Segurança morto na Ribeira foi atraído por desconhecida no WhatsApp

Djair Assunção, que prestava serviço ao grupo Olodum, havia marcado encontro com uma mulher que surgiu em seu aplicativo

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  • Kivia Souza

Publicado em 15 de março de 2017 às 11:55

- Atualizado há um ano

Djair foi perseguido e morto a tiros em carro (Foto: Reprodução)A Polícia Civil investiga se o segurança Djair Souza de Assunção, 40 anos, foi vítima de uma emboscada. Ele foi morto a tiros dentro de seu carro na tarde desta terça-feira (14), na Avenida Porto dos Mastros, no bairro da Ribeira, próximo ao Campo do Lasca.

Segundo informações colhidas pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Djair havia marcado encontro com uma mulher que ele não conhecia pessoalmente através do aplicativo WhatsApp.

Djair era lutador de artes marciais e prestava serviço de segurança em ensaios e apresentações do grupo Olodum. O filho dele contou à polícia que, no domingo de Carnaval, este ano, ele se envolveu em uma briga. Desde então, uma mulher que se identificou como Camila surgiu em seu WhatsApp. O contato misterioso chegou a enviar foto pessoal pelo aplicativo.

Eles começaram a se comunicar e, na tarde desta terça, marcaram de se encontrar para ir até o restaurante de um amigo de Djair, que fica na Ribeira.

Ainda de acordo com a polícia, no celular dele foi encontrado uma mensagem enviada por Camila informando que iria se atrasar e pedindo para que ele a aguardasse. Por volta das 15h30, dois homens armados, a bordo de uma moto, se aproximaram do carro do segurança, um Celta vermelho, e fizeram vários disparos. Djair foi baleado quatro vezes, nas costas e nos ombros, e morreu dentro do veículo.

Na fuga, os bandidos acabaram se envolvendo em um acidente e bateram em um carro que passava pela via. O piloto da moto fugiu a pé em direção a Massaranduba e o carona roubou um carro branco para deixar o local. Testemunhas não souberam especificar o modelo e a placa do veículo usado na fuga.

Uma equipe da 17ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM/ Uruguai) esteve no local depois de receber denúncias de troca de tiros na região, mas não encontrou os suspeitos. A autoria e a motivação do crime, inclusive a ligação com a briga no Carnaval, estão sendo investigadas pela 3ª Delegacia de Homicídios (DH/BTS).

Olodum lamentaDjair, segundo o Olodum, era terceirizado e prestava serviços ao bloco e outras bandas de Salvador. "O Olodum lamenta muito pelo assassinato desde colaborador. Era uma pessoa muito querido no centro da cidade. Esperamos que a polícia resolva o mais prontamente esse caso para dar resposta à sociedade”, diz a direção do Olodum, em nota. O sepultamento dele está marcado para às 16h, no Cemitério Campo Santo, na Federação.

FilhosDjair deixa três filhos - um rapaz de 17 anos, uma jovem de 21 e uma menina de dois anos. Segundo o irmão dele, o condutor de emergência e urgência Edvaldo Souza da Paixão, 50, no dia do crime Djair ia buscar a filha pequena no colégio, no bairro da Federação, mas desviou o caminho para a Ribeira, onde acabou sendo morto.

"Ele era um pai super presente, amava demais os filhos. Para ele ter deixado de buscar um dos filhos, só pode ter sido algo muito grave", declarou Edvaldo.

Para ele, não há dúvida de que o irmão foi vítima de uma emboscada e que o crime pode estar relacionado à profissão que exercia. "Trabalhava quando recebi a notícia e achei muito estranho. Tudo leva a crer que foi uma emboscada. Ninguém conhecia essa mulher com quem ele conversava pelo aplicativo. Não se sabe se ela era o pivô ou só se ela o chamou para uma emboscada. Isso pode ter a ver também com o fato de ele ser segurança do Olodum e ter se envolvido em alguma confusão. Mas só a polícia para desvendar tudo isso", completou ele.

Outra suspeita é que ele possa ter sido confundido. "Pelo porte físico, ele pode ter sido confundido com um policial e fizeram aquela barbaridade. Foram 12 tiros. Foi um crime brutal. Quem fez, fez com muita raiva. Sem chance de defesa", desabafou o irmão de Djair.