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Sete baianos já foram campeões do mundo; Daniel e Dante na fila


 

Daniel Alves e Dante têm a missão de aumentar a lista do estado

Publicado em 12/05/2014 às 07:14:00
Atualizado em 14/04/2023 às 03:32:47

Um dos destaques na campanha do tetracampeonato em 1994, o ex-atacante Bebeto afirmou que a Bahia é pé quente para o Brasil em Copas. “Brinco que pra ser campeão tem que ter baiano no meio. Senão, não vai”. A exato um mês do início da Copa do Mundo, o CORREIO resolveu entrar na brincadeira e constatou que ela quase corresponde à realidade.Daniel no rebolo, Dante no cavaquinho. Na Copa das Confederações, dupla baiana animava até dentro do avião (Foto: Rafael Ribeiro/CBF)A lendária seleção de 70 é a exceção que confirma a regra de Bebeto. Entre as Feras do Saldanha, comandadas por Zagallo na conquista do tri, no México, não havia um baiano sequer. Nas outras quatro estrelas do escudo, sim.O já falecido zagueiro Zózimo foi reserva em 58 e titular em 62; também zagueiro, Aldair jogou com Bebeto em 94; Dida, Júnior Nagata, Vampeta e Edilson foram reservas em 2002, ano do penta.Uma honra restrita a apenas sete pessoas nesta Bahia de atuais 15 milhões de habitantes (IBGE 2013). Daniel Alves e Dante têm a missão de aumentar a lista do estado. “Acho que é histórico não só para a Bahia, mas para todo o Brasil. Vencer essa Copa do Mundo, em casa, é um sonho de todos nós. Vamos trabalhar muito para que isso aconteça”, comenta o zagueiro de 30 anos Bayern de Munique, que começou a carreira no Galícia.Maneca (1950), Luís Pereira (74), Toninho (78) e Júnior Baiano (98) completam o time de 11 baianos que já disputaram o Mundial.Alegria A Bahia carrega o estereótipo da alegria, mantido pelos dois representantes que tentarão o hexa. Ano passado, nas viagens da Seleção durante a Copa das Confederações, Dante e Daniel Alves estavam sempre acompanhados por um cavaquinho, rebolo ou pandeiro. A geração de 2002 não era diferente.“Dida era mais fechado, sempre foi. Mas Vampeta e Edilson eram a alegria do grupo, cara. A gente se reunia no quarto eu, Vampeta, Edilson, Luizão... Baianos dão sorte, né?”, brinca Júnior Nagata, lateral-esquerdo reserva de Roberto Carlos em 2002, que teve a honra de balançar as redes naquela Copa, na goleada de 5x2 contra a Costa Rica.Júnior revela que o ambiente na concentração era bom e que, por baixo do bigode, há um Felipão divertido. “Em 2002 tinham dias que, na concentração, tinha bingo, jogava sinuca, a gente ficava tocando samba. Quando ia treinar, a gente levava os instrumentos no ônibus. Era descontraído, e Felipão gostava disso, de um ambiente solto. Na hora do trabalho, realmente era fortíssimo”, conta, aos 41 anos, aposentado e de volta a Santo Antônio de Jesus após abrir um restaurante de comida francesa em Belo Horizonte – do qual já saiu da sociedade. Ele elogia o comandante do penta e do possível hexa e analisa por que o treinador consegue formar o que chamam de família Scolari. “Ele é transparente naquilo que faz. Lógico que, na hora do trabalho, ele trabalha bastante. Mas ele passa alegria, passa confiança. Não é aquele treinador autoritário que acha que ‘eu que mando e vocês são meus comandados’. Por isso, na Copa de 2002, todos nós abraçamos aquela família Scolari e deu tudo certo”.