Seu pet desapareceu? Veterinária cria perfil no Instagram para bichos que sumiram; saiba onde fazer tags de identificação

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  • Da Redação

Publicado em 5 de janeiro de 2019 às 08:50

- Atualizado há um ano

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Pelo menos 12 pets desapareceram desde o início do ano em Salvador (Arte: Roberto Abreu/CORREIO) Como diria Luiz Gonzaga, meu coração "molin molin" fica bem apertado quando a gente faz uma matéria como essa. Toda virada de ano é a mesma coisa: assustados com os fogos do Réveillon, muitos sacaninhas simplesmente desaparecem de suas casas. Depois que recebemos no nosso perfil (@lugarbompracachorro) a foto de diversos "fujões" essa semana, fiquei imaginando o sofrimento que eles podem estar passando nas ruas e como os seus tutores estão desesperados por uma notícia. Isso quando os cabras não morrem de ataque cardíaco, suicídio (sim, muitos se jogam de janelas de apartamentos) ou atropelados ao fugirem.  

Para amenizar e tentar resolver pelo menos alguns dos casos de fuga - tivemos notícias de pelo menos 12 em Salvador e Região Metropolitana desde o início do ano -, a veterinária Carolina Trinchão criou o perfil Ache Meu Pet (@achemeupet) no Instagram. A ideia é concentrar em um só lugar os cães desaparecidos. Aliás, cães, gatos, coelhos e até calopsitas como Diana, que desde a noite do dia 31 sumiu de uma residência na Boca do Rio. Alguns tutores oferecem recompensas para quem encontrar e devolver os bichos.  Chica foi encontrada depois de buscas intensas (Foto: Reprodução) A veterinária construiu a página depois que, na mesma noite de 31 de dezembro, sua vira-lata, a Chica, simplesmente desapareceu. "Eu sempre imaginava a dor das famílias naquele momento. Até que aconteceu comigo e foi muito pior do que eu imaginava. Então decidi ajudar as famílias a reencontrar os seus pets. O objetivo, além de divulgar e compartilhar a imagem, é ajudar no resgate através de pistas e dicas de melhores estratégias para as buscas", explica Carolina. Chica, graças a buscas intensas realizadas por toda a família - além de uma grande campanha nas redes sociais - é uma das encontradas da nossa lista. 

Fugas mirabolantes

Com 13 anos, Chica desapareceu misteriosamente da casa dos pais de Carolina, no Stiep. O portão estava trancado com cadeado e tudo, mas ela deu um jeito de fugir. Não tinha ninguém em casa porque todos foram passar a virada em Guarajuba. "Provavelmente ela forçou o portão, que estava com corrente e cadeado", acredita Carolina. Por isso, não se engane. Nessa hora, cães e gatos são capazes de coisas mirabolantes. Desde que chegaram em casa e não encontraram Chica, os pais de Carolina então deram início à campanha junto com a veterinária e toda a família. 

"Saí por aí mostrando fotos para quem aparecia e nada dela. Começou a bater o desespero. Nisso eu já tinha colocado nas redes sociais e a imagem começou a circular", narra Carolina. A primeira pista era de que Chica foi vista saindo do condomínio. A pista seguinte veio da Internet, quando um amigo da veterinária compartilhou a imagem no Facebook e alguém comentou dizendo que tinha visto uma cadela semelhante no Iguatemi, sentido Rótula do Abacaxi. "Perguntei se era fêmea e gordinha. Diante dessa confirmação, tínhamos convicção de que era ela". 

