Skank faz show de despedida na Concha Acústica

Banda que anunciou separação se apresenta neste sábado (7)

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  • Roberto Midlej

Publicado em 6 de março de 2020 às 06:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: divulgação

Chegou o momento de dar adeus a uma das mais importantes bandas da história da música pop brasileira. Amanhã, às 19h, na Concha Acústica, o Skank apresenta em Salvador a sua Turnê da Despedida, que marca o fim do grupo mineiro que fez história com canções como Resposta, Garota Nacional e É Uma Partida de Futebol.

E se você está com o ingresso nas mãos, comemore: os bilhetes estão esgotados. Hoje, o grupo se apresenta em Feira de Santana.

Não houve brigas ou ressentimentos entre os integrantes. Como o próprio vocalista Samuel Rosa disse à Folha de S. Paulo ao comentar a separação, em novembro, a banda “já não oferece mais riscos” e, para ele, a melhor forma de surpreender as pessoas e sair da acomodação seria fora do Skank.

Henrique Portugal, em entrevista ao CORREIO, é econômico ao comentar o assunto: “Não aconteceu nada. Apenas resolvemos parar”, afirma o tecladista, que forma o grupo com Samuel, Lelo Zaneti (baixo) e Haroldo Ferretti (bateria).

Com uma coleção de hits, especialmente entre os anos 1990 e a primeira década dos anos 2000, é de se imaginar que a escolha do repertório não seja complicada. Mas, neste caso, são tantos sucessos que acaba sendo difícil fazer uma seleção para uma festa de “apenas” duas horas.

Sucessos

Para se ter uma ideia, Calango (1994), segundo álbum mais vendido da banda, com 1,2 milhão de cópias, emplacou, ao menos, sete canções nas rádios, incluindo Jackie Teckila, Esmola e Pacato Cidadão. O disco seguinte, O Samba Poconé (1997), deixou como legado o maior clássico dos mineiros: Garota Nacional, que, na carona, levou às paradas canções como É Uma Partida de Futebol (parceria com Nando Reis), Tão Seu, Sem Terra...

Daí pra frente, a fábrica de hits continuou ativa, com Mandrake e os Cubanos, Saideira, Balada do Amor Inabalável, Dois Rios, Vou Deixar e por aí vai. Então, com tantos sucessos, Samuel e os companheiros recorreram às ferramentas digitais para montar o setlist da despedida. “Buscamos nas plataformas de streaming para saber quais as canções do Skank as pessoas mais gostam de escutar. Se é um show de despedida, nada melhor do que consultar o público”, diz Henrique.

E é impossível não notar a diversidade que marcou esses 28 anos de história. O grupo que começou muito próximo do reggae e de outros ritmos jamaicanos no álbum de estreia, em 1992, em Calango manteve o flerte com o Caribe, mas com uma influência pop mais clara. O Samba Poconé já trazia mais elementos do rock, porém com presença até do forró na canção Poconé, que remetia a A Cerca, do disco anterior. Siderado, de 1998, confirmava a vocação pop, incluindo a balada Resposta, nova parceria com Nando Reis.

Psicodelismo

Em 2000, o disco Maquinarama já mostrava que a banda buscava outros caminhos, aproximando-se da música dos anos 70, com elementos do psicodelismo.

Em Cosmotron, de 2003, ficou clara a influência dos Beatles, que o próprio Samuel reconheceu na época, em entrevista ao portal Cliquemusic: “Essa sonoridade setentista vem sendo resgatada no mundo todo. É notória a revalorização dos Beatles, da carreira solo do (John) Lennon e do rock progressivo também”.

“Sempre tivemos  a assinatura de experimentar. Isto aconteceu desde o primeiro álbum.  Concordo que em alguns momentos esta experimentação ficou mais forte. Fazer novas misturas sempre nos motivou e o nosso público acabou se acostumando com as mudanças”, afirma Henrique.

Concha Acústica (Campo Grande). Amanhã, 19h. Ingressos (esgotados): R$ 280 | R$ 140 (Camarote); R$ 140 | R$ 70 (Arquibancada)