Sindicato afirma que 95% dos professores do Estado não voltou ao modelo presencial

Procurada, Secretaria de Educação no Estado não desmentiu informação

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  • Da Redação

Publicado em 9 de agosto de 2021 às 18:50

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Nara Gentil/CORREIO

Era previsto que 120 mil estudantes do Ensino Fundamental II retornassem às aulas presenciais nesta segunda (9), ocasião da reabertura das escolas. Como previsto, no entanto, os professores em sua grande maioria não compareceram, conforme garante a Associação dos Professores Licenciados do Brasil, Secção da Bahia (APLB-BA) - o sindicato dos trabalhadores no Estado. A Associação garante que 95% da categoria não compareceu às salas de aula nesta data de retorno.

Procurada, a Secretaria de Educação do Estado da Bahia (Sec) não desmentiu a informação. O CORREIO questionou se a informação é verdadeira e quais medidas podem ser tomadas a partir dessa abstenção. A pasta, no entanto, apenas afirmou que está monitorando a frequência dos estudantes junto às unidades escolares, para posterior lançamento oficial no Sistema de Gestão Escolar, que ocorre ao final da unidade letiva.

Presidente da APLB, Rui Oliveira afirmou que retornar às aulas neste momento é um atentado contra a vida das pessoas e classificou como positiva a baixa adesão de pais, mães, responsáveis e professores. 

"Temos uma avaliação positiva [da abstenção]. O Governo não conseguiu converncer trabalhadores, pais, mães e responsáveis a retornar. Algumas escolas em Salvador e no interior colocaram 20 alunos numa sala para maquiar. Aqui em Salvador, visitamos escolas que não havia ninguém. 20 alunos numa escola que tem 600 alunos e mandar o professor ficar ali sentadinho é um absurdo", disse. 

O governador Rui Costa tem rebatido o argumento da falta de vacina afirmando que outras categorias já estão em atuação, e que muitas não pararam mesmo sem vacina. Na véspera da reabertura das escolas ele afirmou que os estudantes mais pobres são os mais prejudicados, e ameaçou cortar o ponto dos professores que não comparecerem às escolas.

“Todos os trabalhadores brasileiros estão trabalhando desde o início da pandemia e o segmento dos professores foi o único que teve uma condição ímpar, uma condição singular, de voltar a trabalhar somente depois de 100% da categoria ter tomado a 1ª dose e mais de 80% ter tomado a 2ª dose. Esse era o desejo de todos os trabalhadores brasileiros, de só voltar depois da 1ª dose, e isso foi dado aos professores. Agora, é hora de os professores devolverem com muito carinho esse cuidado”, disse, na época.

A equipe do CORREIO esteve nas ruas de Salvador durante essa segunda e o que se viu foi que o movimento em geral foi fraquíssimo. Nos colégios estaduais João Pedro dos Santos e Henriqueta Martins Catharino praticamente não havia circulação de alunos.