Série sobre Menudo é prato cheio para a nostalgia

Em quinze capítulos, produção da Prime Video conta história de fenômeno dos anos 80

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  • Roberto Midlej

Publicado em 19 de dezembro de 2020 às 08:38

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Os intérpretes de Roy, Charlie, Ricky, Ray e Robby (foto divulgação) Ray, Roy, Ricky, Charlie e Robby. Responda rápido: qual o nome da banda formada por esses cinco integrantes? Se você tem uma vaga lembrança do que foram os anos 80, com certeza não errou: eles eram o Menudo. Sim, hoje soa (bem) exagerado, mas naquela época houve quem comparasse o grupo porto-riquenho aos Beatles. Calma lá: ninguém estava falando da qualidade musical, mas do nível de paixão que os fãs - e, especialmente no caso do Menudo, as meninas - tinham pelos artistas.

Se para os ingleses, foi criado o termo beatlemania, a paixão pelos porto-riquenhos ganhou o nome de menudomania. E não era à toa: os gritos das fãs ressoam até hoje na cabeça deste jornalista que, também fã da banda, aos oito anos de idade, foi ver a chegada daqueles cinco adolescentes no antigo Hotel da Bahia. Em vão, claro, pois não conseguiu ver ninguém, tamanha era a multidão presente. E, claro, também fui ao show na Fonte Nova, naquele distante 2 de março de 1985.

E para quem viveu aquela febre, a Prime Video preparou um presente para este fim de ano: a série ficcional Súbete a Mi Moto, que em 15 episódios mostra as duas décadas de ascensão e queda daquele fenômeno que marcou a cultura pop, principalmente da América Latina, onde eles realmente fizeram sucesso.

A série é em tom de flashback: Edgardo Díaz, empresário do grupo, dá uma entrevista a uma jovem blogueira, filha de uma antiga fã dos rapazes. Na fase mais nova, Edgardo é interpretado por Yamil Urena; na fase atual, por Braulio Castillo. E ele relembra a história desde o início, quando, de forma completamente amadora, convidou os três filhos de um conhecido para integrarem a banda.

Ao perceber o potencial do negócio, instituiu uma regra: quando a voz dos meninos começasse a engrossar ou começasse a aparecer o bigode, era hora de substituir o integrante. Grande sacada: assim, o público adolescente, que gastava fortuna com os shows e produtos relacionados à banda, sempre se renovaria.

Para os fãs brasileiros, o interesse vai ser maior a partir do quinto ou sexto episódio, quando começam a aparecer os integrantes da formação que fez sucesso por aqui, citada no início do texto. Mas é divertido também conhecer a história dos primórdios do grupo, daqueles primeiros rapazes que não foram conhecidos aqui.

Enfim, um prato cheio para nostalgia e para lembrar, claro as canções que marcaram uma geração. E nunca é tarde para reviver aquela moda tão marcante - e kitsch - dos anos 80. Os penteados, as roupas ultracoloridas, os quartos repletos de pôsteres e até os aparelhos de telefone dão uma deliciosa sensação de revival.

A história é meio chapa branca e evita abordar questões polêmicas, como as acusações que havia sobre Edgardo, de explorar o trabalho infantil e outras ainda mais chocantes, de abuso sexual, como aquela feita por Roy em sua participação no reality A Fazenda. As acusações, no entanto, nunca foram provadas. Matheus Peleteiro, escritor (reprodução Instagram) Dicas de leitura para estes tempos difíceis (por Metheus Peleteiro, escritor, 24 anos)

O escritor norte-americano William Faulkner dizia que o que a literatura faz no mundo é acender um fósforo no meio da noite escura: “não ilumina quase nada, mas nos permite ver quanta escuridão existe ao redor.” Considerando um momento em que as relações humanas foram abruptamente interrompidas, não só pela tecnologia, mas também por um vírus ardiloso, em meio a um panorama que evidencia certa repressão e desestímulo a artistas e professores, há livros que, iluminando essa escuridão, se tornam essenciais para que a vida seja encarada com mais leveza, discernimento e, por que não, esperança?  Foi nesse sentido que selecionei as cinco obras abaixo.

