Série 'Elas.Lab' destaca potencial das mulheres na produção científica

Episódios estão gratuitamente no YouTube

Publicado em 23 de fevereiro de 2022 às 10:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: reprodução YouTube

Estreia nesta quarta-feira (23) no YouTube a série documental Elas.Lab, que mostra o potencial das mulheres para atuarem na área científica. Novos episódios serão lançados nas próximas quartas-feiras. Luciana Maria Silva, chefe do serviço de biologia celular da Funed e responsável por um exame genético para prognóstico precoce de câncer de ovário, é uma das entrevistadas neste primeiro capítulo. "Eu sei que sou cientista desde pequena. Eu queria microscópio, kit de química. [...] Eu não queria ser assistencial, queria desvendar o que está no meu entorno, na célula. Resolvi fazer biologia, e me encontrei. Sou bióloga por vocação!", diz Luciana.

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Marilda de Souza Gonçalves, diretora da Fiocruz da Bahia ereferência no estudo da doença falciforme no país, é uma das protagonistas da primira temporada. A engenheira Fernanda Palhano, responsável pelo primeiro estudo sobre ayahuasca para depressão no mundo, também está na série. A direção é de Helena Bertho e Pétala Lopes. 

"Queríamos mostrar toda a potência destas cientistas, como suas pesquisas são inovadoras e relevantes. Não são documentários sobre os desafios de ser mulher na ciência, mas sim sobre a potência das cientistas mulheres, apesar de todos os desafios", explica Helena.

Ao destacar as trajetórias, os trabalhos e a importância de cada uma dessas mulheres, o ELAS.LAB tem a intenção de mostrar jovens meninas como a ciência é um caminho profissional possível. "Os documentários foram pensados não para focar os desafios de ser mulher na ciência ou os preconceitos enfrentados, mas sim para mostrar os trabalhos que têm sido feitos, apesar disso tudo. A primeira temporada foi feita com foco na área da saúde e queremos ainda tratar de outros campos científicos em futuras temporadas".  

Os filmes estarão disponíveis gratuitamente online e a Revista AzMina incentiva que professores e escolas organizem sessões para apresentar o trabalho aos alunos e puxar o debate sobre a ciência como carreira com as meninas. 

Elas. Lab Mostrando as cientistas em seu ambiente de trabalho, os documentários destacam também como elas são importantes para a sociedade, e como seus trabalhos são fruto de esforço e dedicação, num país onde a ciência tem sido desvalorizada nos últimos anos. Segundo Helena, "ao falar especificamente da questão de gênero, mulheres não são incentivadas a seguir carreiras na ciência e, quando o fazem, sofrem machismo, racismo e apagamento do seu trabalho."

Assim, o Elas. Lab é um convite às jovens das mais diversas faixas etárias e sociais a pensar na possibilidade de se tornar uma cientista. A primeira temporada tem como foco a área de saúde, com mulheres com trabalhos relevantes e inovadores na área, e que são referência no que fazem. Além disso, os filmes também mostram a diversidade do Brasil, ao sair do eixo Rio-São Paulo. No primeiro deles, o foco está no trabalho da bióloga Luciana, de Belo Horizonte.

Elas. Lab foi produzida via Lei de Incentivo, com patrocínio do Grupo Fleury, e faz parte das ações do instituto AzMina, que é uma organização sem fins lucrativos, que luta pela igualdade de gênero. A partir do perfil dessas três mulheres, mostrando seus trabalhos como cientistas e a importância de suas pesquisas, os filmes também têm o objetivo de despertar a consciência e o desejo de mais meninas e mulheres ingressarem no campo das ciências – um ambiente no qual as vozes femininas foram, sistematicamente, silenciadas ao longo dos anos.