Sem Bahia e Vitória, semis do Baianão mostram força dos times do interior

É a primeira vez que o G4 do estadual não tem representantes de Salvador

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  • Giuliana Mancini

Publicado em 17 de março de 2022 às 16:48

- Atualizado há um ano

. Crédito: Hilton Oliveira/EC Jacuipense

A primeira fase do Campeonato Baiano acabou e, com o fim da etapa, veio uma nova certeza: os times de Salvador já não possuem mais vaga garantida no mata-mata. Pela primeira vez desde que começou a ser disputada de forma ininterrupta, em 1905, a competição não teve um clube da cidade entre os quatro primeiros.

A força das equipes do interior já tinha dado as caras na temporada passada, quando Atlético de Alagoinhas e Bahia de Feira fizeram uma inédita final sem representantes da capital. Mas a imposição veio além em 2022, sem Bahia e Vitória nem no G4.

Mais uma vez, o atual campeão, o Carcará, estará no mata-mata, assim como o Tremendão. Se juntam a eles o Jacuipense e a maior surpresa de todas, o Barcelona.

O time de Ilhéus é o caçula do Baianão, e tem pouco mais de dois anos de fundação. Na temporada 2022, estreou na primeira divisão do estadual - e, justamente por isso, muita gente achava que a briga seria contra o rebaixamento. Mas a equipe provou o contrário. Não só assegurou a última vaga nas semis como acabou com as chances do Bahia e Vitória, ao bater o Doce Mel fora de casa. 

Aliás, a Onça Pintada garantiu um outro ineditismo: foi a primeira vez que o G4 do Baianão não teve a presença do Esquadrão e/ou do Leão desde que o tricolor foi fundado, em 1931.

Com a vaga no mata-mata, o Barcelona agora sonha com o primeiro título do Baianão, menos de um ano depois de ser campeão da segunda divisão do estadual. Mas, para isso, terá antes que passar por um outro time que vai em busca do inédito troféu: o Jacuipense. 

O Leão do Sisal foi o líder inquestionável da fase de grupos, e chegou a somar sete jogos seguidos com 100% de aproveitamento. Nos dois últimos, perdeu, para Bahia e Atlético de Alagoinhas, mas nada que o tirasse do topo da tabela.

A campanha marca uma espécie de recuperação do Jacuipense, que, há pouco menos de seis meses, finalizou a Série C com o rebaixamento para a quarta divisão. Foi a despedida da Terceirona depois de dois anos. 

Por ter sido o melhor classificado na primeira fase do Baiano, o Leão do Sisal terá a vantagem de decidir a vaga na final em casa, no Eliel Martins, em Riachão do Jacuípe. Já a ida será em Feira de Santana, onde o Barcelona tem mandado seus confrontos.

Vale lembrar que, em caso de empate no placar agregado, a vaga na decisão será definida nos pênaltis. A Federação Bahiana de Futebol (FBF) ainda não confirmou as datas da semi e final do Campeonato Baiano.

Do outro lado Quem também tem a vantagem do jogo de volta em casa é o Atlético de Alagoinhas, que avançou na segunda posição. A classificação será decidida contra o Bahia de Feira. 

O duelo será a reedição da final do ano passado, que teve o Carcará conquistando o inédito título. O troféu veio com vitória sobre o Tremendão na Arena Cajueiro por 3x2, depois do empate em 2x2 no Carneirão.

Agora, a equipe de Alagoinhas pode se tornar a primeira bicampeã, em anos seguidos, do interior. O Fluminense de Feira é o único clube fora da capital que tem dois títulos, mas eles foram conquistados com uma diferença de seis anos: 1963 e 1969.

Aliás, essa será, também, a primeira vez que o interior vai levantar a taça do Baianão em anos consecutivos. Até então, toda vez que uma equipe fora da capital ganhava o campeonato, um time de Salvador vencia na sequência. 

Foi assim com o próprio Fluminense de Feira, que foi seguido por Vitória (1964) e Bahia (1970); com o Colo-Colo (2006), que viu o rubro-negro ser campeão na temporada posterior; e com o Bahia de Feira (2011), com o Esquadrão como vencedor no ano seguinte.