Sessões de terapia ilimitadas fazem baianos cogitarem volta aos planos de saúde

Medida passou a valer nesta segunda (1º)

Publicado em 2 de agosto de 2022 às 05:15

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Após liberação para sessões e consultas ilimitadas de psicólogos, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e fisioterapeutas, conforme recomendação médica, pacientes que deixaram de usar o plano e contrataram serviço particular têm considerado retornar às operadoras. 

A estudante Júlia Silva, 21, começou a fazer acompanhamento em 2019. No entanto, descobriu que o plano cobria apenas 20 sessões, o que a fazia ter uma sessão semanal por cinco meses. A jovem recorreu ao particular, mas não teve como custear R$ 150 por hora a cada semana. 

“Os limites de sessões me deixavam bem desanimada em fazer terapia, porque eu sabia que em algum momento teria que parar, mesmo ainda precisando de ajuda. Com certeza voltarei depois dessa notícia. É bom saber que eu vou continuar tendo ajuda quando preciso e minhas sessões não vão ser limitadas”, comemora. 

Foi pelo mesmo motivo que a estudante de psicologia, Sabrina Lima, 20, procurou serviço particular. Ela conta que era atendida uma vez por semana com sessões de uma hora, porém, o plano a informou que iria liberar apenas 30 minutos por atendimento. Para Sabrina, o tempo não é suficiente, porque não dá conta de recapitular os acontecimentos entre a última e atual sessão, desenvolver atividade semanal e aprofundar as questões levadas à terapia. 

Embora hoje desembolse R$ 120 para quatro sessões mensais de uma hora, ela prefere o investimento a retornar às preocupações recorrentes antigamente. “Através do particular você tem liberdade muito maior para conversar diretamente com psicólogo e marcar horário. No plano de saúde não”, afirma. 

A presidente da Associação de Pessoas com Fibromialgia de Feira de Santana, Bárbara Fontes, conta que pacientes com a síndrome precisam fazer tratamento multidisciplinar, cujas atividades não são atendidas pelo plano em sua totalidade. Bárbara faz acupuntura, terapia, bloqueio da dor, e mais três modalidades de fisioterapias. Uma delas, RPG, foi negada pelo plano. 

“É abusivo. Já aconteceu outras duas ou três vezes. Ficam falando que o plano contratual não dá cobertura para isso [...] mas depois, do mesmo jeito que fazem a negativa, voltam a atender sem dar justificativa do porquê negaram. A associação tem mais de 300 pessoas e de todas as pessoas que estão na associação e tem plano de saúde, principalmente na Unimed, estão nessa situação”, denuncia. 

A intenção da entidade é mover ação coletiva por conta da perda do tratamento. Com a garantia de sessões ilimitadas, a classe espera melhora no posicionamento das operadoras dos planos de saúde. *Com orientação da chefe de reportagem Perla Ribeiro