Vamos comprar um poeta - Afonso Cruz – Editora Dublinense

Em “Vamos comprar um poeta”, o escritor Afonso Cruz presenteia o leitor contemporâneo com uma sutil e agradável leitura, sobretudo em um momento em que governos tentam legitimar a ideia da arte como uma inutilidade, e do investimento na área como uma frivolidade. O romance, por si só, é leve, doce e encantador, mas foi o seu apêndice o que mais me atingiu. Ao final da leitura, encontra-se um curto e afiado manifesto em defesa da arte, trazendo em sua argumentação aquilo que mais falta aos governos estúpidos: embasamento.

O livro dos abraços – Eduardo Galeano – Editora L&PM 

Através desta graciosa obra, Eduardo Galeano conta a história da América Latina a partir de sua memória, ficcionando um pouco do melhor que ouviu durante a sua trajetória. Assim como o título infere, na presente obra o autor traz histórias curtas tão admiráveis que atuam como abraços no leitor.

Meu Quintal é Maior do que o Mundo – Manoel de Barros – Editora Alfaguara

Manoel de Barros é o meu poeta brasileiro preferido. Denominando a si próprio como o “poeta das inutilidades”, fez um trabalho primoroso com a língua portuguesa ao ressignificar palavras e concretizar momentos através da sua sensibilidade singular, sempre conectada à natureza e aos pássaros. Há poucas coisas mais encantadoras do que ler os seus melhores poemas, e, nesta antologia, estão alguns deles.

Os Velhos Também Querem Viver – Gonçalo M. Tavares – Editora Foz 

"Se os novos gostam de viver, os velhos também.  E por que razão a vida de um velho valeria menos do que a vida de alguém que agora começa? Que cálculos absurdos são esses? E por que não o contrário? Por que não proteger a sabedoria dos muitos anos, em vez da excitação do jovem que ainda quer conhecer?" 

Versos como este evidenciam o valor e a pertinência em relação ao presente tempo desta obra, escrita numa prosa poética original, leve e inquietante, através da qual o escritor português discute questões como a morte, o amor, o valor de milhares de vidas, e o de uma, apenas.

Fahrenheit 451 – Ray Bradbury – Editora Planeta

“Ficção científica é uma ótima maneira de fingir que você está falando do futuro quando, na realidade, está atacando o passado recente e o presente", disse o autor, numa das suas tantas entrevistas. Penso que esta é uma das melhores definições do que a sua obra representa. Afinal, através de uma narrativa fluída, ácida e cativante, este seu trabalho de maior repercussão promove reflexões vitais para o combate à vileza e à ignorância. O que ele não esperava é que tal situação se perpetuasse por tanto tempo. Livro de Ricardo Ishamel está em português, inglês e espanhol (divulação) Livro infantil de Ricardo Ishamel será vendido no Shopping Paralela

O jornalista Ricardo Ishamel lançou neste ano o livro ‘A Princesa do Olhinho Preguiçoso’. Neste domingo, a publicação passa a ver vendida também na Expo Mammis Kids, no Shopping Paralela. Ishmael não estará no local, mas deixou 30 exemplares autografados para os primeiros que comprarem o livro. A Princesa do Olhinho Preguiçoso conta a história de uma menina de seis anos que sofre de ambliopia, uma doença nos olhos que a obriga a usar um tampão. Logo, ela passa a ser vítima de bullying na escola e ganha apelidos nada agradáveis. Caetano deve cantar músicas como O Leãozinho e Odara (Fernando Young/divulgação) Neste sábado (19), Caetano faz outra live

Depois de muitos pedidos, Caetano Veloso finalmente desencantou e fez sua live no Globoplay em agosto. Pelo visto, ele gostou da experiência e vai repetir neste sábado, às 21h, mas em outro veículo. O show Vai Ter Natal será transmitido ao vivo pelo YouTube do artista e, simultaneamente, pelo Canal Like (530 da Claro) e pelo Canal do Cliente (500 da Claro). O repertório é surpresa e inclui as músicas mais pedidas pelo público nas redes sociais, usando #LivedoCaetanodeNatal. Será possível também acompanhar os bastidores no Instagram @canallikeoficial. Pelo que os fãs vêm pedindo, dá pra ter uma ideia das canções que estarão na apresentação. Alegria Alegria, Luz do Sol, Reconvexo, Odara, O Leãozinho, Trem das Cores devem ter presença garantida.Sábado (19), às 21h. Canal Like (530 da Claro), Canal do Cliente (500 da Claro) e no YouTube de Caetano Veloso