nenhum momento da história das urnas no país. Para essas eleições, havia uma expectativa do uso de fake news, mas apenas sobre o candidato, não sobre o processo”, declarou Cláudio.O promotor ainda apontou que, neste ano, até agora, menos de 1% das urnas foi substituído, e “as trocas aconteceram porque estamos falando de uma máquina, que, como qualquer outra, pode quebrar. Por isso existe a reposição do equipamento e o cartão de memória, que pode ser retirado e incorporado na nova urna, sem que as informações anteriores se percam”.

Cláudio Cunha concluiu dizendo que nem o TSE nem o TRE-BA esperavam que as fake news fossem atingir o processo eleitoral e chegar a colocar em xeque a confiabilidade das urnas eletrônicas, “por isso ninguém se preocupou com campanhas prévias e essas questões têm sido debatidas agora, antes do segundo turno, para que nenhum brasileiro sinta que está sendo enganado. Não existe fraude”.

Já o presidente da OAB Bahia, Luiz Viana Queiroz, declarou que, “só aqueles que não conhecem a história do Brasil é que não conseguem compreender a importância do processo eleitoral e das urnas eletrônicas”. Ainda segundo ele, as urnas são tão seguras que o Conselho Federal da OAB pediu os equipamentos emprestados aos tribunais eleitorais para realizar as eleições internas da autarquia, que, na Bahia, acontecem no dia 21 de novembro. 

Tempo x filas O presidente do Tribunal Regional Eleitoral da Bahia (TRE-BA), José Edivaldo Rotondano, também comentou sobre as reclamações dos eleitores após o primeiro turno eleitoral, que aconteceu em 7 de outubro. Para ele, filas vão sempre existir e a questão de possíveis falhas na biometria já estão sendo resolvidas com os métodos possíveis neste momento.

“A gente constatou as falhas e estamos correndo contra o relógio para corrigir tudo até domingo. Por exemplo, todas as seções vão ter disponíveis materiais de limpeza do leitor da biometria, porque a sujeira nos dedos e no próprio equipamentos é um dos problemas que atrapalharam a votação”, disse.

Outro aspecto abordado por Rotondano é a questão das reclamações quanto ao que chamaram de “junção de seções”. O presidente do TRE-BA afirmou que “não houve fusão de seções; o que existiu, na verdade, foi que algumas seções, que deveriam ter no máximo 550 eleitores na capital e 500 no interior, tinham cerca de 40 ou 50. O TRE-BA apenas uniu essas pequenas seções em uma só, para garantir menos mesários, menos funcionários e mais agilidade, inclusive, no término da contagem”.

*Com supervisão da chefe de reportagem Perla Ribeiro