Seja humilde, Neymar

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  • Miro Palma

Publicado em 18 de julho de 2018 às 05:00

- Atualizado há um ano

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É Neymar, você perdeu a Copa. Mais uma vez, mesmo com todas as expectativas positivas que embarcaram junto com vocês para a Rússia, você perdeu. Isso é um fato. E perdeu porque quis. Perdeu porque preferiu entrar em campo como um menino mimado, imaturo e birrento. Perdeu porque foi egoísta, porque achou que ser o jogador mais caro do mundo lhe bastava. Perdeu, também, porque mais uma vez insistiu em jogar contra sua torcida como se ela te atacasse constantemente, mesmo quando ela só queria te apoiar, até na derrota. O que esperar de você nesse sentido se, mesmo quando ganha, como fez nos Jogos Olímpicos do Rio-2016, você quer nos empurrar o respeito goela abaixo? Respeito não se engole, não se compra, nem se obriga, se conquista. E você perdeu isso também. De quebra, deixou sua imagem se tornar uma piada mundial.

Porém, tudo isso poderia ter sido diferente. Você poderia ter vencido, mesmo sem levantar a taça. Poderia ter saído de campo como um campeão como fizeram os jogadores do Panamá. “Venceram” de 1x6 a Inglaterra em seu último jogo no Mundial. Além disso, só marcaram um gol nos outros dois duelos. Mesmo assim, eles foram recebidos como heróis no aeroporto da Cidade do Panamá, a capital do país, e ainda desfilaram em carro aberto.

Você, Neymar, também poderia ter vencido como os japoneses, que se recusaram a fazer cera diante da Bélgica mesmo quando era a saída mais fácil e até mais esperada. Porém, eles decidiram jogar. Mesmo quando abriram dois gols de vantagem, continuaram entregando tudo que tinham em campo e saíram vitoriosos, apesar do placar adverso. 

Ainda temos a Croácia, que chegou à final e ficou sem o título. Os croatas, contudo, levantaram a cabeça e saíram de Moscou com ela erguida por terem jogado mais do que qualquer outra seleção. Foram três prorrogações seguidas com atletas que se entregaram completamente para representar o seu país. 

Era muito fácil ganhar, Neymar, e continua sendo. Mas, enquanto você não descer desse pedestal, não importa o quão talentoso você seja, o quão caro você valha, você nunca vai ser vitorioso. Nunca é tarde para reconhecer os erros.

Enquanto isso, no Bahia... Em tempo, parece que Neymar anda fazendo escola... de teatro. Anteontem, assistimos o que de pior o craque brasileiro tem ensinado aos jogadores mundo afora: a encenação. A atitude que o tornou uma piada no Mundial da Rússia foi repetida vergonhosamente por alguns jogadores do Bahia na derrota contra o Vasco por 2x0 que, ainda assim, garantiu a classificação para as quartas de final da Copa do Brasil. 

Logo no início da partida, o goleiro Anderson, que poderia até disputar uma estatueta do Oscar, caiu no chão depois de recuperar uma bola que estava com Yago Pikachu. Segurou o pescoço como se tivesse sido atingido, mas o jogador vascaíno não encostou no goleiro. E o que se viu depois disso foram cenas dignas de uma novela de baixo orçamento. Jogador retardando cobrança de escanteio, reclamando com juiz, goleiro trocando luva, etc. Isso é futebol? 

E como se fosse pouco, o volante Elton ainda deu uma cusparada em um dirigente do Vasco na saída para o vestiário. Meu pai, que como já contei por aqui, é um tricolor fanático, vai a todos os jogos na Fonte Nova e não perde nenhum dos transmitidos, me ligou anteontem para contar que desligou a televisão antes do fim da partida. Realmente, novela por novela, era melhor ter visto uma da Globo.

Miro Palma é subeditor de Esporte e escreve às quartas-feiras