Em dois carros, a família se dividiu entre os possíveis caminhos: Bonocô, Bela Vista e Barros Reis. "Saíamos perguntando a todo mundo que a gente via. Voltamos à noite para casa sem encontrar Chica. A família toda arrasada". No dia seguinte, Carolina preparou panfletos e estava prestes a contratar um carro de som. Foi quando seu marido entrou sentido Bonocô e uma funcionária de uma lanchonete disse que a tia dela havia resgatado uma cadela. "Meu marido disse que não ia entrar na lanchonete, mas resolveu voltar e perguntar. A tia da menina pegou Chica e um rapaz perguntou se podia cuidar dela e ela deixou", conta. Final Feliz para Chica e Família (Foto: Reprodução) Esse rapaz é Seu Abnailton, que sequer aceitou a recompensa prevista na imagem divulgada. "Ele negou! Disse diversas vezes que não ia aceitar. Para convencer ele, meu marido disse que com esse dinheiro ele poderia ajudar outras pessoas. Como ele tem uma campanha para arrecadação de cestas básicas, acabou aceitando", conta Carolina, que depositou R$ 1 mil na conta do homem que salvou Chica. "Ele cuidou dela da melhor forma. Chica foi encontrada pela melhor família que podia ser", diz Carolina.  Seu Abnailton: o homem que cuidou de Chica (Foto: Reprodução) Infelizmente, a maioria dos casos ainda não teve um final feliz. Em Abrantes, a schnauzer Lina, de 2 anos, também desapareceu assustada com os fogos. Ela foi vista pela última vez na entrada do Shopping Busca Vida. "Desde a tarde do dia 31 ela já tava assustada. A gente saiu para a virada e fechou a porta. Mas, a nossa outra cadela, que é maior, conseguiu abrir. Ela também fugiu, mas conseguiu voltar", diz a arquiteta Alejandra Kirkwood,24 anos. Alejandra procura Lina incansavelmente e distribuiu centenas de panfletos no bairro, além de ter colcado anúncios nos postes. "Imagino que ela esteja com alguém, estou sentindo isso. Rodei todos os locais, todas as ruas", disse, emocionada, Alejandra.    Lina desapareceu em Abrantes. Tutora está aflita (Foto: Reprodução Instagram) No caso de Susi, uma vira-lata adotada das ruas há um ano, o desfecho esperado chegou bem perto de ocorrer. Susi pertence a uma família que mora em Salvador, mas desapareceu na praia, na Ilha de Itaparica. "Ela tem muito medo de fogos. A gente tava na Ilha, no período de Réveillon, dia 31, pela manhã. Ela tava com a gente na praia quando alguém soltou uma bomba. Ela saiu correndo pela areia e nós saímos correndo em busca dela", conta Carleson Oliveira, irmã da tutora de Susi, Carla Oliveira. Dali em diante, a família não mais a encontrou.

Acontece que, apesar de muito apegada à Carla, Susi é cismada com estanhos. Foi vista por três vezes pelo porteiro do condomínio, por moradores de Itaparica e até por uma viatura da polícia. Mas, na hora do resgate, a vira-lata se embrenha no meio dos matos. "Ela dá 1x0 em todo mundo", lamenta Carleson. Temos fé que Susi, Lina e todos aí de cima serão encontrados. Mas, para isso, seus cabras, olhem direitinho cada uma das fotos. Veja se não os reconhecem. Caso tenham alguma pista, procurem o Ache Meu Pet ou Lugar Bom Pra Cachorro no Instagram. Você pode acabar com a dor de uma família.  Susi: desapareceu na ilha (Foto: Reprodução Instagram) Plaquinhas de identificação

Uma medida simples poderia dar um fim a boa parte do sofrimento vivido pelos tutores e seus cães desaparecidos. As chamadas tags, IDs, pingentes ou plaquinhas de identificação colocadas nas coleiras (com nome do bicho e telefone do proprietário) resolvem quase 100% dos casos - a não ser quando quem encontrou o pet age de má fé e resolve ficar ou comercializar o animal. As IDs podem ser metálicas (aço inoxidável ou alumínio), de couro ou de qualquer outro material minimamente resistente para durar um bom tempo. Além dos pet shops e empresas que vendem e gravam as plaquinhas, há empresas que já produzem coleiras junto com a plaquinha (basta mandar fazer a gravação) e outras que, por encomenda, gravam os nomes dos pets na própria coleira (sem plaquinha). Há também tags em diversos formatos, inclusive das raças dos pets.  

