Sexo: do paraíso ao inferno

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  • Malu Fontes

Publicado em 7 de maio de 2018 às 06:00

- Atualizado há um ano

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Adão e Eva descobriram o sexo e não só foram expulsos do paraíso como também empurraram a humanidade precipício abaixo. Herdamos de brinde uma montanha de pecados e a ameaça constante de irmos para o inferno. Por causa de sexo, impérios são colocados em risco, biografias são destruídas, corpos tombam mortos e caixas registradoras explodem de dinheiro gerado pelo tema.

Até bem pouco tempo, o sexo dos outros entrava em nossas vidas comumente sob a forma de histórias de excessos, traições, picardia e fofocas. Nos últimos anos, todos vimos nos estarrecendo com relatos de pessoas famosas envolvendo sexo, abuso e violência. Ninguém é inocente ao ponto de achar que, no passado, as pessoas eram mais contidas, pudicas ou psiquicamente e sexualmente mais saudáveis em suas práticas sexuais.  Não eram.

ÂNUS Na confluência entre a morte da privacidade, o avanço do direito sobre o comportamento, as políticas de identidade, a perda do medo de represálias por parte de quem denuncia e a força das redes sociais, o fato é que quem antes se considerava impune e vivia sua sexualidade como bem lhe dava na telha, abusando e violentando, agora está recebendo a fatura. São raras as semanas em que não vêm à tona escândalos sexuais envolvendo violência e abuso protagonizados pela elite do mundo.

Na semana em que um ex-técnico da seleção brasileira de ginástica masculina foi acusado por mais de 40 atletas de cometer crime de abuso sexual, o ginasta Diego Hypólito trouxe à tona uma história pessoal de revirar o estômago. Nos bastidores dos treinos, era obrigado por atletas mais velhos, entre outras atrocidades, a recolher com o ânus uma pilha besuntada de creme dental e a manter o objeto preso até depositá-lo dentro de um tênis.

SEM NOBEL Depois que Hollywood apareceu de luto em cerimônias para denunciar o inferno das atrocidades dos mandachuvas do cinema contra algumas das estrelas mais bem pagas do mundo, agora é a vez do topo da pirâmide da literatura mundial descer aos infernos. A premiação do Nobel de Literatura de 2018 foi cancelada na esteira de denúncias de assédio sexual contra o marido de uma dos membros da academia sueca.

O tal marido teria por hábito assediar mulheres do métier e vazar informações de bastidores, como os nomes dos vencedores, por ter informações domésticas privilegiadas. A saída encontrada foi o anúncio de que, em 2019, se até lá os bastidores sexuais permitirem, claro, haverá dois vendedores.

Depois que o mundo respirou aliviado com a declaração fofa do ditador norte-coreano, de que não é uma pessoa capaz de atirar mísseis contra ninguém, sobra o temor de que o fim do mundo tenda mais a ser causado pelo sexo errante dos poderosos e não por mísseis. Donald Trump e sua cama movimentada que o diga. De engraçado mesmo, quando o assunto é sexo, restou o anúncio da filósofa Márcia Tiburi. Não se sabe quem ela ouviu, mas anunciou que todas as mulheres do Brasil querem ir para a cama com Lula. Muitas devem ter se sentido abusadas com essa afirmação.