Senado espanhol convida presidente da Catalunha a debater com governo

Proposta do governo começou a tramitar hoje no Senado

  • Foto do(a) author(a) Agência Brasil
  • Agência Brasil

Publicado em 24 de outubro de 2017 às 14:23

- Atualizado há um ano

O Senado da Espanha convidou nesta terça-feira (24) o presidente regional da Catalunha, o independentista Carles Puigdemont, a debater com o governo na quinta ou na sexta-feira as medidas propostas pelo Executivo central para restaurar a legalidade nessa região autônoma. As informações são da EFE.

O gabinete do conservador Mariano Rajoy propôs no último sábado (21) o afastamento do Puigdemont e toda sua equipe, a limitação das funções do parlamento regional e a convocação de eleições antecipadas diante da intenção independentista das autoridades dessa região autônoma, medidas que o Senado deve ratificar na sexta-feira (27).

Essa proposta do governo começou a tramitar hoje no Senado e Puigdemont poderá apresentar alegações por escrito ou pessoalmente.

Em resposta ao convite, o líder independentista disse que tem "vontade" de comparecer ao Senado espanhol para explicar sua rejeição à proposta de Rajoy de assumir suas competências, mas também tem dúvida sobre se o partido do governante, o PP, realmente quer isso, segundo explicou à imprensa o conselheiro da presidência catalã e porta-voz, Jordi Turull.

O Senado criou uma comissão específica para tratar do assunto, formada por 27 parlamentares, e designou um grupo de trabalho encarregado de elaborar e apresentar um relatório.

Na tramitação, o Senado convidou Puigdemont – ou quem ele designar – a apresentar alegações ao decreto de Rajoy, o que poderia acontecer na quinta-feira à tarde, e inclusive a debater com um membro do governo espanhol no plenário de sexta-feira.

No entanto, a Câmara catalã se reúne em plenário na quinta-feira, com a hipótese de que prossiga na sexta, mas sem horários nem uma ordem do dia.

Turull assinalou que "no início" lhes foi comunicado que o comparecimento de Puigdemont ao Senado poderia ser na quarta-feira ou, "no mais tardar", na quinta-feira ao meio-dia, mas isto provocou uma reviravolta, o que levou os dirigentes catalães a pensar que, na realidade, o partido governamental PP, que tem maioria no Senado, não deseja essa presença.

O vice-presidente do Senado, Pedro Sanz, disse hoje que, se Puigdemont decidir comparecer, terá a oportunidade de debater com o governo durante a tramitação e isso significa que aceitará o "resultado" da votação dessas medidas.

"Teria um valor além, porque de alguma maneira o presidente do governo catalão se submeteria ao sistema, que é participar do jogo parlamentar", argumentou Sanz.