Sem alvará, empresa de valores atacada em Eunápolis é interditada

Vizinhos pedem ressarcimento de danos causados por ação com explosivos

  • Foto do(a) author(a) Mario Bitencourt
  • Mario Bitencourt

Publicado em 14 de março de 2018 às 20:59

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Reprodução

Após explosões, imóveis foram interditados por risco de desabamento (Foto: Reprodução) A empresa de transporte de valores Prosegur foi interditada na tarde desta quarta-feira (14) pela Prefeitura de Eunápolis, no Extremo Sul da Bahia, por não ter alvará de funcionamento. Agora, a companhia, que foi atacada por um grupo fortemente armado na semana passada, está proibida de exercer suas atividades até regularizar a situação.

A interdição ocorreu durante protesto de populares contra a empresa, da qual cobram providências com relação aos prejuízos causados a eles com as explosões no dia 7 deste mês, causada por bandidos que iriam roubar dinheiro guardado pela Prosegur.

No ataque, realizado na madrugada, um segurança que estava na guarita da empresa morreu e outros quatro ficaram feridos. No domingo (11), a polícia localizou suspeitos do crime em Porto Seguro (cidade vizinha) com fuzil, submetralhadora, revólver e explosivos.

Três dos suspeitos morreram numa troca de tiros, e ao menos um deles pertence a facção Mercado do Povo Atitude (MPA), liderada pelo traficante André Márcio de Jesus (o Buiu ou Padaria) e ligada ao Primeiro Comando da Capital (PCC).

Após a explosão, o antigo prédio da Prosegur (alvo do ataque) e mais quatro imóveis (três comerciais e um residencial) e a garagem de um hotel foram interditados pela Defesa Civil de Eunápolis, devido ao risco de desabamentos. Manhã após ataque à Prosegur: casas com marcas de tiros e explosões (Foto: Reprodução)  Reivindicações Os moradores querem que a Prosegur paguem o prejuízo causados pela explosão provocada pelos bandidos, porém a empresa sugeriu ao poder público (não disse se o Estado ou o Município) que resolvesse o problema.

Em nota, a Prefeitura de Eunápolis declarou que “estão envolvidas na interdição as secretarias de Infraestrutura e de Finanças e Planejamento do município, bem como a Procuradoria Municipal”.“A notificação foi entregue por servidores da Fiscalização e recebida pelo representante da empresa. A Prosegur tem prazo [não foi informado de quanto é] para regularizar a situação, sob pena de sanções mais graves”, diz o comunicado.No momento em que a empresa era notificada, moradores protestavam com cartazes, cantando palavras de ordem que pedia o deslocamento da empresa para outro local.

A empresa funcionava antes no Centro de Eunápolis e se mudou para um prédio numa área de expansão da cidade, chamada de “estrada da Colônia”, trecho de cerca de 5 km entre o município e o povoado da Colônia.“A medida da Prefeitura atende também a reivindicação desses moradores, mas está fundamentada no fato de a Prosegur não possuir alvará de autorização para exercer atividades naquele local”, afirma a nota da prefeitura.A administração municipal já tinha enviado sábado outro comunicado em que informava ter solicitado à Prosegur abertura de diálogo para viabilizar o saneamento dos problemas causados a terceiros pelo ataque criminoso.

A nota dizia que “a empresa sequer se apresentou ao diálogo ou esclarecimento, sendo negadas pelos prepostos locais as medidas necessárias à solução das demandas surgidas”. Em nota ao CORREIO, a Prosegur declarou que “sobre a interdição, não vai se manifestar”.