Sequestrado por encapuzados dentro de casa, homem está sumido há cinco dias

Ajudante de pedreiro morava com mulher na Boca do Rio; ela foi agredida

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  • Bruno Wendel

Publicado em 6 de fevereiro de 2019 às 18:10

- Atualizado há um ano

. Crédito: Marina Silva/CORREIO

Já são cinco dias de aflição para a família Araújo. Isso porque ainda é um mistério o sumiço do ajudante de pedreiro Mateus Santos de Araújo, 21 anos, sequestrado por três homens na última sexta-feira (1º), no bairro da Boca do Rio. 

Ele estava com a mulher em casa, na comunidade do Cajueiro, quando três homens invadiram o imóvel e o levaram algemado dizendo que eram policiais.

"Disseram ao meu marido: 'Vamos ali dar uma volta na viatura'", contou ao CORREIO a mulher de Mateus que chegou a ser espancada pelos criminosos - dois deles eram encapuzados. Por segurança, ela não quer ser identificada. O caso é apurado pela 9° Delegacia (Boca do Rio). (Foto: Reprodução) Sequestro Era por volta das 0h30 quando os bandidos invadiram a residência do casal, alugada há seis meses. Neste dia, Mateus dormia na sala e a mulher em um dos quartos."Acordei com um homem com o rosto coberto me puxando pelo braço e colocado uma arma na minha cabeça. Ele me levou para sala e Mateus estava sentado no sofá, com outros dois homens armados, um deles estava de cara limpa”, contou a mulher de Mateus, que deixou o bairro e está hospedada na casa de uma amiga em Lauro de Freitas, Região Metropolitana de Salvador (RMS).   Segundo ela, os bandidos fizeram várias perguntas e disseram que eram policiais. “Eles perguntavam toda hora o que a gente estava fazendo no local, se a gente vendia droga, e o meu marido respondeu que estávamos lá porque é mais próximo porque o local é perto do meu trabalho, que ele só fumava maconha. Eles então começaram a revirar tudo. Um deles disse: ‘Não se preocupem, aqui é a polícia’. Foi quando o outro falou: ‘Vamos levar ele. Vamos dar uma volta na viatura’”, contou a mulher de Mateus.  Mulher de Mateus foi agredida no dia do sequestro (Foto: Marina Silva/CORREIO) Espancamento A mulher de Mateus disse que foi espancada por um dos criminosos em dois momentos. A primeira vez foi quando os bandidos algemaram o marido dela. “Meu marido disse que estava com o punho quebrado, por causa de um trabalho numa obra, mas eles puseram as algemas assim mesmo e eu perguntei: ‘pra que isso?’ e levei um soco na costela e um tapa no rosto do bandido que estava de cara limpa (sem capuz)”, contou. 

O mesmo homem cometeu a agressão pela segunda vez quando ela o encarava. “Ele estava sem capuz, na minha frente e era impossível não olhar. Foi quando ele disse: ‘Abaixa a cabeça’. E me deu uma coronhada”, complementou.

Os bandidos fugiram com Mateus em um carro branco. A família de Mateus já prestou queixa do desaparecimento na 9ª Delegacia. “Estamos apurando, mas ainda não temos pistas de autoria”, declarou o delegado Antônio Carlos Magalhães Santos, titular da unidade. 

Pit bull Um cão da raça pit bull que estava na casa do casal não latiu nenhum momento sequer - o que causou estranheza à mulher de Mateus. “O que é estranho é o fato de cachorro não ter latido. Geralmente late quando há estranhos na casa. Acredito que as pessoas que fizeram isso frequentavam a nossa casa. Isso explica também o fato de apenas dois estarem encapuzados”, contou ela. 

Prisão Mateus já foi preso por tráfico de drogas em Mussurunga em 2013. Mas família disse que a prisão foi injusta. “Ele voltava da casa da namorada quando houve uma batida policial. Os PMs jogaram ele no bolo durante uma abordagem. Ele chegou a ser fichado, mas foi comprovado a inocência”, declarou o pai do rapaz, o pasteleiro Edvaldo Cardoso Araújo, 56.