Série fala sobre roupas, identidades e escolhas

Da mesma criadora de Orange in the New Black, Histórias Para Vestir combina bom humor e muita emoção

  • Foto do(a) author(a) Ana Pereira
  • Ana Pereira

Publicado em 3 de abril de 2021 às 10:45

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Netflix/Divulgação

É curioso que uma série sobre roupas comece justamente em uma comunidade de nudistas. Mas esta inversão já diz muito sobre Histórias Para Vestir, produção de oito episódios que estreou esta semana na Netflix. É pela relação que as pessoas estabelecem com as peças - ou pela negação - que as histórias se encontram nesta série que combina bom humor, curiosidades e emoção em doses equilibradas.

No caso do casal Diane e Paul, que mora  em um resort naturista na Flórida, tirar a roupa pode ser traduzido como libertação “das expectativas e tradições”. Em outras palavras, de autoaceitação. “As pessoas se encondem atrás das roupas, usam mil coisas”, reforça Diana, rindo do senso comum que imagina que adeptos do nudismo fazem sexo a torto e a doidado. Eles aparecem jantando, dançando e fazendo esportes com os amigos - alguns nus outros não.  

Os personagens bem escolhidos são o principal trunfo da série baseada nos livros Worn Stories e Worn in New York, da escritora Emily Spivack. Estreando no audiovisual, ela se juntou à diretora Jenji Kohan, criadora de séries premiadas como Weeds e Orange is the New Black. A última, aliás, tem no uniforme sua marca identitária. E ao contar um pouco de sua vida, um ex-presidiário resume na nova série sobre o peso do uniforme nas penitenciárias: “nossa identidade acaba na hora que vestimos aquela roupa”. 

Cada episódio de Histórias Para Vestir tem em média 30 minutos e passeia por várias narrativas e questões de representatividade. Por que alguém se sente muito bem em usar roupas vintage ou em sair por aí de salto alto? Ou ainda como uma camiseta ou uma tanga pode abrir um mundo novo para uma pessoa? O saxifonista Tim Cappello com sua peça da sorte: (Foto: divulgação) A tanga não é uma tanga qualquer e rende uma dos causos mais curiosos da série. É de couro preto, no estilo sadomaso, e foi dada ao saxofinista Tim Cappello nos anos 80 pela cantora Tina Turner. Ele passou a só se apresentar com a peça. Depois de acompanhar a estrela e outros artistas em mega shows, Tim foi perdendo espaço, juntamente com os novas formações de banda, até que caiu no ostracismo.

Três décadas depois, uma cena curta que fez no filme Os Garotos Perdidos (1897), tocando de tanga, viralizou e Tim voltou à mídia e aos shows. Por isso, brinca, nunca se apresenta sem a dita cuja: “É muito bizarro”, resume. 

As histórias são contadas de forma rápida. E em algumas são usadas a animação para preencher lacunas e torná-las mais divertidas ou emocionantes. “Queria que representasse quem somos e nossa experiência humana coletiva contada pelas nossas roupas”, resumiu a autora. Netflix

Zapeando

The Voice +  - Prepara o lencinho pois vai ter muita emoção neste domingo (4), às 14h10,  na final da primeira e bem sucedida edição do The Voice +. Oito candidatos realizam duas rodadas para saber quem leva os R$ 250 mil e o contrato com a Universal Music. Eles se apresentam na primeira parte do programa, sendo dois de cada um dos times. Daniel, Ludmilla, Claudia Leitte e Mumuzinho escolhem apenas uma entre as duas vozes para a última apresentação, quando o vencedor é, então, eleito pelo público.

The Walking Dead  - Tem emoção também no último episódio da décima temporada da série, que será exibido neste  domingo (4), às 22h30, nos canais STAR Channel e STAR Hits 2.  Com o título de Here's Negan, escrito por David Leslie Johnson e dirigido por Laura Belsey, no episódio Carol (Melissa McBride) leva Negan (Jeffrey Dean Morgan) em uma viagem, na esperança de minimizar a tensão crescente. Lá, ele reflete sobre os eventos que o levaram a este ponto e chega a uma conclusão sobre seu futuro. A série termina com a 11ª temporada, cuja estreia está prevista para o segundo semestre de 2021. A temporada será exibida em três partes, abrangendo 24 episódios, que serão lançados até o final de 2022.  Série Sanditon estreia na Globoplay (Foto: Divulgação) Romantismo  - A escritora Jane Austen (1775-1817) segue encantando com seus romances sobre a sociedade inglesa de sua época e inspirando adaptações. A mais recente é a série Sanditon (foto), baseada no último  e inacabado romance escrito por Austen, que estreou nesta  sexta   no Globoplay.A obra conta a história de Charlotte Heywood (Rose Williams), irmã mais velha em uma família que conta com 12 filhos. Ela vive no interior da Inglaterra e passa por uma mudança quando conhece o investidor Tom Parker (Kris Marshall), que a convida para conhecer a cidade em que ele deseja criar um resort à beira-mar. A trama avança a partir da presença de Charlotte na cidade, com ênfase em uma disputa por uma herança e nos confrontos com Sidney Parker (Theo James), irmão de Tom.