Receba por email.
Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Após judoca israelense competir sem bandeira, Grand Slam de Abu Dhabi e o Grand Prix de Túnis são cancelados
Ivan Dias Marques
Publicado em 20 de julho de 2018 às 14:53
- Atualizado há um ano
A Federação Internacional de Judô (FIJ) mostrou que não aceita a intolerância de alguns países em relação à influência de problemas políticos nas competições do esporte. Assim, adotando uma postura rígida, o Grand Slam de Abu Dhabi, nos Emirados Árabes, e o Grand Prix de Túnis, na Tunísia, dois torneios tradicionais, foram cancelados do calendário da entidade.
Tudo começou com um problema que ganhou grande notoriedade no ano passado. Em Abu Dhabi, o israelense Tal Flicker ganhou a medalha de ouro na catetgoria meio-leve. Como os Emirados Árabes não reconhecem Israel como país e possuem divergências políticas com o país natal de Flicker, a bandeira não foi hasteada, nem o hino tocado. O judoca, então, cantou sozinho o hino israelense.
Por conta disso, a FIJ mandou um comunicado às federações nacionais pedindo garantias dos governos de igualdade no tratamento dos atletas, norma de seu estatuto. Como não houve respostas dos árabes e dos tunisianos, resolveu cancelar os eventos.
"A Federação Internacional de Judô está ciente da situação e dos incidentes registrados por causa de um complexo e complicado contexto histórico, mas acredita firmemente que políticas não deveriam interferir nos esportes e os esportes deveriam refletir respeito, tolerância e cooperação mútua e, como uma das maiores expressões humanas, deveriam ter o poder de superar qualquer conflito ou interesse", diz a nota explicativa da entidade, que enfatiza que a suspensão vale até a FIJ ter as garantias de igualdade por parte dos governos.