Fizemos uma lista de locais que vendem esses produtos (coleiras gravadas por encomenda, coleiras com tags para gravar e tags gravadas por encomenda). Mas, atenção: É preciso estar atento ao conteúdo da tag. Deve-se colocar, por exemplo, o DDD antes do número. Cães perdidos em uma viagem a outra cidade ou estado podem continuar desaparecidos para sempre por conta desse detalhe. "O cachorro de uma conhecida minha foi perdido em Campo Grande, no Mato Grosso. Tinha plaquinha, tinha telefone, mas não tinha o DDD. As pessoas provavelmente acharam ele e ligaram, mas não dava certo. Isso é fundamental", alerta a veterinária Carolina Trinchão. 

1 - A @dogu.pet não marca plaquinhas, mas traz uma ideia que tem um diferencial importante. As coleiras, todas elas, já são comercializadas com a placa metálica, o que além de fazer delas um produto pensado para isso induz os tutores a fazer a marcação. Lançada em agosto de 2017, a marca é de Salvador e sempre quis unir design com funcionalidade. "Desde o começo a idéia da tag fazia parte do projeto", afirma Igor Cunha, sócio diretor da Dog.U.  Dog.U inovou criando coleiras com plaquinhas (foto: Divulgação) 2 - A @101dogs_store já traz a marcação do nome do "fujão" e do telefone do tutor na própria coleira. Marca cearence, eles enviam o produto para todo o Brasil.  101 Dogs Store: coleiras encomendadas com nome do pet e contato do tutor (Foto: Divulgação)  3 - A @filo_fifo tem uma loja na Arca de Nóe do Shopping da Bahia. Eles produzem tags diferenciadas em couro. A proprietára da loja, Mari Madeira, diz que a identificação é ítem de segurança e não acessório meramente decorativo. " diz que a identificação é um dos itens de segurança mais importantes dos pets. "Espero realmente que a sua matéria consiga conscientizar sobre essa importância. Fico arrasada quando divulgo desaparecidos. Gostaria que todos estivessem identificados para agilizar o retorno pra casa", diz Mari.", diz Mari.  Filó Fifó: tags em couro (Foto: Divulgação) 4 - A @meupetchicbr produz lindas joias criativas em aço inoxidavel e, de acordo com a sócia proprietária Aretha Moreira, elas têm durabilidade para a vida inteira. "A gente personaliza do jeito que o cliente quiser. A imagem de um cachorro, a raça, vai ao gosto do dono".  Meu Pet Chic produz em aço inoxidável nos mais diversos formatos (Foto: Divulgação) 5 - O slogan da @pet4ever_brasil é "pet feliz é pet identificado". A marca envia o produto para todo o Brasil.  Pet4ever Brasil: 'cachorro feliz é cachorro identificado' (Foto: Divulgação) 6 - Os estandes da @emporiodoacooficial estão em quase todos os shoppings de Salvador, inclusive o Barra e o Salvador Shopping. Eles vendem e marcam pingentes de aço dos mais variados gostos, além de fazer até a fotogravação do pet no produto.  Empório do aço faz até fotogravura (Foto: Divulgação) Dicas para evitar desaparecimentos na hora dos fogos

Réveillon, São João e Copa do Mundo são épocas do cão! Quer dizer, contra os cães, gatos e outros bichos! O barulho dos infernos dos fogos de artifício deixa a gente transtornado. Nessa época, muitos cães e gatos fogem de suas casas. Há até casos de morte por ataque cardíaco. Por isso, conversamos com o treinador de cães Rafael Ramos da @caodeouro. Neste vídeo, ele diz o que fazer caso na hora dos fogos o tutor não possa estar em casa ou o tempo inteiro de olho no seu filho de quatro patas. Abaixo do video, uma lista com essas e outras dicas.

✓ Deixar os bichos em um ambiente seguro, de onde eles não consigam escapar.

✓ É preciso colocar telas resistentes nas janelas. Especialmente para os gatos. Mas, os cães também são capazes de tudo para fugir.

✓ Uma boa dica é deixar o ambiente do jeito que ele gosta, com brinquedos, petiscos e sons que estão acostumados (tv e música).

✓ Outra dica: existem feromônios sintéticos que acalmam cães (Adaptil) e gatos (Feliway) em momentos de estresse.

✓ Indispensável que a coleira do seu pet traga algum tipo de identificação com seu contato. Ela servirá para vários tipos de circunstâncias, inclusive para essa, mesmo com todas as precauções.